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Suzuki Boulevard M 1.500 - Confusão pacífica

Nova moto chega este ano, com cacoetes de estilo dos modelos dragster, com capa de farol enorme e o tradicional motor de dois cilindros em V. Leia as impressões

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Apresentada ao público brasileiro no Salão das Duas Rodas, em outubro de 2009, o novo modelo Suzuki Boulevard M 1.500 vai chegar ao mercado no início do segundo semestre. A moto é uma espécie de clone da irmã maior, a Boulevard M 1800, com quem divide componentes mecânicos, mesmo motor (com capacidade reduzida), além de visual espelhado. Sua chegada, entretanto, vai criar perturbação dentro de casa. É que vai disputar um segmento bastante semelhante ao da prima Boulevard C 1.500. Para desfazer a confusão, a Suzuki tem uma classificação identificada por letras de seus modelos estilo custom.

Desta forma, o M, que compõe o nome da nova moto, significa "muscle", ou músculo, em função do estilo, com influência dos modelos dragster de arrancada, nos quais os músculos do motor fazem toda a diferença. Outros cacoetes estilísticos também pesam a favor, como guidão mais curto e plano, rabeta e para-lamas menos envolventes, rodas em liga leve e suspensão dianteira invertida, como nas motos esportivas. Por outro lado, o modelo Boulevard C 1500 tem na letra C a definição de custom mais clássica, com para-lamas envolventes, pintura em duas tonalidades, guidão extra largo, plataforma para os pés e desempenho mais pacato.

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Na indústria automobilística, especialmente no Brasil, quando um modelo é atualizado, o antigo, muitas vezes, convive com o novo, ganhando sobrevida em função do preço diferenciado. Com a nova Boulevard M 1500, o fenômeno pode acontecer para agradar a gregos e troianos. A C 1.500 permaneceria no mercado para os mais conservadores e a M1.500, para os mais modernos. Isso para reforçar a diferença de custo que justifique a convivência. O valor ainda não foi estabelecido, mas deve ficar na faixa dos R$ 41 mil para a nova Boulevard M 1.500, enquanto a prima Boulevard C 1.500 permanece em R$ 34,5 mil.

Para justificar a diferença no bolso, a Boulevard M 1.500 (também chamada de Intruder em alguns mercados, aumentando ainda mais a confusão entre os modelos), conta com motor de dois cilindros em V, 1.462 cm³, inclinados a 54 graus, quatro válvulas e duas velas por cilindro, equipado com injeção eletrônica e refrigeração líquida. O câmbio tem cinco marchas e a transmissão final é feita por eixo cardã, que dispensa manutenção. A potência e o torque não são revelados, mas a cavalaria é de cerca de 70 cv, enquanto o torque é do tipo de enrugar asfalto, capaz de acelerações e reacelerações compatíveis com o estilo dragster de ser.

Outra característica da nova Boulevard M 1500, assim como da irmã maior M 1800 da qual é derivada, e da irmã menor M 800 (já comercializada no Brasil), é que tem maior capacidade de contornar curvas. As pedaleiras mais altas e o quadro, em tubos de aço do tipo perimetral, não raspam no solo com tanta facilidade como nas custom clássicas. Assim, é possível uma tocada mais esportiva, sem abrir mão do conforto e do estilo custom. Com um desempenho mais apimentado, as suspensões também foram adaptadas. Na dianteira, adota o sistema invertido, com tubos de 43mm de diâmetro e curso de 130mm.

O visual musculoso é complementado pela suspensão dianteira invertida e pela carenagem do farol



Na traseira, a suspensão é do tipo mono e fica escondida. O curso, entretanto, é de apenas 46 mm, para maltratar a coluna e os rins do piloto, depois de um período rodando por pisos irregulares. Para compensar, um banco do tipo poltrona, que fica a cômodos 870mm de distância do solo. Os freios dianteiros a disco são duplos, com 290mm de diâmetro, enquanto o traseiro é simples de 274mm de diâmetro. As rodas são em liga leve e pneus mais esportivos, com medida de 120/70 com aro 18 na dianteira e um largo 200/50, aro 17 na traseira. O painel fica no guidão, com velocímetro analógico e luzes no tanque, de 18 litros. No visual, escapes duplos e uma enorme e polêmica capa de farol, semelhante a uma touca.