O 10º Salão das Duas Rodas reuniu 443 expositores no Anhembi. Entre as atrações, a Ducati Desmosedici RR, a motocicleta mais cara do Brasil e do mundo, tabelada em módicos R$ 270 mil. Com este valor, daria para comprar quase 70 modelos do tipo popular, expostos na mesma feira, com preço em torno dos R$ 4 mil. Entretanto, isso não foi problema para uma seleta freguesia, sem problemas com saldo bancário, que arrematou imediatamente as quatro unidades importadas pelo Grupo Izzo, representante da marca italiana no Brasil.
É o preço da exclusividade, uma vez que a Desmosedici RR é uma verdadeira motocicleta de competição, baseada no modelo campeão do Mundial de Motovelocidade GP6 de 2006, homologada para trafegar nas ruas. Um verdadeiro canhão, com motor de 989cm³, quatro cilindros em V, inclinados em 90 graus, que rende 200cv a 13.800rpm e torque de 11,8kgfm a 10.500rpm. O modelo também usa materiais nobres e raros em sua fabricação, além de equipamentos mais sofisticados do mercado, normalmente só presentes em motos de pista, já que o desempenho puro é o objetivo.
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A suspensão dianteira é uma Ohlins, invertida, com tubos de 43mm de diâmetro e curso de 120mm. O refinamento das regulagens chega ao extremo de perceber trechos de alta e de baixa velocidade, adaptando-se às condições, além de outras possibilidades de ajustes. A suspensão traseira, com amortecedor igualmente Ohlins, está montada em balança de alumínio de peça única, desenhada especialmente para a GP6 de competição, da qual a Desmosedici descende diretamente. A diferença para a irmã de competição são os faróis, espelhos, pneus e demais equipamentos exigidos pela legislação.
No entanto, se com tudo isso o cliente ficar insatisfeito e achar a performance fraca, a marca fornece um kit Racing, que acrescenta alguns zeros ao preço final, para pagar o escape de competição (mais ruidoso), mapeamento do motor mais bravo e outros itens que apimentam ainda mais o desempenho. Ainda no quesito sofisticação, rodas são de liga de magnésio, superleves, da badalada marca Marchesini, com aro de 16 polegadas na traseira e de 17 polegadas na dianteira, calçadas com pneus 200/55 e 120/70, respectivamente, desenvolvidos especialmente para o modelo pela Bridegestone.
Solitária
Todo esse pacote, egoisticamente, porém, só tem lugar para o piloto, como em uma legítima moto de competição. Até porque o escape tem uma inusitada saída, como uma espécie de chaminé, que ocupa a rabeta, no lugar destinado ao garupa. No departamento de materiais nobres e caros, a Ducati Desmosedici usa titânio nas 16 válvulas do motor e fibra de carbono na carenagem, para-lamas e outras partes. O resultado é um peso a seco de 171kg, mesmo com a adição da parte elétrica composta de farol, farolete, piscas etc., exigidos pela legislação de trânsito, para poder circular nas ruas e avenidas.
Para aferir a performance do piloto, o modelo conta com um sistema batizado de Ducati Data Analysis (DDA), que grava todo o comportamento dinâmico da moto, podendo ser aferido no computador, por meio de uma porta tipo USB. O painel, totalmente digital, também informa dados de tempo de volta. O freio dianteiro tem dois discos de 330mm de diâmetro, com pinças monobloco radiais, Brembo, de quatro pistãos. O quadro tem a tradicional arquitetura de tubos em treliça. O freio traseiro tem disco único de 240mm de diâmetro. O tanque de combustível comporta 15 litros, a embreagem tem sistema antitravamento e o câmbio seis marchas.