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Sundown Hunter 90 - Solucionática urbana

Pequena moto de 90cm³ é modelo de baixo custo, mas que oferece pacote de equipamentos, como partida elétrica, painel com conta-giros e garupeira cromada

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Nas curvas mais rápidas, quadro e suspensão dianteira não permitem abusos, mas ergonomia e bancos são satisfatórios

A motocicleta Sundown Hunter 90, lançada em 2005, chegou com a fama de modelo mais barato do Brasil. A estratégia de vender um lote de cerca de 4 mil unidades pela internet, permitiu a redução de custos e preço final de R$ 2.990. O valor atraiu o consumidor, especialmente o de baixa renda, que encontrou no modelo a solução de transporte, ou solucionática urbana, frente ao caos do transporte coletivo. Hoje, a Hunter 90 é comercializada de forma convencional, por R$ 3.490.

Ainda assim, uma opção econômica, que mantém o título, com uma boa relação custo-benefício, já que o pacote oferecido não é de uma pé-de-boi. Pelo contrário, a Hunter 90 tem de série partida elétrica (sem dispensar o pedal), painel com conta-giros, velocímetro, hodômetro total e parcial, luzes de advertência e até um indicador de marcha engatada. Tem também um cobre correntes integral, garupeira cromada na traseira e descansos lateral e central.

Estratégia

A Sundown usa tecnologia chinesa da marca Qunqi (algo semelhante a Quinqui), que por sua vez clona modelos japoneses antigos, economizando em investimento e desenvolvimento, além de estoque de peças. Esta tática, explica em parte a mágica dos baixos custos de produção. Por outro lado, ficam presos a modelos com visual antiquados, como a Hunter (caçadora em inglês), que parece ter saído da década de 70, com pára-lamas superenvolventes, lanterna traseira quadrada e painel com instrumentos redondos.

O motor tem um cilindro (disposto horizontalmente) 86 cm³, refrigeração a ar, que fornece 6,2 cv a 8.500 rpm e torque de 0,59 kgfm a 5.500 rpm. Os freios são a tambor nas duas rodas, com 110 mm de diâmetro. O câmbio, semelhante ao das motonetas, é rotativo com quatro marchas (parado é possível voltar de 4ª para 1ª), só que ao contrário, ‘para baixo’. A embreagem, porém, é convencional. O quadro não tem tubos, mas chapas estampadas e soldadas, para simplificar e baratear ainda mais.

Andando

A suspensão dianteira é telescópica, com 95mm de curso. A traseira tem duplo amortecedor, com possibilidade de cinco regulagens manuais, para agüentar os 140 kg de carga máxima. Na hora de acelerar, a idade do projeto pesa. A moto tem que ser conduzida com parcimônia e o motor é bem explorado para extrair desempenho melhor. Em curvas mais radicais, a suspensão dianteira ‘fininha’ e o quadro de chapas torcem sem cerimônia, comprometendo a trajetória.

Porém, a Hunter 90 deve ser pilotada com o espírito de sua proposta e como tal, longe de ser uma esportiva, ou uma muscle bike, mas uma solução de transporte, com boa relação custo/benefício. A ergonomia e o banco são bons, assim como a pega do guidão. O farol, com lente de 35/35 wats e sistema elétrico de 12 volts, proporciona boa iluminação. Os freios são condizentes com seus 85 kg a seco, mas mereciam um diâmetro maior no tambor dianteiro.