A linha Bandit, composta por modelos robustos, embora equipada com motorização herdada das esportivas GSX-R, passou por uma reforma total no fim de 2005, por conta das restrições ambientais e também pela pressão da concorrência, que se modernizava com velocidade. Os motores de quatro cilindros em linha, ainda alimentados por carburadores e refrigerados por óleo e ar, com quase duas décadas de serviços prestados, ficaram defasados. Assim, a montadora japonesa modernizou de forma ampla, geral e irrestrita o propulsor, melhorando também o visual e outras partes técnicas.
No Brasil, a nova Bandit 650 N (naked/pelada) - também existe a versão S (sport), com mesma base mecânica, mas com semicarenagem - foi apresentada em 2007, durante o Salão das Duas Rodas, mas só chegou efetivamente ao mercado em 2008. A nova geração ficou muito mais moderna, equipada com motor de mesma arquitetura de quatro cilindros em linha, alimentada por injeção eletrônica e com refrigeração líquida, sem perder sua personalidade, com visual propositalmente semelhante ao da versão anterior.
A tática de conservar as linhas visa agradar ao público que não abre mão de uma autêntica motocicleta, sem carenagens mirabolantes, conjunto óptico moderno e outras firulas estilísticas. Por outro lado, o modelo, sem os penduricalhos, também reduz os custos, proporcionando preços mais atraentes. Assim, a nova Bandit 650 N tem farol grande e redondo, marca registrada das motocicletas desde seu nascimento, e uma posição de pilotagem mais relaxada e natural.
Ainda assim, para ajustar o manequim, o banco pode ser regulado na altura entre 770 mm e 790 mm, bem como o guidão em 10mm. A suspensão traseira, do tipo mono, com 136 mm de curso, também pode ser regulada, a exemplo da dianteira, do tipo convencional, telescópica, com tubos de 43mm de diâmetro e 130 mm de curso. Dessa forma, o piloto pode vestir melhor a motocicleta e pilotar com maior conforto e performance, tanto na cidade quanto na estrada.
Acelerando
A arquitetura dos motores de quatro cilindros em linha proporciona inconfundível funcionamento suave, que foi bastante realçado com a adoção da refrigeração líquida. O motor sobe de giro de forma rápida, proporcionando pilotagem prazerosa, se exigido mais esportivamente. Se a utilização é no dia-a-dia das cidades, a posição de comando com uma ergonomia mais confortável, com tanque de 19 litros mais fino e um guidão que varre bom ângulo entre os batentes, facilita as manobras. O motor, com 656 cm³ e 16 válvulas, fornece 85 cv a 10.500 rpm e torque de 6,27 kgfm a 8.900 rpm.
Não é nenhum canhão esportivo, com desempenho explosivo e suspensões super-rígidas que não oscilam. Tem um comportamento do tipo meio-termo, para atender o consumidor do cotidiano, que necessita de conforto, incompatível com as esportivas puras. Mas não faz feio quando a adrenalina sobe e a mão direita enrola o cabo. Para brecar, dois discos de 310 mm na dianteira, com pinças de quatro pistãos e um disco simples na traseira de 240 mm. O painel tem contagiros analógico e tela digital com as demais informações. Inclusive nível do combustível e relógio de horas. O quadro é em aço, do tipo berço duplo, o câmbio tem seis marchas e o peso a seco é de 215 kg. A Bandit 650 N tem preço sugerido na rede autorizada de R$ 31.151.