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KTM 350 SX-F - A chave da velocidade

Novo modelo equipado com motor do tipo quatro tempos está fazendo história no mundial de motocross e será produzido não apenas para competições, mas também em escala comercial

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Com motor 350 cm³, a cross disputa competições na mesma categoria das 450 cm³

A marca austríaca de motocicletas KTM, especialista em modelos do tipo fora de estrada, mas que também produz motos de asfalto, surpreendeu o mundo quando apresentou em novembro de 2009 o modelo de cross SX-F, com 350cm³, para disputar o mundial da categoria em 2010. O espanto é que iria duelar com as marcas japonesas, equipadas com motores de 450cm³, na classe MX1, a principal da competição. Com o início do campeonato, verificou-se que a desvantagem dos 100cm³ a menos no motor foi amplamente compensada com maior agilidade e, principalmente, mais suavidade e progressividade do que as brutais 450cm³, resultando em maior velocidade final.

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O resultado disso é que o piloto italiano Antonio Cairoli (atual campeão mundial) já venceu provas, está no topo da tabela e é novamente candidato ao título, com um modelo intermediário, entre uma 250cm³ e uma 450cm³. O ceticismo dos japoneses virou dor de cabeça e uma migração para o novo formato não está descartada. Com isso, pode-se esperar um novo segmento, já que as motos de cross, normalmente, dão origem aos modelos de enduro, que acabam povoando as trilhas do mundo, inclusive do Brasil e de Minas Gerais. A nova KTM 350 SX-F é completamente inédita. Desde o motor, passando pelo quadro, suspensões e visual.

Desenvolvimento

Com o sucesso do modelo, a marca anunciou sua produção, não apenas para seu time de competições, mas em escala comercial, para desespero dos japoneses. A nova moto estará disponível já a partir de junho, como modelo 2011, e em seu processo de desenvolvimento contou com ajuda de pesos pesados do esporte. Um dos maiores entusiastas do projeto foi o ex-piloto belga Stefan Everts, atualmente responsável pela equipe KTM de cross e nada menos que 10 vezes campeão mundial, que também contou com ajuda do americano Mike Alessi, competidor do AMA Motocross, e do igualmente ex-piloto belga Pit Beirer.

A maior agilidade da moto é a chave de tudo. Para tanto, a marca quebrou uma tradição de anos. A suspensão traseira, do tipo mono, agora está equipada com bielas e links, ao contrário do tradicional sistema Progressive Damping System (PDS), sem bielas e links. Esse comportamento indica que novas motos da linha 2011 (que já começaram a ser lançadas) também adotarão o novo amortecedor, ao contrário da linha enduro, que deve permanecer com o PDS. O quadro é completamente novo, embora ainda seja construído em tubos de aço cromo molibidênio, em vez do alumínio, empregado em grande parte pela concorrência.

Elétrica

O propulsor, do tipo quatro tempos, com um cilindro e 349,7cm³, está equipado com injeção eletrônica de combustível, quatro válvulas, refrigeração líquida e a mordomia da partida elétrica. A potência é outro pulo do gato. Desenvolve 59cv, ficando muito próximo da potência das motocicletas de 450cm³ com quem compete no mundial, porém, com muito mais agilidade, graças a um quadro mais compacto, além de maior suavidade e progressividade no motor. Um equilíbrio que se mostrou eficiente e veloz contra as furiosas 450cm³. Contou também com generosa ajuda da eletrônica embarcada, que faz a gestão do propulsor.



Nessa linha, a KTM já tinha ousado, lançando um modelo fora de estrada equipado com os cada vez mais raros motores do tipo dois tempos, de 300cm³ e partida elétrica. A suspensão dianteira da nova SX-F 350 é uma White Power, desenvolvida especialmente para o modelo, com tubos de 48mm de diâmetro. A balança da suspensão traseira é em alumínio, assim como os aros de rodas e o guidão. O escape é Akrapovic, o freio dianteiro a disco, com 260mm de diâmetro. O traseiro, também a disco, tem 220mm. O tanque comporta sete litros, o câmbio tem cinco velocidades e o peso a seco é de 102 quilos.