A gestação da nova Suzuki 1400 B-King (Rei) durou seis anos. Apresentada pela primeira vez como moto-conceito, no Salão de Tóquio de 2001, tinha motor com turbo compressor e potência de cerca de 250 cv, alcançando mais de 300 km/h de velocidade final. Para entrar em linha de produção e poder ser pilotada por consumidores 'normais', a Suzuki tratou de adequar os parâmetros, que só receberam a aprovação final no dia 3 deste mês, quando foi finalmente apresentada em Roma como modelo de série, que estará à venda em setembro (na Europa), por 14 mil euros (R$ 36.400).
A demora teve outra razão. O motor da naked (pelada) B-King é o mesmo que equipa a também nova esportiva GSX 1400R Hayabusa, que chega remodelada. Dessa forma, a Suzuki mata dois coelhos com uma só cajadada. Para equipar a maxi naked B-King, entretanto, o propulsor foi modificado. Com quatro cilindros em linha, 1.340 cm³ de cilindrada, refrigeração líquida (dois grandes radiadores), 16 válvulas (em titânio) e injeção eletrônica, o motor rende 183,6 cv a 9.500 rpm de potência e um enorme torque de 14,9 kgfm a 7.200 rpm.
Botão
Segundo a Suzuki, é a mais potente naked de série do mundo. Assim, para controlar toda a cavalaria e força, a montadora preparou dois mapeamentos distintos de motor, que podem ser selecionados por um botãozinho 'mágico' instalado sobre o tanque. O modulo A permite aproveitar toda a potência e torque do motor, raivosamente sem restrições. Já o modulo B proporciona torque mais linear e condução mais dócil e civilizada do monstro. As opções aparecem em destaque no painel, para não haver engano.
Uma forma democrática de ampliar a freguesia, que leva para a garagem praticamente duas motos diferentes, para serem usadas conforme a conveniência. Para ajudar na tarefa, a nova B-King já vem com amortecedor de direção de série e banco que está a somente 805mm do chão. No visual, porém, a nova 1400 B-King manteve a agressividade e as formas básicas apresentadas ainda em 2001. O tanque para 16,5 litros tem enormes tomadas de ar laterais que abrigam ainda as setas.
Megafone
O farol assimétrico fica dentro de uma pequena carenagem, que também recebe o painel. Este, perdeu o GPS do protótipo, mas conservou o contagiros analógico arredondado e a tela digital com todas as demais informações. O visual diferenciado é completado pelo sistema de escapamento. Duas enormes ponteiras metálicas com saídas altas sob a rabeta, como dois megafones, que se destacam tanto que a lanterna traseira, setas e placa ficam em segundo plano.
O quadro é em alumínio, do tipo perimetral. A suspensão dianteira é invertida, herdada da superesportiva GSX-1000R e a traseira mono, em balança de alumínio desenvolvida com a experiência das pistas. Ambas reguláveis. As rodas são em liga leve com aros de 17 polegadas, calçadas com pneu 200/50 na traseira e 120/70 na traseira. O freio dianteiro tem duplo disco de 310 mm de diâmetro, com pinças de ataque radial de quatro pistãos e o traseiro simples de 260 mm. O peso a seco é de 242 quilos e o câmbio tem seis marchas.