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Honda POP 100 - Pé-de-boi, mão-de-vaca

Extremamente fácil de pilotar, nova moto é o modelo de entrada, que tem as grandes cidades como hábitat, e chega para suprir deficiências de transporte urbano

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Foto:

Idealizada e projetada no Brasil para ser a moto de entrada da marca líder, a Honda Pop 100 chega ao mercado com escancaradas características de robustez e simplicidade, para suportar um verdadeiro massacre na utilização impiedosa da lida no dia-a-dia, de norte a sul do país, com particularidades tão distintas, ou virar uma espécie de solução de transporte para milhares de usuários, carentes de condução pública urbana rápida e eficiente. Para solucionar esta equação a Honda, preparou um modelo do tipo pé-de-boi, sem qualquer sofisticação, e que chega nas revendas por R$ 4.490, já com frete e óleo. A Honda conta com o peso de sua rede de 650 concessionárias e o nome da marca para tornar a Pop o seu terceiro modelo mais vendido, com 150 mil unidades projetadas para este ano.

O motor de um cilindro, do tipo OHC (Over head camshaft), é praticamente o mesmo da conhecida C 100 Dream, que virou C Biz 100, com milhões de unidades vendidas em todo o mundo, mas com alterações no comando de válvulas, para privilegiar o torque (que agora é de 0,72 Kgfm a 5.000 rpm), enquanto a potência é de 6,5 cv a 8.000 rpm. Para baratear, a fábrica suprimiu a partida elétrica e a prática embreagem automática (presente na Biz), ressuscitando o manete. O curioso é que o aparente retrocesso foi saudado pelos interessados e potenciais usuários que viam a moto na rua.

Economia

Visual é polêmico, com carenagem de plástico cobrindo parte do quadro


Também para economizar, a Honda eliminou o cavalete central e câmbio (com marchas para baixo) rotativo de quatro velocidades. Ficou menos prático no trânsito (mas com jeito de moto), já que de quarta não dá para voltar para o neutro, além de só ligar com o câmbio em ponto morto. Difícil também é a posição da tranca do guidão: quase secreta, exige contorcionismo para ser acionada, em um equipamento que deveria ser prático e acessível em uma moto urbana, que estaciona a toda hora.

O painel também é espartano e só tem velocímetro, hodômetro total e luzes de seta, farol alto e neutro. O ótimo porta-malas (embaixo do banco) também foi para o espaço, já que o tanque (de 4 litros, sem marcador de nível) teve que ser deslocado para a frente. Mas, para abastecer, ainda é necessário levantar o banco, herdado da Biz. Bastante largo, amplo e confortável, ele é uma verdadeira poltrona para rodar no dia-a-dia, inclusive para a garupa, que tem alças traseiras para segurança.

Peixe

Andando, a Pop 100 surpreende. No trânsito, é um peixe dentro d’água, apesar do retrocesso no câmbio e na embreagem. Tem mobilidade incrível, graças ao enorme ângulo de esterçamento do guidão, ao baixo peso (85 kg a seco), que permite simplesmente ignorar trânsito pesado ou engarrafado. O aumento de torque do motor foi acompanhado de uma relação de marchas mais curta, que deixa a pop 100 bastante esperta, inclusive nas subidas mais fortes, e muito fácil de guiar nas cidades. Na estrada, é o contrário. O motor ‘esgüela’, para manter velocidade compatível.

O quadro foi alterado em relação à Biz, e tem tubo central de maior diâmetro e tubos laterais aparentes. Para ‘esconder’ a viga central, a Pop ganhou uma estranha decoração de plástico, que lembra o da falecida Mobilete. Já o farol (parecido com o da Falcon) tem uma minicarenagem. Este espantoso visual criou reações radicais, dividindo as opiniões quanto à ‘simpatia’ do conjunto. As rodas são as mesmas da Biz, com aro de 17 polegadas na dianteira e 14, na traseira. O pára-lamas dianteiro é afastado da roda, pronto para encarar estradas de barro. Os freios (a tambor, com 110 mm) são precisos e confiáveis. Já o consumo fica acima dos 40 km/l, justificando a fama de ‘mão-de-vaca’ do motor. A Pop 100 avaliada foi cedida pela By Moto, telefone (31) 2122-0061.