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Ducati Desmosedici GP8 - Máquina a ser batida

Atual campeã mundial de MotoGP quer manter o título com modelo que é uma evolução da moto anterior. O motor é quatro cilindros de 799 cm³, com mais de 220 cv de potência

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GP8 tem motor de quatro cilindros em V e comando desmodrômico

A Ducati apresentou no dia 8, em Madonna Di Campiglio, nos Alpes italianos, o novo modelo Desmosedici GP8, com o qual disputará o Mundial de MotoGP de 2008, defendendo o título da categoria máxima do motociclismo de velocidade. O piloto australiano Casey Stoner, de 22 anos, ficou com o título de 2007, em Motegi, no Japão, com três corridas de antecedência, deixando a concorrência na poeira. Por isso, todas as atenções estão voltadas para o novo modelo, que vai ser a moto a ser batida.

Segundo Cláudio Domenicali, diretor executivo da Ducati Corse, divisão de competições da marca, o novo modelo é uma evolução da moto anterior. Não podia ser diferente, já que a motocicleta apresentou excelente comportamento. "O que fizemos foi aperfeiçoar os pontos positivos e corrigir alguns pequenos problemas", completou. Para tanto, a Ducati Corse conta com 110 funcionários, que representam cerca de 10% de todo o efetivo da fábrica comercial. Um número considerado modesto, se comparado à estrutura das concorrentes, especialmente as japonesas.

O quadro da GP8 tem arquitetura em treliça, com tubos em aço. Sua estrutura ficou mais leve e rígida para corrigir vibrações e a geometria da suspensão traseira foi alterada, para absorver os ressaltos de algumas pistas. O motor de 799 cm³ (o regulamento limita ao máximo de 800 cm³), com quatro cilindros em V, inclinados em 90 graus, tem quatro válvulas por cilindro e o tradicional comando desmodrômico (marca registrada da Ducati), além de refrigeração líquida e injeção eletrônica.

A potência, não revelada, ultrapassa os 220 cv, suficiente para levar a moto a uma velocidade final superior aos 310 km/h nas retas mais longas dos circuitos do calendário. As modificações introduzidas para 2008 visam a reduzir o atrito interno, com ganho de potência, sem comprometer o consumo de combustível, já que o tanque também tem limitação de 21 litros, pelo regulamento. A curva de potência também foi alterada, para melhorar as respostas em regimes médios e manter a máxima por mais tempo.

Os freios dianteiros têm discos de fibra de carbono


Refinamento
A eletrônica foi refinada, com a mudança de alguns sensores, para melhor leitura e processamento dos parâmetros, além do controle de tração. A aerodinâmica foi aperfeiçoada, para melhorar a carenagem, sem alterações há algum tempo. As suspensões são da marca Ohlins, plenamente reguláveis, sendo a dianteira invertida, com tubos de 42 mm de diâmetro. O freio dianteiro tem dois discos de fibra de carbono, com 320 mm de diâmetro, e pinças Brembo de quatro pistãos. O freio traseiro é em aço, com disco simples.

O câmbio tem seis marchas e pode ser facilmente removível para manutenção e mudança de engrenagens, conforme a pista. As rodas têm aros de 16,5 polegadas, calçadas com pneus especiais. O escape é da marca Termignoni e o painel integralmente digital. O peso a seco é de apenas 148 kg. O Mundial de MotoGP terá 18 etapas e começa em 9 de março, em Losail, no Qatar, terminando em 26 de outubro, na Espanha. A novidade será a inclusão da pista de Indianápolis (Estados Unidos), além da ausência do piloto brasileiro Alexandre Barros.