Desde que apresentou o modelo superesportivo F4, no final de 1997, a renascida italiana MV Agusta, de tantas glórias esportivas, especialmente com o lendário Giacomo Agostini, praticamente não mudou o visual do modelo, considerado um dos mais belos da história da indústria motociclística. Optando por uma diferenciada estratégia de marketing, a montadora conserva suas formas, mas vai lançando sucessivas versões. A última, apresentada em março de 2007, é o modelo F4 R312, considerada a moto de série mais rápida do mundo.
Para batizar o novo modelo, a MV Agusta incorporou o número 312 em sua identificação, que é a sua velocidade máxima: de nada menos que 312 km/h. Convertido para milhas, a velocidade final atinge 194m/h, esbarrando na barreira das 200 m/h. Trata-se de um verdadeiro espanto, na contramão de um acordo de cavalheiros entre as montadoras (japonesas), para não fomentar a guerra de quem produz a moto de série mais rápida do mundo. A MV Agusta, porém, faz questão de alardear a façanha até no nome.
Mudanças
Quando nasceu, o modelo F4 era equipado como motor de quatro cilindros em linha, desenvolvido com ajuda da Ferrari, e tinha 750 cm³ de cilindrada. Hoje, foi vitaminado para 998cm³ e, no modelo R312, preparado para superar os 300 km/h: as válvulas de aço foram substituídas por novas de titânio, que, de 29 mm de diâmetro, passaram para 30mm, com peso reduzido, de 27,6 g para 17,8 g, e molas reforçadas. O resultado é que, agora, o motor fornece 183 cv de potência a 12.400 rpm e torque de 11,5 Kgfm a 10.000 rpm.
O sistema de injeção eletrônica (Magneti Marelli) também foi alterado e remapeado, ganhando maior vazão e capacidade de processamento de dados, para atender às novas exigências. Tudo em conformidade com as rigorosas normas ambientais de emissões de poluentes Euro 3, que obrigam a uma ginástica ainda maior da engenharia da montadora, no sentido de conciliar variáveis opostas, como aumento de potência e manutenção dos níveis de poluição, dentro dos parâmetros exigidos.
Competição
O marketing da montadora não parou por aí. Em 2008, a marca vai disputar oficialmente o Mundial de Superbikes com o novo modelo, pilotado pelo inglês Carl Fogarty, ex-campeão da categoria. Se a moto é considerada a mais rápida do mundo, os freios têm que estar à altura. Na dianteira, estão dois discos de 320mm de diâmetro, equipados com pinças radiais Brembo. A traseira incorpora um disco, de 210 mm de diâmetro. As rodas em liga leve, com aro de 17 polegadas, também são produzidas pela Brembo. O quadro utiliza tubos de aço, em treliça, e o peso a seco é de 193 kg.
A F4 R312 conta ainda com sistema antitravamento da embreagem, para suavizar as reduções. As suspensões também são profissionais: na dianteira, garfo Marzocchi, com 50 mm de diâmetro, 129 mm de curso e múltiplas regulagens; na traseira, um amortecedor Sachs, com 130 mm de curso, também regulável, ancorado em bela balança monobraço. Apesar de inalterado desde o lançamento, o visual continua bastante atual, com faróis empilhados e escapes com quatro saídas, sob a rabeta. A nova F4 R312 custa, na Europa, 23.000 euros. O representante da marca no Brasil é a Izzo. Informações: (31) 3275-2711.