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Ducatti 1198 SP - Pedra no sapato

Novo modelo incorpora avanços tecnológicos como controle de tração, mas não abandona o caráter superesportivo, desenvolvido nas pistas. Motor chega aos 170cv de potência

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Materiais nobres, como fibra de carbono, magnésio e alumínio, foram empregados na construção da moto


A italiana Ducati é uma espécie de Davi contra Golias. A marca, estabelecida em Borgo Panigale, Região de Bolonha, Norte da Itália, tem uma produção de motocicletas modesta se comparada aos gigantes japoneses do segmento. Mesmo assim, incomoda e constantemente vence as rivais nas pistas, ganhando títulos como os mundiais de MotoGP e Superbikes. Em 2011, vai concentrar os esforços somente na MotoGP, já que contará com o astro Valentino Rossi no time, abandonando temporariamente o mundial de Superbikes. Toda essa experiência e tecnologia das pistas vai diretamente para as motos de rua, como a nova 1198 SP.

Esse intercâmbio rápido entre as motos de competição, que funcionam como um laboratório de pesquisas, e as motos de rua, talvez seja um dos segredos da fama e sucesso de seus modelos. A nova 1198 SP, evolução do modelo S, chega como modelo 2011, incorporando o controle de tração, sistema de coleta de dados sobre os vários sistemas da moto, para posterior análise em computador, além de câmbio rápido, que permite trocas sem desacelerar e sem acionar a embreagem. A moto conta ainda com tanque de combustível em alumínio e várias partes em fibra de carbono e magnésio.

Para continuar sendo a pedra no sapato das japonesas, recorre aos principais fornecedores mundiais. A suspensão traseira, ancorada em belo monobraço de alumínio, conta com amortecedor Ohlins TTX de 127mm de curso. A suspensão dianteira também conta com amortecedores Ohlins de 120mm de curso e tubos de 43mm de diâmetro. Ambas plenamente reguláveis. Para completar, o guidão também tem amortecedor de direção. As rodas são forjadas em alumínio, da marca Marchesini. Já o motor, batizado de Testastretta Evoluzione, obedece à tradicional configuração de dois cilindros, com inclinação de 90 graus, dispostos em L, com quatro válvulas por cilindro e o famoso comando desmodrômico.

A potência chega a 170cv a 9.750rpm e o torque a 13,41kgfm a 8.000rpm. Números que apesar de expressivos, não impressionam os concorrentes japoneses, que conseguem valores semelhantes ou até maiores. Entretanto, pela arquitetura do motor e pelo comando de válvulas, a potência é entregue de forma mais suave e linear, permitindo uma pilotagem mais precisa, com reacelerações nas saídas de curva mais precoces, ganhando extraordinário tempo para despachar as rivais. O comportamento acaba refletindo em vitórias nas pistas. Mesmo assim, a marca italiana desenvolve outras arquiteturas de propulsor.

PISTA

O sucesso nas corridas confirma a lógica dos produtores, principalmente japoneses, que investem pesado nas competições nos quatro cantos do mundo, além do famoso lema: vencer no domingo para vender na segunda-feira. A Ducati exercita com frequência a recomendação, com uma importante diferença. Vence no domingo e na segunda-feira vende praticamente a mesma moto, que pode ser encontrada na vitrine, pronta para acelerar, exercendo um enorme fascínio no consumidor. A nova 1198 SP, apresentada no Salão de Colônia, Alemanha, no início do mês, é um desses casos, já que tem o DNA das pistas e apenas 169kg de peso.

Outra importante vitrine para os seus modelos será o Salão de Milão, Itália, no início de novembro, praticamente no quintal de casa. Muitas novidades devem estar reservadas. A nova 1198 SP conta com duplo disco de freio de 330mm de diâmetro na dianteira, com pinça monobloco radial Brembom e quatro pistãos. O freio traseiro tem um disco de 245mm de diâmetro. O quadro também obedece a uma tradição da marca, com tubos em forma de treliça. O tanque comporta 15,5 litros e o visual é limpo, com carenagem sem tantos recortes e uma dupla de faróis tipo olhos puxados, setas incorporadas aos retrovisores e escapes de saída alta.