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Honda VTX 1800C - Cheia de saúde

Nova moto tem motorzão de dois cilindros em V, de 96,5 cv, que gera bom torque e proporciona muito conforto em estradas. Visual mistura cromados e pintura estilizada

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Foto:

Na versão arrojada, pintura Fire é preta, com chamas estilizadas

Na ficha técnica das motos do tipo custom/cruiser, como a enorme Honda VTX 1800, importada dos Estados Unidos e comercializada pela rede de concessionários credenciados da marca, o item mais valorizado é o torque. Uma espécie de atestado de saúde do motor, que pode ser traduzida em torque de 15,9 Kgfm a (apenas) 3.000 rpm, capaz de levar o piloto a arrancadas alucinantes, nas quais o mundo fica para trás, em câmera lenta, nos retrovisores. Também proporciona passeios em baixa velocidade, com a mesma competência.

O motorzão tem dois cilindros em V (inclinados em 52 graus), 1.795 cm³ de cilindrada, refrigeração líquida, injeção eletrônica, três válvulas e duas velas por cilindro. Além do torque elevado, ele gera 96,5 cv de potência a 5.000 rpm. Uma combinação que faz do acelerador uma das maiores virtudes do modelo, não importando nem a marcha, nem a velocidade. Basta 'enrolar o cabo', que o propulsor responde na hora, com um soco na boca do estômago, viciando o piloto, que fica dependente da poderosa sensação de arrancada.

Navio

Com quase 2,50 m de comprimento e 321 quilos, as dfimensões e peso impressionam


Mas a dimensão (quase 2,50 m de comprimento) e peso (321 kg) avantajados transformam o modelo em um navio no trânsito, pois encalha sem a menor cerimônia nos congestionamentos, com um agravante: o motor esquenta e aciona a ventoinha do radiador, que sopra o ar quente no engarrafado piloto. Essa penitência desaparece nas estradas.

Classificada como Long and Low (longa e baixa), a VTX 1800 tem banco superconfortável, a apenas 700 mm do solo, e pedaleiras lá na frente, em vez de plataformas, que mantêm as pernas esticadas. Essa ergonomia cria um interessante efeito. Com as pernas esticadas, os calcanhares ficam mais próximos do chão e raspam, com as pedaleiras, em curvas um pouco mais radicais. Não dá para abusar, já que, por ser baixa (apenas 130 mm do solo) e ter grande distância entre-eixos (1.715 mm), sua praia é mesmo as retas, de preferência com asfalto bem liso. A velocidade final beira os 200 km/h, mas a falta de proteção aerodinâmica obriga a uma redução no ritmo de viagem.

Esportiva

A versão escolhida para ser importada é a que tem acabamento e características mais esportivas e menos clássicas. A suspensão dianteira, como nas superesportivas, é invertida, com 130 mm de curso. A suspensão traseira tem dois amortecedores, com 100 mm de curso, e possibilidade de fácil regulagem. As rodas são em liga leve, com aro de 18 polegadas na dianteira e 16 na traseira, calçadas com pneu de 130/70, na dianteira, e um enorme 180/70, na traseira. Os freios têm o prático sistema CBS (combined brake system), que aciona as duas rodas automaticamente.

Na roda dianteira, estão dois discos de 296 mm e, curiosamente, na traseira há um disco ainda maior, de 316 mm. O câmbio tem cinco marchas, com transmissão por cardã, e faz um assustador barulho entre a primeira e a segunda marchas. O modelo tem painel, com velocímetro no guidão e luzes de advertência sobre o tanque (de 18 litros), que, porém, são pouco visíveis. Estranha é a posição da chave (com sistema antifurto), junto ao motor e separada da tranca, que fica na coluna do quadro, feito em tubos de aço. O visual é cheio de cromados, com um único escape superlongo, e farol destacado. A VTX avaliada foi cedida pela By Moto Valadares e custa R$ 74 mil. Informações: (033) 2101-8888.