Nos anos 1990, uma guerra sem soldados, mas com cavalaria, foi desencadeada pelo marketing das montadoras para produzir a moto de série mais rápida do mundo e conquistar uma vitória simbólica frente à concorrência, provando o poderio tecnológico. A Suzuki entrou nessa batalha em 1999, com o lançamento da Hayabusa 1300. O nome foi emprestado de um pequeno falcão japonês, que ultrapassa a emblemática barreira dos 300 km/h, quando parte para o ataque. Mesma velocidade terrestre do foguete Suzuki.
Entretanto, desde seu lançamento, há quase uma década, o modelo ficou algum tempo sem qualquer atualização, que só veio a acontecer em 2007, com aumento da capacidade do motor, que foi dos 1.299 cm³ para 1.340 cm³, com ganho de potência, além de mudanças sutis na carenagem, que resultaram em melhorias aerodinâmicas. A partir deste mês, a Hayabusa 1300, que já era importado oficialmente para o Brasil, também será substituído no Brasil e chegará como modelo 2009, com preço de R$ 61.200.
Veloz
O título de moto de série mais rápida do mundo, atraindo os holofotes para o modelo, acabou provocando efeitos colaterais que as montadoras foram obrigadas a digerir. A guerra não teria fim, com aumento cada vez maior da velocidade e conseqüências imprevisíveis, e até danosas. Por outro lado, em que estradas os modelos poderiam provar seus predicados? Dessa forma, foi decretada uma espécie de cessar-fogo para inglês ver, já que as montadoras continuam produzindo seus mísseis cada vez mais rápidos, só que sem a guerra e propaganda da mais rápida do mundo.
A nova Hayabusa, com motor de quatro cilindros em linha, refrigeração líquida e injeção eletrônica, fornece 197 cv a 9.500 rpm, contra 176 cv a 9.800 rpm da anterior, e torque de 15,8 kgfm a 7.200 rpm, suficientes para ultrapassar os 300 km/h. Para rodar mais comportada, a nova moto está equipada com o sistema S-DMS, Suzuki Drive Mode Selector, também presente em seus modelos superesportivos, que permite a mudança do mapeamento eletrônico do motor em três modos. Esporte, para aproveitar toda a cavalaria, normal e o modo "chuva", para pisos escorregadios, com entrega de potência mais progressiva.
Aerodinâmica
A operação é simples, com apenas um toque em um seletor no guidão, que permite ao modelo tanto voar baixo quanto rodar sem pressa pelas ruas do bairro. A aerodinâmica foi melhorada com aumento da bolha em 15mm, para proteger melhor o piloto. A carenagem é bicuda, para cortar o vento, exatamente na área de maior pressão, deixando os faróis empilhados. As pedaleiras e os escapes laterais também têm funções aerodinâmicas. Nas laterais, tomadas de ar para conduzir o ar pressurizado para o motor, como uma espécie de efeito turbo, em altas velocidades.
Já na traseira, a rabeta curva serve para reduzir a turbulência. O câmbio tem seis marchas, a suspensão dianteira é invertida e a traseira, mono, com 140 mm de curso. Ambas ajustáveis. Os freios dianteiros têm dois discos de 310 mm, contra 320 mm do modelo anterior. O freio traseiro tem disco de 260 mm. O peso a seco é de 220 kg e o quadro em alumínio, com dupla trave. As rodas têm aros de 17 polegadas e o painel é completo, com instrumentos analógicos e digitais.