De Indaiatuba, SP - Produzido no Brasil desde 2001, em Manaus, mas até então totalmente destinado a exportação para o mercado dos Estados Unidos, o modelo fora de estrada CRF 150F agora também está sendo comercializado no mercado nacional. Para tanto, o único ajuste exigido foi na carburação, regulada para nosso combustível, com adição de etanol. O modelo pretende explorar um nicho bem específico de mercado destinado a um público jovem que está ingressando no segmento do fora de estrada, especialmente como lazer, subindo os primeiros degraus em uma espécie de motoescola da poeira. Uma motocicleta robusta, descomplicada e de fácil manutenção, exclusivamente voltada para o fora de estrada.

Entretanto, diferentemente de sua irmã imediatamente maior e próximo degrau na linha Honda, a CRF 230F, também comercializada no Brasil, não vem com farol, o que limita sua utilização para o período com luz natural. Por outro lado, para facilitar a vida do piloto, está equipada com uma obediente partida elétrica e bateria selada. O motor de um cilindro do tipo quatro tempos, OHC (Over Head Camshaft), com 149,2cm³ de cilindrada e arrefecimento a ar, é semelhante ao da NXR 150 Bros, também pertencente à linha nacional da marca, e fornece 14cv a 8.500rpm e um torque de 1,33kgfm a 6.500rpm. Números compatíveis com o tamanho e tipo do motor, auxiliados por uma relação final de transmissão mais curta.

A soma de uma surpreendente força em baixos giros, proporcionada pela combinação de um bom torque e uma relação final mais curta, com coroa de 47 dentes, permite a adoção de um câmbio com cinco velocidades, deixando a tocada no fora de estrada bastante facilitada. Característica importante e bem-vinda para quem está começando. Porém, o peso a seco declarado, 101kg, é muito elevado para um modelo de apenas 150cm³, sem farol e sem radiador. Outra característica é o aro dianteiro, calçado corretamente com pneu tipo cross 70/100, mas com medida de 19 polegadas de diâmetro, em vez dos maiores e mais apropriados para superar buracos e obstáculos, com medida de 21 polegadas de diâmetro.

A moto fica mais arisca e visualmente mais harmônica. Afinal, é apenas uma 150, mas também mais vulnerável em sua proposta. O aro traseiro, calçado com pneu cross 90/100, tem diâmetro de 16 polegadas. Guidão e pedaleiras mais largos, assim como o banco estreito com prolongamento sobre o tanque, facilitam o constante deslocamento do piloto nos movimentos típicos do fora de estrada e a posição em pé, frequentemente usada para superar obstáculos. O conjunto proporciona boa posição de pilotagem, fazendo desaparecer os traços de obesidade relativa entre tamanho da moto e balança. A altura do banco em relação ao chão é de 832mm, enquanto a distância livre ao relação ao solo é de 257mm.

As alturas são compatíveis com um modelo fora de estrada de 150cm³, que tem foco em iniciantes e teoricamente não exageradamente mais altos. O quadro é do tipo berço semiduplo em tubos de aço. Na parte inferior fica afixado o indispensável e sempre castigado em situações de fora de estrada peito de aço, que protege o motor. O tanque de combustível comporta 7,2 litros, incluindo a reserva de 1,6 litros. A suspensão dianteira é do tipo telescópica convencional, não invertida, com 230mm de curso. Na parte de cima, conta com guarda-pó do tipo sanfonado. A suspensão traseira é do tipo mono, com links e 227mm de curso. O amortecedor permite regulagens da pré-carga da mola.