Apresentada há apenas dois anos, ainda como moto-conceito, no Salão de Milão de 2014, e exatamente um ano depois no Brasil, no Salão de São Paulo, em 2015, a big Trail Africa Twin, produzida em Manaus, Amazonas, começa a ser vendida no mercado brasileiro. A estratégia da montadora é reduzir custos para encarar a briga com modelos de peso e tradição no segmento, que têm no Brasil um importante mercado. Para tanto, optou por projetar uma moto com características bem mais compactas, para atacar exatamente o gigantismo dos modelos, que dificulta a mobilidade e a agilidade.
A nova CRF 1000L, cujo nome faz homenagem ao modelo que venceu o badalado rali Paris/Dakar no fim dos anos 1980, mas depois saiu de linha em 2003, chega ao mercado nacional em dezembro e vai custar R$ 64.900. Já a versão Travel Adventure, equipada com malas laterais e bauleto central de alumínio à prova d’água, além de proteção de motor tubular, para facilitar viagens, tem preço de R$ 74.900. Para reforçar o caráter de “pista” do novo modelo, a versão de cor branca (tem também a vermelha) foi inspirada no modelo antigo, campeão da disputa do rali Dakar, quando ainda era disputado na África.
COMPETIÇÃO O projeto do novo modelo também adota um visual nos padrões da família CRF, de competições, que desfila pelas trilhas e pistas do mundo, inclusive no Brasil, em identidade adotada pela marca, mantendo as dimensões propositalmente compactadas para o segmento, para que fique bastante maleável e ágil, facilitando tanto as manobras em velocidades elevadas no asfalto, na utilização turismo, mas sobretudo em circulação em terrenos mais acidentados, ou em baixas velocidades, mesmo com um motor de dois cilindros e 1000cm³.
Porém, a eletrônica foi implantada em grande escala. O controle de tração está presente em três níveis e também pode ser desligado para pilotagem mais radical. O motor, como diz o nome, é um “twin”, ou seja, um dois-cilindros em linha, de 999,1cm³, com quatro válvulas por cilindro e um arranjo de movimentação, que gera 90,2cv a 7.500rpm e torque de 9,3kgfm a 6.000rpm. Para monitorar, um painel digital disposto em forma vertical, com computador de bordo que lembra a configuração das motos de competição, para facilitar a visualização.
FACILIDADES Na hora de pilotar, o banco pode ser regulado na altura em 850mm e 870mm, assim como a altura do para-brisa, só que manualmente. A distância livre do solo de 250mm também contribui para vencer obstáculos mais radicais, assim como a roda dianteira com aro de 21 polegadas de diâmetro. Ultrapassa com mais facilidade as crateras da vida, mas perde agilidade na hora de fazer curvas e mudar de direção com rapidez. A transmissão final é feita por corrente, mais leve, porém exige manutenção constante, ao contrário do cardã, que equipa algumas das concorrentes.
A suspensão dianteira é invertida, com 230mm de curso. A suspensão traseira é tipo mono, com 220mm de curso. Os freios são equipados com sistema ABS. Na dianteira, são dois discos de 310mm de diâmetro, no formato wave. Na traseira, um disco simples de 256mm. O quadro obedece à arquitetura clássica, com semiberço duplo em aço. Porém, o peso fica estacionado em 212kg. O tanque, característica importante para longas viagens, comporta 18,8 litros, com reserva de 3,6 litros. O sistema de iluminação tem duplo farol na dianteira e LEDs na traseira.