Apresentada ainda como exercício estilístico no Salão de Tóquio de 2005, a Honda DN-01 chegou ao mercado em 2008, representando uma ousada fusão de estilos. Classificada pela montadora como sport cruiser, na verdade incorpora conceitos das motocicletas do tipo custom e cruiser, além dos scooters. Uma mistura que juntou as qualidades de cada segmento em benefício do piloto. O visual futurista ainda choca e divide opiniões. Porém, não passa despercebido, conservando as formas sem retoques no modelo 2009, assim como a mecânica. Esta, por sua vez, acompanha a ousadia, com um câmbio totalmente novo e revolucionário.
Batizado com o pomposo nome de Human Friendly Transmission (HFT), ou transmissão amigável ao piloto, ao contrário dos scooters tradicionais não tem as correias e polias do sistema CVT. É totalmente hidráulica, com um complexo sistema de bomba e válvulas, que permite um comportamento suave, progressivo e sem interrupções. A embreagem também é automática. Com esse conjunto, a pilotagem se assemelha a dos scooters, ou seja, basta acelerar e frear. Entretanto, se o piloto desejar, tem à disposição o modo D, drive, com seis velocidades pré-selecionadas, e o S, sport, com as mesmas marchas, porém, com limite de giros maior, para conduções mais apimentadas.
Manual
Se o piloto quiser tem ainda o modo M, manual, no qual, por meio de um botão no punho do guidão, pode comandar a hora da troca das marchas. A engenharia da marca estuda a adoção desse sistema de transmissão em outros modelos de sua linha, mas, por enquanto, é exclusivo da DN-01. O pioneirismo, entretanto, tem um toque de passado. O nome incluiu as raízes da montadora, pois o D vem de dream, sonho em inglês e nome do primeiro modelo da marca, o N de new, ou novo, apontando para o futuro, e 01 por ser o primeiro desse novo segmento. Uma aposta em nova tendência, que sinaliza na direção de modelos múltiplos e práticos.
A DN-01 tem no câmbio e na embreagem automáticas características da praticidade urbana dos scooters, assim como o visual da dianteira. Já as rodas de liga leve, com aros de 17 polegadas, lembram as motos esportivas. O banco, largo e baixo (690mm de altura), estilo poltrona, assim como as pedaleiras, tipo plataforma, proporcionando pés esticados, são elementos clássicos das motocicletas custom. Já a traseira e o escape são similares às motos tradicionais, bem como o motor, um genuíno dois cilindros em V, com 680cm³ e inclinação de 52 graus, que também equipa os modelos Trasalp e Deauville.
Combinada
O propulsor conta com injeção eletrônica de combustível e refrigeração líquida, desenvolvendo potência de 55cv a 7.500rpm e torque de 6,5kgfm a 6.000rpm. O sistema de freios conta com ABS e CBS, que gerencia, combina e distribui a frenagem nas duas rodas. O piloto aciona o freio de uma das rodas e o da outra passa a atuar automaticamente, além de também distribuir a pressão entre as duas rodas. Na dianteira são dois discos de 296mm de diâmetro, mordidos por pinças de três pistãos. Na traseira, um disco simples de 276mm de diâmetro, com pinça de dois pistãos.
A suspensão dianteira é convencional, com tubos de 41mm de diâmetro e 106mm de curso. A suspensão traseira é do tipo mono, ancorada em monobraço, por onde passa também o sistema de transmissão final por eixo cardã e tem 120mm de curso e possibilidade de regulagem. O quadro tem dupla trave para aumentar a rigidez e é construído em tubos de aço. O painel é completo e totalmente digital, podendo também ser acoplado ao sistema de navegação por satélite GPS. O peso em ordem de marcha, ou abastecida, atinge respeitáveis 270kg. A distância entre-eixos, com 1.605mm, ajuda no conforto em viagens mais longas. A Honda DN-01 chega ao Brasil via importação independente.