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MV Agusta - Italiana na selva

Depois de firmar parceria com a fábrica nacional de motocicletas Dafra, a marca MV Agusta anuncia que produzirá em Manaus a superesportiva F4 e a naked Brutale

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Foto:

A Brutale tem farol assimétrico e propulsor propositalmente à mostra

 

A marca nacional de motocicletas Dafra, instalada em Manaus, Amazonas, em 2008, anunciou ontem uma parceria com a badalada italiana MV Agusta, para produzir em sua planta, e também comercializar, os sofisticados modelos Brutale 1090 e F4. A Dafra, apesar do pouco tempo de mercado, já atingiu o terceiro posto no ranking brasileiro de comercialização, com uma política bastante agressiva. Além dos acordos com a China para produção de vários modelos, também fez parcerias com a indiana TVS (modelo Apache), e Haojue, com a taiwanesa SYM, para produção do scooter Citycom 300, e também produz para a BMW os modelos G 650 GS, F 800R e F 800 GS, que pela primeira vez na história da marca são fabricados fora da Alemanha.

A italiana MV Agusta segue a mesma trilha rumo à floresta amazônica. Pela primeira vez desde sua fundação, no pós-guerra, em 1945, vai produzir seus modelos fora da fábrica de Varese, no Norte da Itália. A história da MV Agusta começa com a paixão de seu fundador, conde Domenico Agusta, pela velocidade e pelas motocicletas (e também por helicópteros), através de sua Meccanica Verghera (MV), que associada a seu sobrenome, batiza as motos, que também fizeram sucesso nas pistas, conquistando nada menos que 37 títulos mundiais de fabricante e 38 de pilotos, especialmente com a lenda Giacomo Agostini. A combinação entre a sofisticação das motocicletas com as vitórias transformaram a marca MV Agusta em um mito.

 

Confira a galeria completa de fotos da Brutale 1090!

 

RECOMEÇO Toda a badalação, entretanto, não foi suficiente para conter a crise instalada depois da morte do conde, no início da década de 1970, culminando com a paralisação da produção. O renascimento chegou em 1992, quando foi comprada por Cláudio Castiglioni, dono também da Cagiva, que junto com o filho Giovanni promoveu a recuperação da marca. A reestreia foi em grande estilo, com o lançamento do modelo superesportivo F4, em 1997, equipado com motor de quatro cilindros em linha, desenvolvido com ajuda da Ferrari e desenhada pelo festejado projetista Massimo Tamburini. Em 2008, a marca foi novamente vendida para a americana Harley-Davidson, interessada em aumentar sua participação na Europa.

Dois anos depois, voltou para a família Castiglioni, vendida pela Harley-Davidson, afetada pela crise mundial. Aperfeiçoado ao longo do tempo, o modelo F4 e sua versão naked, ou pelada, sem as carenagens, batizada de Brutale, serão produzidos e comercializados aqui. Para tanto, parte do departamento de engenharia da Dafra passou por um treinamento na fábrica da MV Agusta na Itália, para adaptação dos modelos às condições brasileiras, assim como técnicos da marca italiana vieram na mão inversa planejar os ajustes na linha de produção, que será do tipo CKD (completamente desmontadas), para serem montadas e ganhar o mercado. Nesse processo, com status de nacional, os custos são reduzidos, proporcionando uma melhor condição de comercialização.

MOTOS A chegada da premium MV Agusta confirma o Brasil como mercado emergente, que também atraiu recentemente marcas como a Harley-Davidson, KTM e Kawasaki, entre outras, além das veteranas japonesas Yamaha e Honda. O início da comercialização e os preços ainda não estão definidos, mas não serão de longo prazo. O modelo F4 conta com motor de quatro cilindros em linha, com 998cm³, equipado com injeção eletrônica e refrigeração líquida, que desenvolve 186cv a 12.900rpm e um torque de 11,4kgfm a 9.500rpm. Os freios são a disco, com pinças Brembo, e as rodas em liga leve, com aros de 17 polegadas. A suspensão dianteira é invertida, e a traseira, mono, em balança monobraço. O painel é inteiramente digital e os faróis usam lâmpadas de xenônio.

A Brutale (ou brutal) é uma versão da F4 sem carenagem. O motor, com a mesma arquitetura de quatro cilindros em linha, mas com capacidade aumentada para 1.090cm³, foi retrabalhado para suprir as necessidades do segmento. A potência é de 144,2cv a 10.300rpm, e o torque de 11,2kgfm a 8.100rpm. O torque aparece mais cedo, já que o modelo não é uma superesportiva pura, como a irmã F4. O desenho, porém, é agressivo, com grande farol de formato assimétrico e setas integradas aos retrovisores. As rodas são de liga leve, aros de 17 polegadas. Os freios são a disco, com pinças Brembo. O guidão conta com amortecedor de direção e as luzes da lanterna com luzes do tipo LED.

Modelo superesportivo F4 tem motor desenvolvido com ajuda da Ferrari