De Indaiatuba, SP - Disputando um mercado cada vez mais segmentado, a Honda foi buscar na Tailândia o pequeno modelo esportivo CBR 250R, que havia mostrado no Salão das Duas Rodas em outubro de 2011, para disputar a preferência do consumidor brasileiro com as concorrentes Kawasaki Ninja 250 (também tailandesa), Kasinski Comet GT-R 250 e da recém-lançada Dafra Roadwin 250, ambas provenientes da Coreia do Sul. Montada em Manaus, Amazonas, entretanto, pode ser nacionalizada se o mercado corresponder. O modelo tem desenho nitidamente inspirado nas primas superesportivas maiores da linha CBR e na esporte touring VFR 1200.
A carenagem integral conta com o sistema de dupla pele, que esconde os parafusos e acabamentos, deixando a superfície lisa, exatamente como na VFR 1200. Já a pintura e o tanque lembram as primas e tias nervosas CBR superesportivas. Sua utilização, porém, pretende ser mais amigável, incluindo os deslocamentos urbanos, para um público-alvo que ingressa na categoria e usa a moto no dia a dia como transporte e nos fins de semana como lazer. Uma situação aparentemente contraditória, pois, cotidianamente precisa de conforto e robustez, exatamente o contrário da pretensa esportividade exigida nos fins de semana.
ANDANDO Para tentar conciliar os extremos, a CBR 250R tem uma posição de pilotagem menos radical, apesar de contar com semiguidões e pedaleiras mais altas para proporcionar maiores ângulos de inclinações. A ergonomia permite rodar no trânsito em posição ortopedicamente menos torturante. O painel futurista, com tela digital e conta-giros analógico, agrada. Também contribui o bom torque de 2,34kgfm a 7.000rpm, fruto de um mundialmente inédito motor de duplo comando (DOHC), com balancins roletados, que compensam a preguiça inicial nas subidas de giros e arrancadas, característica proporcionada pelas quatro válvulas. Para dar mais fôlego ainda ao motor de um cilindro e 249,6cm³ de cilindrada o câmbio tem seis marchas.
Na estrada, a porção esportiva se manifesta em boa proteção aerodinâmica da bolha, que permite conservar velocidades mais elevadas, sem desconforto e nas linhas seguras durante as curvas. Contribuem para isso os pneus esportivos sem câmera, calçados em rodas de liga leve em aros de 17 polegadas, com medidas de 110/70 na dianteira e 140/70 na traseira, que é o maior da categoria. A suspensão dianteira, telescópica convencional (não invertida), tem tubos de 37mm de diâmetro e 130mm de curso. A suspensão traseira, do tipo mono, tem 104mm de curso. Ambas foram recalibradas (endurecidas) para enfrentar as nossas condições, ganhando de quebra mais esportividade.
Outras modificações foram exigidas no projeto para rodar no Brasil. O sistema de arrefecimento foi otimizado para suportar o calor e o mapeamento do motor ajustado para o nosso combustível com adicional de etanol. O fluido do sistema de freios também foi alterado no modelo produzido globalmente na Tailândia e também na Índia.
Os freios são destaque na pequena esportiva CBR 250R. Na dianteira, um disco de 296mm de diâmetro, com pinça de três pistãos e na traseira um de 220mm. Transmitem bastante segurança. Para aumentar ainda mais a eficiência, podem ser equipados opcionalmente com o sistema C-ABS.
Esse tipo de controle de freios impede o travamento das rodas e distribui a força da frenagem entre as rodas, independentemente da ação do piloto. Porém, aumentam o peso a seco em 4kg, passando para 154kg, em uma já discreta obesidade. O quadro em tubos de aço, do tipo diamond, e o enorme escape lateral em aço com catalisador, contribuem para forçar a balança. O propulsor (o mesmo que equipa a on-off CRF 250L, que também será lançada no Brasil), equipado com injeção eletrônica, fornece razoáveis 26,4cv a 8.500rpm por ser de apenas um cilindro, mas não faz milagre e fica atrás das concorrentes Ninja 250, com dois cilindros em linha e 33cv e da Comet GT-R 240 com dois cilindros em V e 32,5cv, mas ganha da Dafra Roadwin 250, com 24cv e também um cilindro. O preço sugerido, sem frete e seguro, é de R$ 15.490 e de R$ 17.990 para a versão com C-ABS.