Quando foi apresentada ao mundo em 2006, a Hypermotard 1100 era apenas um conceito. Entretanto, a receptividade foi tão boa que a marca Ducati, estabelecida em Borgo Panigale, Norte da Itália, apressou sua comercialização. O modelo projetado pelo badalado Pierre Terblanche, que apesar de ser francês de nascimento tem a escola italiana de design no sangue, já apareceu nas vitrines das concessionárias, no fim do ano seguinte, como versão 2008. Com pose de estrela, já nasceu com o título de modelo mais bonito do Salão de Milão, eleita por voto popular entre o público do evento. Com esses predicados, virou sucesso comercial.
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Um dos ditados mais respeitados pela indústria motociclística é o de que em time que está ganhando não se mexe. Até porque os custos de desenvolvimento são bastante salgados. São feitos apenas ajustes, como uma espécie de sintonia fina, para incorporar avanços técnicos ou correções de rotina. A Ducati Hypermotard 1100, com tão pouco tempo de vida, nem poderia mesmo passar por transformações radicais de estilo. Porém, a parte técnica continua em constante aperfeiçoamento. A nova versão EVO ou Evoluzione, já como modelo 2010, é um exemplo. Incorporou avanços e refinamentos mecânicos, sem perder a essência.
Regime
Um dos focos adotados pela marca foi reduzir o peso e aumentar a maneabilidade. Outra vertente adotada com o lançamento do modelo EVO foi provocar uma diferenciação com a irmã Hypermotard 796, lançada ano passado, como modelo de entrada e que usa boa parte dos mesmos componentes, como quadro, rodas etc. Para passar por uma lipoaspiração, que eliminou sete quilos, atingindo magros 172 quilos de peso a seco, a Hypermotard 1100 EVO seguiu a cartilha do emprego de componentes mais nobres e também mais leves. O motor, com a tradicional arquitetura de dois cilindros em V, dispostos em L, também foi revisto.
A tampa do alternador e da embreagem são em fibra de carbono, assim como outros componentes. O quadro, com a clássica configuração em treliça, também foi aliviado, sem comprometer a rigidez. O resultado foi que só no motor foram economizados 5,2kg. Para quem acha pouco, a marca oferece o modelo ainda mais requintado, batizado de Hypermotard SP, com rodas de alumínio forjado da marca Marchesini, tampa do alternador e embreagem em magnésio e pintura especial, com grafismos do departamento de competições, Ducati Corse. Um regime que deixou o modelo mais ágil e com uma melhor relação peso/potência.
O motor, com 1.078cm³, equipado com o inconfundível comando de válvulas desmodrômico, já usado há quase três décadas, que não deixa as válvulas flutuarem em altas rotações, melhorando o desempenho, e injeção eletrônica, teve os cilindros redimensionados, os contrapesos aliviados, além de outros pequenos desenvolvimentos, que resultaram em mais 5cv. Agora, fornece 95cv a 7.500rpm e um torque de 10,5kgfm a 5.750rpm. A maior potência e o menor peso mereceram uma alteração na ergonomia. O guidão foi reposicionado, ficando ligeiramente mais alto, assim como a distância livre do solo. O que não mudou foi o desenho marcante, que mescla elementos futuristas com outros retrô, dentro do estilo supermotard.
O interessante na Ducati Hypermotard 110 é que ela já nasceu como supermotard ou até mais que isso, segundo a fábrica, que tentou inventar um up grade, com o nome Hyper. Ao contrário dos outros modelos do segmento, ela não é derivada de uma fora de estrada, adaptada com rodas e suspensões para o asfalto, além de um visual mais agressivo. Nasceu pronta, botando banca entre a concorrência, usando tecnologia transferida das competições. O para-lamas dianteiro lembra o capô dos automóveis das décadas de 1930 e 1940. Já o painel é futurista, inteiramente digital, com grande tela de cristal líquido, que inclui todas as informações e até o DDA: Ducati Data Analyser.
Esse sistema permite ao piloto, por meio de conexão com o computador, verificar o desempenho em diversos itens da moto. As rodas são de liga leve, com aros de 17 polegadas. O escape tem duas saídas altas, sob a rabeta. O modelo SP tem o escape dimensionado e mais leve. Os freios dianteiros têm dois discos de 305mm de diâmetro, com pinças Brembo de ataque radial, com quatro pistãos e opção de ABS. Os freio traseiro tem disco simples de 245mm. A suspensão dianteira é Marzocchi, com tubos de 59mm de diâmetro e 165mm de curso. A suspensão traseira, mono, ancorada em monobraço de alumínio, tem 141mm de curso e pode ser Ohlins no modelo SP.