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Faixa preta

Novo modelo da centenária marca americana foge à tradição com aplicação de poucos cromados e banco muito baixo, mas conserva o tradicional motor de dois cilindros em V

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Apresentada durante o Salão Internacional de Motocicletas de Nova York, em 20 de janeiro, a nova Harley-Davidson FXS Blackline Softail chega com algumas rebeldias de estilo em relação ao espírito conservador da centenária marca americana. Os cromados foram reduzidos (exceto os escapes duplos), assim como as dimensões. Estas são algumas das principais características que sempre marcaram os modelos da Harley-Davidson e fizeram sua fama pelos quatro cantos do mundo. A nova Blackline pretende exatamente o contrário sem, contudo, abandonar outras marcas registradas da montadora, como o robusto motor de dois cilindros em V refrigerado a ar e a vocação estradeira.

Neste quesito, a nova Softail Blackline incorporou a aptidão ao próprio nome, em um trocadilho com a faixa negra representada pelo asfalto das estradas, além de compor com outros modelos da marca uma linha dark (sombria). Esta vertente agrada ao consumidor e também traz para a sua gama de modelos tendências de customização. Esta é uma estratégia da montadora para atrair uma clientela que gasta consideráveis somas fora das concessionárias para modificar seus modelos, em um processo chamado de customização, para deixar a motocicleta conforme o gosto pessoal.



A Harley-Davidson quer parte deste público, oferecendo maior número de modelos possíveis, para tentar incorporar também esta receita, que vai para os estúdios e oficinas de customização. A nova integrante da família Softail compõe esta tendência. A Blackline chega com novo tanque de combustível com capacidade para 18,9 litros; guidão tipo split drag e novo painel. O guidão é mais estreito e pintado em preto, assim como os espelhos retrovisores e os aros, que compõem as rodas raiadas. A roda dianteira mede 21 polegadas, enquanto a traseira tem apenas 16 polegadas e pneu mais estreito, com 144mm, para compor as formas mais enxutas.

No processo de “miniaturização” do modelo, o banco também foi rebaixado. Entre as motos para dois lugares, a nova Softail Blackline tem o mais baixo banco de toda a linha Harley-Davidson, com apenas 609,6mm de altura do chão. Outros detalhes estéticos em preto são o para-lama dianteiro, a capa do pequeno farol, o quadro e partes do motor. O para-lamas traseiro tem corte abrupto e não é envolvente. A suspensão traseira, como nos modelos Softail, fica escondida embaixo do motor, horizontalmente, para conferir um ar retrô, como nos modelos sem suspensão traseira do passado, também chamadas de hardtail (rabo duro).

Esta definição acaba criando confusão com o nome Softail (rabo macio). A tradicional família Harley-Davidson Softail tem suspensão, que fica escondida, e na Blackline tem 91mm de curso, mas se parece propositalmente com os modelos sem suspensão, por questões mecânicas e estéticas. Dessa forma, as softail modernas imitam as hardtail antigas. A suspensão dianteira é do tipo telescópica convencional, equipada com tubos de 41,3mm de diâmetro e 143mm de curso. Os freios são a disco nas duas rodas. O sistema de freios ABS é equipamento opcional.

Curiosamente, o diâmetro dos freios é o mesmo tanto para a roda dianteira quanto para a traseira, que é menos exigida, 292 mm. O motor, com 1.584 cm³, batizado de Twin Cam 96B (96 polegadas cúbicas e balanceado para reduzir vibrações), é o tradicional dois cilindros em V a 45 graus, refrigerado a ar equipado com duas válvulas por cilindro e injeção eletrônica, que fornece o respeitável torque de 12,7kgfm a apenas 3.000rpm. O câmbio tem seis marchas e o peso é de 310kg. A Harley-Davidson, agora está oficialmente no Brasil (depois de acordo judicial com o Grupo Izzo), e vai reestruturar sua rede de concessionários. A nova Softail Blackline ainda não tem data e preço para chegar ao Brasil.

O guidão é mais estreito e pintado de preto, como os aros