A Honda apresentou na Espanha (ainda sem preço estipulado) o novo modelo Vision 110, que chama pomposamente de scooter global e que vai chegar ao mercado a partir de julho, inicialmente na Europa, já como versão 2012, e, depois, como indicam suas pretensões, no resto do mundo. O Brasil também é candidato a entrar na fila, já que o novo scooter pretende reunir características de robustez, facilidade de condução, economia e baixa manutenção. A montadora faz questão de lembrar que essas virtudes estavam presentes no célebre modelo Dream e suas muitas versões, que desde o lançamento, em 1958, até a atualidade, já vendeu cerca de 60 milhões de unidades em todo o mundo.
O novo modelo Vision 110 pretende ser uma espécie de continuidade do Dream, com desenho e tecnologias atuais. Uma empreitada complicada, especialmente pela competitividade das centenas de modelos disponíveis, exatamente com o mesmo objetivo. As armas do novo Vision 110 estão presentes na mecânica mais robusta, representada por um motor de um cilindro e 108cm³, do tipo quatro tempos, com refrigeração a ar e duas válvulas. Sem a refrigeração líquida, perde em performance, mas ganha no custo e no peso. Por outro lado, a modernidade da injeção eletrônica está presente, além do sistema de frenagem combinada CBS.
CORAGEM O motor, que desenvolve 8,4cv a 8.000rpm e torque de 0,89kgfm a 6.500rpm, fica acoplado diretamente à roda traseira, abrindo espaço para o porta-malas embaixo do banco, com capacidade para um capacete fechado. Só não é maior em função do tanque de combustível de 5,5 litros, que também fica sob o banco, e das rodas de liga leve maiores, com aros de 14 polegadas de diâmetro. Uma divisão de espaço difícil de resolver, que acabou sacrificando um pouquinho o tamanho do porta-malas, um dos maiores predicados de um veículo urbano para transportar pequenos objetos.
Para tentar compensar em parte, o escudo frontal tem dois porta-objetos mais caprichados e na traseira uma garupeira preparada para receber um bauleto. Por outro lado, as rodas maiores suportam melhor as irregularidades do piso, que nem sempre é perfeito, especialmente para um veículo com aspirações mundiais, que incluem o Terceiro Mundo. Para afagar ainda mais esses mercados carentes, mas emergentes, a montadora teve a ousadia e coragem de anunciar o consumo: 52km/l, medidos a 60km/h, em condições controladas. Um vespeiro na certa, já que a forma de pilotar e as condições de uso e geográficas (cidades cheias de morros, como Belo Horizonte) variam drasticamente, alterando diretamente o consumo para números bem diferentes dos conseguidos pela fábrica em situações laboratoriais.
FREIOS Os freios não são equipados com sistema antitravamento ABS, mas contam com o mecanismo CBS, que atua nas duas rodas simultaneamente. Quando o piloto aciona o manete esquerdo, os freios das duas rodas são ativados, com a pressão distribuída entre a dianteira e a traseira. O manete direito, porém, só aciona o freio dianteiro, que é a disco, com um bom diâmetro de 220mm. Já o freio traseiro é a tambor, com 130mm de diâmetro. A suspensão dianteira é convencional, telescópica, enquanto a traseira tem amortecedor único, deslocado para a esquerda da roda, em função do motor, que fica acoplado à direita.
O scooter Vision 110 tem as mordomias urbanas de praxe, como partida elétrica, embreagem e câmbio automáticos, além de painel completo, com marcador de nível de combustível, facilidade de embarque e desembarque proporcionado pelo vão central e o banco a 755mm do chão. O peso em ordem de marcha, ou abastecido, é de 102kg. Visualmente, o novo Vision tem bastante semelhança com a nossa Biz 125, que, entretanto, tecnicamente é uma motoneta, com câmbio mecânico. A semelhança técnica fica com o scooter Lead 110, que, porém, tem motor equipado com refrigeração líquida, enquanto o Vision conta com refrigeração a ar. O Vision, portanto, ficaria encaixado entre os dois modelos no mercado nacional.