A Kawasaki do Brasil vai importar, a partir de julho, o modelo Ninja ZX-14. Uma motocicleta esportiva que, além do desempenho puro, oferece conforto, equipada com um motorzão de quatro cilindros em linha de 1.352 cm³, capaz de ultrapassar a barreira dos 300 km/h de velocidade final. Quase um avião sem asas, que também é capaz de rodar devagar, sem castigar tanto o piloto, com uma ergonomia para malabaristas, como nas superesportivas puras. Ao contrário, a Ninja ZX-14, que pode ser classificada como uma esporte touring, tem um pacote de conforto que permite até longas viagens.
Neste quesito, há uma versão, levemente alterada, equipada com bolsas laterais e outros itens de turismo e conforto, para piloto e garupa, batizada de GTR 1400 Concours. A Ninja ZX-14 nasceu em 2006, para rivalizar com a Suzuki Hayabusa 1300, que tinha o título de moto mais rápida do mundo. Uma disputa entre as montadoras, para ver quem tem mais tecnologia e ousadia, oferecendo um foguete “pilotável” por consumidores comuns. Com estas credenciais, a ZX-14 chega oficialmente ao mercado brasileiro a partir de julho ao preço de R$ 61.990 em sua rede de concessionárias.
Veja a galeria completa da Kawasaki Ninja ZX-14!
O desafio de projetar um modelo capaz de oferecer parâmetros aparentemente tão distintos e incompatíveis, como velocidade e conforto, começa na aerodinâmica. A carenagem foi desenvolvida em túnel de vento, para conseguir vencer a verdadeira muralha de ar, formada a partir de velocidades mais elevadas, além de não expor o piloto. Para tanto, também precisa de um propulsor com fôlego para vencer as forças contrárias, ao mesmo tempo que permita ao freguês ir à esquina comprar pão, em ritmo domingueiro. Uma equação resolvida com propulsor de quatro cilindros em linha, equipado com injeção eletrônica e refrigeração líquida.
O motor desenvolve 193cv a 9.500rpm, além de um reforço de mais 10cv em altas velocidades, exatamente quando mais se precisa, indo para nada menos que incríveis 203cv, com o efeito da pressurização da mistura, por meio da grande tomada de ar localizada estrategicamente bem no bico e centro da carenagem, que cria uma espécie de efeito turbo, ou anabolizante natural, cujo único efeito colateral é aumentar a musculatura do motor para vencer a barreira aerodinâmica e superar os 300 km/h. O torque é de 15,7kgfm a 7.500rpm. Números que permitem rodar também em baixas velocidades, deixando a moto bem mais versátil.
A linha de modelos da Kawasaki, em Manaus, agora possui os dois extremos: de um lado a irmã caçula, Ninja 250, que passa a ter a companhia da maior de todas, Ninja ZX-14 importada. O visual tem como destaque a bateria de faróis, dispostos como um colar na dianteira da carenagem. Uma solução encontrada pela engenharia para não interferir no formato exigido para melhorar a aerodinâmica. Detalhes como o desenho do para-lamas dianteiro, dos espelhos retrovisores e da rabeta também foram levados em consideração para proporcionar menor arrasto em altas velocidades, além de preservar a estabilidade direcional.
Com tanta velocidade, a Ninja ZX-14 também conta com um eficiente sistema de freios. Na dianteira, são dois discos de 310mm de diâmetro e na traseira um disco simples de 250mm de diâmetro. A suspensão dianteira invertida tem tubos de 43mm de diâmetro e 116,8mm de curso. A suspensão traseira é do tipo mono, com 121,9mm de curso. Ambas reguláveis. O quadro é em alumínio, com reforços para resistir às grandes forças resultantes de altas velocidades. Entretanto, o peso a seco é de 257kg. As rodas são em liga leve, com aros de 17 polegadas, e o tanque comporta 22 litros. O painel mescla elementos analógicos e digitais.