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Gilera Fuoco 500ie - Três é bom

Nova moto da marca italiana adota arquitetura diferente, com duas rodas na dianteira e uma na traseira, que têm a função de oferecer mais segurança em curvas e frenagens

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Equipada com três rodas, a Gilera Fuoco 500ie consegue a proeza de não se comportar como um triciclo clássico, mas como um legítimo scooter. A tecnologia foi desenvolvida pela italiana Piaggio, que lançou, em 2006, o modelo MP3, equipado com motor de 250 cm³ e com o mesmo tipo de construção: duas rodas na dianteira e uma na traseira. Um ano depois, a Gilera segue a mesma trilha, apresentando o modelo Fuoco, mas com motor vitaminado (cilindrada subiu para 500 cm³) e uma proposta para encarar até um fora-de-estrada leve.

As semelhanças não são meras coincidências. Nascida em Milão, na Itália, em 1909, com Giuseppe Gilera, a marca foi encampada pela Piaggio, em 1969. O nome foi mantido, assim como o símbolo (dos dois anéis entrelaçados), mas a sinergia no desenvolvimento dos modelos foi inevitável, gerando interessantes variações sobre um mesmo tema. O Gilera Fuoco 500ie é um bom exemplo. Trata-se de um veículo que pretende facilitar a pilotagem diária, e oferecer mais segurança em curvas e frenagens, por exemplo.

Câmbio e embreagem são automáticos, como nos scooters tradicionais


Breque
Cada uma das três rodas tem disco de freio com 240 mm de diâmetro, equipado com pinças de duplo pistão, oferecendo maior poder de desaceleração quando comparado com o de seus primos de duas rodas. Segundo o fabricante, a eficiência das brecadas aumenta 20% em situações normais e até 24% em situações de baixa aderência, como piso molhado. Na hora de contornar as curvas, o raciocínio é semelhante, já que são três pontos de apoio no chão, em vez de apenas dois.

Também é possível incliná-lo, como um scooter convencional, em cerca de 40 graus, e até frear dentro de curvas. Tudo isso é possível graças ao engenhoso sistema da suspensão dianteira, desenvolvido pela Piaggio, que tem um curso de 85mm, sendo composto por um quadrilátero articulado e braços em alumínio. As rodas dianteiras são em liga leve, têm aros de 12 polegadas e não ficam tão afastadas uma da outra, a ponto de prejudicar o deslocamento urbano, por entre os carros, já que têm a largura aproximada do próprio guidão.

Equilíbrio
Outra vantagem urbana interessante, proporcionada pelo sistema de suspensão dianteira, está na hora de parar, em um sinal, por exemplo. Com um simples toque em uma tecla no guidão, um mecanismo com acionamento elétrico e hidráulico trava a suspensão, permitindo que o Fuoco fique em pé, equilibrado, sem que o piloto encoste os pés no chão. Quando o sinal abre, basta acelerar que o mecanismo desarma automaticamente. O sistema também pode ser usado na hora de estacionar, dispensando o uso do descanso (ou cavalete), que, porém, não foi descartado.

Batizado de Máster 500, o motor da Fuoco 500ie é um monocilindro, do tipo quatro tempos, com 492,7 cm³, quatro válvulas, refrigeração líquida e injeção eletrônica. O propulsor desenvolve 40 cv de potência a 7.250 rpm e torque de 4,3 kgfm a 5.500 rpm. A velocidade máxima é de 150 km/h, e o peso a seco, 244 kg. O câmbio e a embreagem são automáticos. Para bagagens, há um compartimento de carga, embaixo do banco. A suspensão traseira tem curso de 110 mm, e a roda de aro 14 polegadas. O visual é agressivo, com uma espécie de quebra-mato na dianteira, lembrando que também é capaz de encarar pequenas aventuras na terra.