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Falcon 400 e Biz 100 - Dupla lembrança

Os modelos Falcon 400 e Biz 100 voltam ao mercado, sendo o primeiro com injeção eletrônica e painel digital e o segundo, de entrada, com motor dotado de carburador

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A Biz 100 tem câmbio semiautomático rotativo de quatro marchas

 

De Rio Preto da Eva, AM - “Ressuscitar” um modelo que saiu de linha é sempre um risco. A Honda resolveu descer dois do telhado de uma só vez, relançando a Falcon 400 e a Biz 100, já como modelos 2013. Os motivos, porém, são distintos. A Falcon 400, lançada em 1999, saiu de linha em 2008, por conta das exigências ambientais de emissões. Entretanto, nunca deixou de ser produzida na planta da montadora em Manaus, Amazonas, exclusivamente para exportação. Como o mercado nacional tem um vácuo em uma faixa entre 300cm³ e 600cm³, foi mais fácil a decisão de arriscar e recolocar o modelo, que, para atender as normas de emissões estabelecidas pelo Promot 3, ganhou o sistema de injeção eletrônica, aposentando o vilão carburador, incapaz de atingir os índices exigidos. O motor, contudo, continua exatamente o mesmo, com um cilindro, arrefecimento a ar e quatro válvulas radiais, com 397,2cm³ de cilindrada.

 

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O processo de equipar o modelo com a injeção eletrônica e catalisador no escape para reduzir as emissões e se enquadrar nas severas normas antipoluentes, entretanto, produziu um indesejado efeito colateral diretamente sentido em seu coração. A potência, que originalmente era de 31,5cv a 7.500rpm, passou para 28,7cv a 6.500rpm, e o torque, que era de 3,51kgfm a 6.000rpm, foi para 3,27kgfm a 6.000rpm. Uma redução de 2,8cv na potência, compensada parcialmente com seu aparecimento mais cedo em 1.000rpm no novo modelo. O torque praticamente não foi alterado, mas o peso a seco subiu. Agora são 158kg, contra 151kg a seco do “falecido” modelo anterior. A explicação está na incorporação do catalisador, além das modernizações no visual, conservando também o câmbio de cinco marchas, com uma relação que os “viúvos” gostariam mais longa, para maior velocidade final.

ESPELHO O novo modelo Falcon 400 “ressuscitado”, que havia deixado uma considerável legião de “viúvos”, especialmente por conta do buraco de mercado na categoria, volta com o mesmo formato, como se estivesse frente a um espelho, conservando a alma original. As modernizações de estilo não alteraram nada radicalmente, mantendo o apelo de utilização mista. A nova Falcon NX 400i tem um guidão mais alto e largo, como nas motos fora de estrada, que garante uma posição de pilotagem mais ereta e confortável para o dia a dia, além de novo painel de instrumentos totalmente digital. Na parte traseira, o escape ganhou nova ponteira e a garupeira um desenho com alças para segurança do passageiro e uma preparação para receber um baú, ou bauleto, se necessário, facilitando sua instalação.

O motor de um cilindro da Falcon 400 agora tem injeção eletrônica

A suspensão dianteira é convencional, não invertida, com 215mm de curso. A suspensão traseira é do tipo mono, com 180mm de curso. Medidas bem generosas que deixam o modelo mais à vontade para trafegar em situações de pisos irregulares ou com imperfeições, aumentando sua versatilidade, já que a grande maioria dos seus antigos compradores e potenciais novos aprecia o jeitão fora de estrada, mas trafega mesmo nas cidades. Os freios são a disco. Na dianteira, um disco simples, com 256mm de diâmetro, e na traseira, um disco com 220mm de diâmetro. A roda dianteira conservou o diâmetro de 21 polegadas, medida adequada para superar as crateras da vida. O quadro tem berço semiduplo. A nova Falcon NX 400I, modelo 2013, começa a ser vendida este mês, com preço sugerido de R$ 18.900 sem frete e seguro.

BIZ A motoneta Biz 100 foi lançada em 1998. Extremamente prática para deslocamentos urbanos, inclusive com porta-objetos sob o banco, que permite acomodar pequenas compras ou capacete fechado, acabou sendo engolida exatamente por seus predicados. Seu motor foi aumentado para 125cm³ e ganhou injeção eletrônica, versão flex, além de freio a disco e partida elétrica. Acabou incorporando também um bem nutrido sobrepreço, afastando a freguesia de entrada, de olho somente em sua parte utilitária. O motivo do renascimento da Biz 100, como modelo 2013, mais robusta, tipo pé de boi, foi tentar recuperar uma parcela desse consumidor e conquistar outra, que migrou para a concorrência. O motor é semelhante ao que equipa a Pop 100, uma espécie de Biz pelada, mas com embreagem e câmbio convencional, como uma moto.

A nova Biz 100 tem o visual das irmãs maiores, com escudo frontal e porta-objetos sob o banco, além de duas versões: KS (partida a pedal) e ES (partida elétrica), mas motor de um cilindro, com 97,1cm³, que fornece 6,43cv de potência a 7.000rpm e torque de 0,71kgfm a 4.000rpm. Porém, em vez da injeção eletrônica, a Honda “ressuscitou” também o jurássico carburador, em nome da redução de custos, e retirou de linha o modelo Biz 125 KS, para não fazer concorrência interna. Para atingir os níveis de emissões exigidos pela legislação, um catalisador também foi adotado. O câmbio é semiautomático rotativo com quatro marchas. A suspensão dianteira tem 100mm de curso e a traseira, com dois amortecedores, 86mm de curso. Os freios são a tambor, com 130mm de diâmetro na dianteira e 110mm na traseira. A roda dianteira tem aro de 17 polegadas e a traseira 14 polegadas, para dar espaço ao porta-objetos. O quadro é do tipo monobloco. O preço sugerido, sem frete e seguro, é R$ 4.710 para a versão KS, e R$ 5.290 para a versão ES.