A montadora japonesa Kawasaki, um enorme conglomerado de indústrias, do qual as motocicletas fazem parte, custou para descobrir o Brasil. Resolveu investir no país construindo uma fábrica em Manaus, inaugurada oficialmente no último dia 7, para ir descontando o atraso e as mazelas geradas pela ausência. Com a fábrica, está nacionalizando a produção, que inclui o modelo naked (sem carenagem) Z 750, que pela primeira vez na história da marca está sendo montado fora da fábrica de Akashi, no Japão. Uma operação que começou com o envio do nosso combustível, que contém álcool, para que a engenharia japonesa fizesse os ajustes.
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Posteriormente, as motos vieram para o Brasil, para os testes práticos e homologação, em um trabalho chamado de tropicalização. Vencida a etapa, as motocicletas foram para as ruas, por meio de uma rede de concessionárias próprias e ainda em implantação, como a naked Z 750, que ainda tem a irmã maior Z 1000, da qual é derivada. Para lançar a Z 750, que já está no mercado há 5 anos, a Kawasaki optou por encolher o motor da Z 1000, que por sua vez foi herdado da superesportiva ZX-9R. Uma curiosa operação, pois, normalmente, os motores são aumentados, e não reduzidos.
Roupagem
Curioso também é o formato naked, já que as montadoras gastam vultuosas somas para desenvolver mirabolantes e aerodinâmicas carenagens, além de motores de alta performance, para depois lançar as respectivas versões peladas, retirando exatamente as sofisticadas roupagens, ajustando também os mesmos motores, em configurações amansadas, para atender as novas características do segmento. O resultado, porém, é bastante favorável, já que as motos do segmento naked são mais versáteis, podendo circular com desenvoltura e, principalmente, conforto, tanto nas cidades quanto nas estradas, além de contar com preço mais atraente.
A Kawasaki Z 750 é equipada com motor de quatro cilindros em linha, de 748cm³, 16 válvulas, refrigeração líquida e injeção eletrônica, que desenvolve 106cv a 10.500rpm e um torque de 8,0kgfm a 8.300rpm. O câmbio tem seis marchas, a suspensão dianteira é invertida, com tubos de 41mm de diâmetro e 120mm de curso. A suspensão traseira é do tipo mono, com 124mm de curso. O freio dianteiro tem duplo disco, com 300mm de diâmetro e formato margarida. O freio traseiro tem 250mm de diâmetro e também o formato margarida. O tanque de combustível comporta 18,5 litros e o peso a seco é de 226kg.
Andando
O som do motor quatro cilindros em linha é redondo e reverbera agradável pelo escape de ponteira única e larga, como um megafone, que reúne duas saídas. Uma engenhosa solução, que convida o piloto a acelerar. A dianteira é previsível, mas o comportamento do conjunto traseiro exige atenção, especialmente no ataque das curvas mais radicais. Em compensação, os freios permitem extravagâncias, com uma atuação poderosa e precisa. O freio traseiro poderia até mesmo ter um diâmetro menor, sem comprometer a performance. O motor responde sem reclamar, com bom torque, o que permite rodar nas cidades sem estresse.
A posição de pilotagem é relaxada, mas encaixada, com banco do tipo dois andares, herança das motocicletas superesportivas. As pedaleiras são mais recuadas e o guidão fica em posição mais elevada. O quadro, entretanto, é diferente e não tem a mesma rigidez de torção. Sua arquitetura é em viga central e aproveita a carcaça do motor como parte integrante. O visual é agressivo, com uma pequena carenagem, que abriga um ótimo conjunto óptico de faróis assimétricos. O painel, completo, forma uma espécie de topete, que, embora diminuto, tem sua função aerodinâmica. Na traseira, farolete com LEDs. A Kawasaki Z 750 pode ser encontrada na Moto Cidade (31) 3378-8000 por R$ 35.990, já incluídos frete e seguro de transporte.