As especificações técnicas parecem de carro, mas a enorme Triumph Roket III Touring, com motor 2.3 (equivalente à capacidade volumétrica de mais de dois carros populares), que fornece 140 cv a 5.750 rpm, e 362 kg de peso a seco, tem mesmo somente duas rodas. Lançada em 2003, assombrou o mundo pelo volume, que indicava uma utilização longe dos centros urbanos, onde fatalmente ficaria ‘encalhada’ no trânsito, como um navio de rodas. Por outro lado, estaria totalmente à vontade nas estradas.
Curiosamente, a Rocket III, que atraiu compradores como o ex-piloto de Fórmula 1 Michael Schumacher, chegou sem pára-brisa e bolsas laterais para viagens, cacoetes próprios das estradeiras, que tinham que ser instalados como opcionais. Agora, com quase cinco anos de atraso, a montadora inglesa lança o modelo Rocket Touring equipado com os apetrechos de fábrica, e introduz outras modificações técnicas, alterando o quadro, as rodas, as suspensões, o painel de instrumentos, o farol (único, no lugar do duplo), os bancos e o tanque de gasolina.
Navio
Com os novos acessórios, o volume da Rocket Touring ficou ainda maior. Assim, a escolha do local de apresentação do novo modelo não podia ser outro senão os Estados Unidos, já que o mercado ianque adora exotismos, além do estilo custom touring, com muitos cromados. No Brasil, o modelo Rocket é importado oficialmente, e a nova Touring também vai entrar na lista, mas ainda sem data e preços definidos. Entretanto, um dos novos itens de série da Rocket Touring vai causar problemas...
O pára-brisa tem enorme bolha, e pode ser facilmente removível, com engate rápido. A notícia só não pode chegar aos ouvidos dos amigos do alheio. Na onda da personalização, comum no segmento custom touring, a marca oferece mais de 70 itens diferentes de acessórios e equipamentos. Inclusive, bancos com recheio de gel, para amenizar as longas travessias que é capaz de realizar. Para tanto, o modelo tem um poderoso motor de três cilindros em linha, de 2.294 cm³, com injeção eletrônica e refrigeração a água.
Usina
Para caber no quadro, a engenharia da montadora instalou o propulsor longitudinalmente, pois, se ficasse na posição convencional (transversal), iria ‘sobrar’ nas laterais, dificultando a circulação. Um dos efeitos colaterais desta solução foi o aumento na distância entre-eixos, que é de 1.708 mm. Isso é ótimo para longas estradas, com muitas retas, mas é ruim para curvas fechadas. Nesse embalo, o conforto do piloto pode ser aumentado com pedaleiras e manetes reguláveis.
A suspensão dianteira tem canelas com 43 mm de diâmetro e 120 mm de curso. A traseira tem duplo amortecedor, com 105 mm de curso, e possibilidade de cinco regulagens, na pré-carga. O quadro é feito em tubos de aço. Os freios dianteiros têm duplo disco, de 320 mm, com pinças Nissin; enquanto o traseiro é único, com 316 mm e pinça Brembo. A câmbio tem cinco marchas e a transmissão é por cardã. O tanque comporta 22,3 litros. O painel é completo, com computador de bordo.