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Sundown Motos - Marca retorna aos poucos

Depois de meses sem contato até com revendas, produção paralisada e dificuldades na assistência técnica, nova direção promete reerguer empresa e primar pelo pós-venda

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Gerente da concessionária Minas e Trilhas, Zannuzi Cavalcanti assegura que motos compradas na revenda não ficarão sem garantia

 

Depois do atribulado ano de 2010, que culminou com o fechamento da fábrica, em Manaus, a partir de setembro, a nova diretoria da Sundown Motos garante vida nova. O presidente, Fernando Buffa, afirma que a produção foi normalizada em março e ressalta que a marca já pensa em novos produtos para este ano. Ele também pretende investir no pós-venda, inclusive promovendo cursos de capacitação para a equipe de mecânicos das concessionárias autorizadas. Na prática, no entanto, a falta de peças ainda é o grande drama dos consumidores.

No fim de 2009, quando a empresa passava por problemas inclusive de origem fiscal, tiveram início as negociações com a atual diretoria. “Nós adquirimos uma pequena participação societária em 2009, num contrato de cogestão, que nos daria a possibilidade de exercer a compra do controle da empresa dentro de um ano. Opção que fizemos em meados do ano passado. Foi um processo demorado, que terminou no fim do ano, quando tudo para. Então só conseguimos colocar em pé a estrutura financeira em janeiro, quando reabrimos a fábrica. Voltamos a produzir na última semana de fevereiro, sendo de maneira regular a partir de março”, justifica Buffa.

Segundo ele, apesar de dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) indicarem parada na produção em agosto (quando foram produzidas só quatro motocicletas), e ainda sem uma retomada, atualmente já estão sendo produzidas de 2,3 mil a 2,4 mil motos por mês. Informação que apenas não foi passada à associação. E ele acrescenta que, até o fim do ano, pretende ampliar a produção para 4 mil ou 4,5 mil. De fato, as concessionárias já estão reabastecidas e com modelos 2011.

ASSISTÊNCIA TÉCNICA Além de reerguer a fábrica, o novo presidente pretende investir na formação de mecânicos. “O pós-venda é o que conta e é nisso que estamos investindo. Se você procura uma oficina autorizada e sua mota não fica boa, vai embora insatisfeito com a marca”, afirma. Buffa pretende ir além, incentivando as oficinas autorizadas a se tornarem multimarcas, com o objetivo de atrair novos clientes. “Quanto melhor o serviço, mais você atrai o consumidor para a concessionária. Se você gosta do serviço e depois eu apresento um produto novo, existe toda a chance de comprar”, continua.

Mas, antes de partir para a conquista de novos clientes, a Sundown precisa cuidar do próprio quintal. A reclamação sobre falta de peças ainda é frequente nas concessionárias e são diversos os processos judiciais originados na época em que a fábrica deixou de operar e, simplesmente, não havia nenhum tipo de contato com clientes, conforme mostrou Veículos na edição de 2 de fevereiro. Segundo Buffa, resolver o problema das peças é só uma questão de gestão, sendo o fornecimento obviamente de total interesse da fábrica. Ele garante que o mercado será reabastecido com as peças necessárias.

PESQUISA E gestão de peças é exatamente o que está fazendo a concessionária Minas e Trilhas, única representante da marca em Belo Horizonte. A gerente, Zannuzi de Holanda Cavalcanti, conta que, para amenizar o problema, começou a pesquisar e participar de diversas feiras ligadas ao setor de duas rodas, em busca de peças do mercado paralelo que pudessem amenizar os problemas, pelo menos dos veículos cuja garantia já expirou. “Encontrei muitos fornecedores no Brasil e isso está resolvendo bastante. Do básico, eu tenho tudo. Só é mais difícil a carenagem”, afirma. “Há pouco, fiz um pedido de R$ 25 mil em peças, dos quais já recebi R$ 9,5 mil”, acrescenta.

Com relação aos veículos ainda dentro do período de garantia – quando normalmente é exigida a peça original –, Zannuzi afirma que a fábrica já voltou a atender e a revenda não está tendo problemas. “A gente manda um e-mail para a fábrica e eles enviam a peça”, garante. O problema ainda é o tempo de espera, em torno de 15 dias. “Mas o que é de revisão normal, é de imediato”, assegura. Ainda segundo Zannuzi, a partir do mês que vem, o abastecimento com peças originas deve estar normalizado.

A gerente da Minas e Trilhas ainda garante que, mesmo havendo algum inconveniente no que diz respeito à garantia, para as motocicletas compradas na concessionária (que está há três anos no mercado), a revenda arca com a garantia e assume qualquer responsabilidade.

CONTATO O antigo número 0800 da Sundown foi desativado e, segundo a empresa, um novo contato para atendimento a clientes só aguarda aprovação da Telefônica, de São Paulo. Enquanto isso, consumidores podem entrar em contato somente pelo PABX da marca: (11) 3320-5200.