Maior fabricante mundial de motocicletas, com cerca de 17 milhões de unidades anuais, a China tem uma infinidade de marcas e modelos, que além de abastecer o imenso mercado interno também são exportadas para o todo o planeta, inclusive o Brasil. O desafio, neste caso, é provar sua confiabilidade e tornar as marcas conhecidas, entre as dezenas que vieram disputar o mercado brasileiro, como a Shineray. Instalada na cidade de Chongqing, desde 1997, produz cerca de 100 modelos, entre motos e quadriciclos, com motores que vão de 50cm³ a 300cm³. Entre eles, a motocicleta custom XY 250, equipada com motor de dois cilindros em linha.
No Brasil, a Shineray optou por iniciar suas operações no Nordeste, montando seu centro de distribuição em Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco. A montagem final de cada modelo fica a cargo de cada concessionária. Com a estruturação consolidada, pretende construir uma fábrica no complexo portuário de Suape, também em Pernambuco, a partir de 2012, e montar sua linha de motocicletas. O modelo XY 250 é o topo de linha e segue o padrão custom. Grande porte, muitos cromados, pintura em duas cores, para-lamas envolventes, banco em dois níveis, guidão largo e plataforma para os pés.
DIFERENÇA
A grande diferença do figurino tradicional custom está no motor. Em vez do clássico dois cilindros em V, que equipa nove entre 10 modelos do segmento, a Shineray XY 250 está equipada com propulsor de dois cilindros paralelos. Um motor que gira redondo, fornecendo um ronco agradável, através dos escapes duplos e cromados, com saída pela lateral direita, mas que pode fazer o nariz torcer entre os mais puristas. Com 233cm³, o motor tem duas válvulas por cilindro, refrigeração a ar e fornece 19,7cv a 8.500rpm e torque de 1,52kgfm a 7.500rpm. O câmbio tem cinco marchas e o peso a seco é de 138kg.
Outra característica própria da Shineray XY 250 são os aros de rodas. Em liga leve, tem diâmetro de 15 polegadas na traseira e 16 polegadas na dianteira. Medidas inferiores ao usual, compensadas em parte pelos pneus, de perfil maior, com medida de 130/90 na traseira e 110/90 na dianteira. As suspensões são compatíveis com o modelo, que não tem pretensões esportivas. Sua vocação é o deslocamento sem pressa, mas com conforto. Na dianteira, a suspensão tem um conjunto telescópico convencional e na traseira um par de amortecedores, ancorados em uma balança bastante estreita, que destoa do conjunto, com perfil retangular.
ACELERANDO
A configuração longa e baixa, outra característica dos modelos custom, favorece a performance nas retas e funciona exatamente ao contrário nas curvas. Entretanto, o conforto é generoso. A posição de pilotagem é relaxada, com os braços levemente mais altos, pernas esticadas e pés apoiados em plataformas. O banco, em dois níveis, deixa o piloto ligeiramente mais baixo e sem problemas na hora de parar. O motor acelera bem, mas sofre com a obesidade do modelo, que paga o preço do porte avantajado, adornado pelos muitos cromados e escapes duplos. Na hora de frear, um disco na dianteira e um tambor na roda traseira, que funcionam sem sustos.
O modelo avaliado não tinha o para-brisa dianteiro, bauleto central e bolsas laterais, que são de série e facilitam nas viagens, mas podem ser removidos. O painel também é completo, com instrumentos redondos no painel e velocímetro central, além de marcador de combustível e luzes de advertência em cima do tanque, que tem tampa com chave. A Shineray XY 250 também conta com dois faróis auxiliares arredondados e cromados, formando uma verdadeira bateria quando vista de frente. A Shineray é representada em Belo Horizonte pela Viva Motos, (31) 3015-1515 e custa R$ 10.990.