A Honda lançou seu modelo popular, tipo pé-de-boi com mecânica baseada na ressuscitada Biz 100 e batizado de Pop 100, com um preço sugerido, em São Paulo, sem frete e seguro, de R$ 3.990. Em Minas Gerais, com o frete (que todo mundo tem que pagar, inclusive São Paulo), e seguro, o preço final estimado, deverá subir para cerca de R$ 4.400, em fevereiro, quando chegar nas concessionárias. Entretanto, se a mecânica é robusta e conhecida, o visual é um espanto. Lembra uma Mobilete tunada e é de longe o ponto mais controvertido.
Parece que a Honda cansou de ser clonada e atacada pelos modelos asiáticos de baixa cilindrada e baixo custo, fabricados aos milhares, e seguiu o ditado popular. “Se não pode com eles, junte-se a eles”. O desenho tem uma estética oriental diferente de tudo, com cobertura plástica que cobre o novo quadro integrada a uma carenagem de farol, lembrando o da Falcon, com painel muito simples, composto de um retângulo com velocímetro, hodômetro e luzes de advertência. Com esse pacote, a Pop 100 não se parece nem com um scooter, nem com uma moto, que a Honda chama de categoria Family.
Entrada
A montadora tem certeza de que o consumidor vai aceitar o visual, o preço e, principalmente, o peso de sua marca, já que projetou um volume de vendas de 150 mil unidades já em 2007, que transformarão a Pop 100 em seu terceiro modelo mais vendido e a moto de entrada, acessível à base da pirâmide econômica, as classes C e D. Para isso, reduziu custos em que julgou possíveis. Suprimiu o cavalete central, a embreagem automática da Biz 100 e dotou a Pop 100 de embreagem de acionamento manual. Ao contrário da Biz, o câmbio não é rotativo e não volta da 4ª marcha para a 1ª. Para ligar, só o pedal de partida, que funciona apenas em ponto morto.
Porém, o preço poderia ser menor, já que está bem acima da concorrência, como a Sundown Hunter 90, por exemplo, vendida com partida elétrica, painel com conta-giros e cavalete central, por R$ 3.400. O motor, um clássico monocilindro refrigerado a ar de 97,1 cm³, que equipou a C 100 Dream (com milhões de unidades vendidas pelo mundo), teve o comando de válvulas alterado e fornece 6,5 cv a 8.000 rpm e torque de 0,72 kgfm a 5.000 rpm. O quadro é novo, com um tubo central de maior diâmetro e tubos laterais, que ficam aparentes. O guidão também é diferente. É bastante alto, assim como o pára-lamas dianteiro, descolado da roda, já prevendo uso em estradas não pavimentadas, pelo interior do Brasil.
Leve
O comportamento dinâmico, inclusive com garupa (em uma pista plana), revelou um modelo fácil de pilotar, leve (85 kg a seco), com respostas ágeis do motorzinho. O conforto do banco largo da Biz foi preservado e se abre para dar acesso ao tanque de combustível, com capacidade para qualtro litros e ao jogo de ferramentas. Porém, o prático e muito útil porta-malas foi sumariamente eliminado. Na suspensão dianteira, garfo telescópico, com 100 mm de curso. Na traseira, dois amortecedores, pintados de amarelo, com 83 mm de curso.
O enorme guidão, proporciona ergonomia mais ‘em pé’ de pilotagem, própria para deslocamentos urbanos. Os freios também são os mesmo da Biz. Tambores nas duas rodas, com 110mm de diâmetro. As rodas também são da ‘prima’ Biz, com aro de 17 polegadas na dianteira, com pneu 60/100 e 14 polegadas na traseira, com pneu 80/100. O farol tem lâmpada de 32W e a bateria é selada. Serão quatro cores: vermelha (com banco vermelho), amarela, azul e prata, com bancos cinza. Informações: 0800 701-3432.