A marca Dafra, instalada em Manaus, Amazonas, apresentou no início do
mês o novo modelo Super 50, com preço sugerido de R$ 3.390. Uma
motocicleta para uso estritamente urbano, adaptada para atender a
legislação, que permite seu enquadramento como ciclomotor, classificado
como veículo com motor de até 50cm³, e velocidade máxima de 50km/h. A
montadora pretende atingir um expressivo segmento que necessita de
transporte individual de baixo custo, em deslocamentos curtos,
especialmente no interior do país, mas com o status e aparência de uma
motocicleta, em vez dos ciclomotores e scooters tradicionais.
Na
recente história da indústria motociclística nacional, a primeira moto
fabricada em série foi a cinquentinha Yamaha RD 50, em 1975. Agora, a
Dafra revive a categoria, mas com outro enfoque. O motor, que na RD era
do tipo dois tempos, na Super 50 é do tipo quatro tempos. Com
refrigeração a ar, 49,5cm³, duas válvulas e alimentação por carburador,
o motor, disposto quase horizontalmente, desenvolve 3,0cv a 8.400rpm e
torque de 0,286Kgfm a 4.800rpm. Números compatíveis com a proposta do
modelo, mas que não permitem qualquer extravagância ou utilização fora
do perímetro urbano. Ainda mais com a velocidade limitada a 50km/h.
LIMITE Para
se tornar um ciclomotor perante a legislação, o CDI foi regulado para
cortar o motor quando a velocidade atingir 50km/h. Na quarta e última
marcha, por exemplo, o corte é feito a 7.800rpm e em terceira, a
9.800rpm. Para facilitar a vida do piloto, a embreagem é centrífuga
automática, mas também foi regulada para reagir em rotação um pouco
mais alta, permitindo arrancadas com o motor mais cheio, para compensar
a baixa potência. Entretanto, segundo a fábrica, o consumo fica
preservado e é capaz de atingir até 53km/l. Com essas características,
a Dafra espera comercializar 10 mil unidades já em seu primeiro ano.
Para
atrair o consumidor, focado especialmente no interior do Brasil e no
Nordeste, onde veículos robustos, econômicos e de baixa cilindrada têm
mais aceitação (a Honda POP 100, por exemplo, tem o maior mercado no
Nordeste), a Super 50 não chega totalmente pelada, do tipo pé-de-boi.
Ao contrário. Está equipada com partida elétrica (sem abandonar o
pedal), painel completo, com conta-giros, hodômetro total e parcial e
indicador de marcha engatada, além de velocímetro e luzes indicativas.
Também vem de série com uma garupeira traseira para transporte de
pequenas cargas e pedaleiras para o garupa ligadas ao quadro para
evitar oscilações.
RETRÔ Apesar da
possibilidade do garupa, a capacidade máxima de transporte, segundo a
montadora, é de 150kg. Com tecnologia chinesa, a Super 50 tem o mesmo
visual da irmã mais velha Super 100, já disponível no mercado. Linhas
defasadas, lembram os modelos da década de 1960 e 1970. Os para-lamas
são envolventes, o escape longo, o farol redondo e destacado e a
lanterna traseira grande e retangular. O tanque comporta 9,9 litros e
os freios são a tambor nas duas rodas. As suspensões são convencionais,
com garfo telescópico na dianteira e dois amortecedores na traseira,
com regulagem de pré-carga. As rodas são raiadas, com aros de 17
polegadas e pneus nacionalizados Rinaldi.
Para reduzir custos e
simplificar a produção, o quadro é feito com chapas estampadas. De um
lado, permite o barateamento, mas de outro, é mais sujeito à torções,
especialmente nas curvas, comprometendo a estabilidade. Entretanto, com
a proposta de baixa velocidade do modelo, seus efeitos ficam
neutralizados. A baixa distância entre-eixos de 1.210mm proporciona
agilidade. Já o banco, mais largo e a apenas 780mm do chão, oferece
conforto para os deslocamentos de baixas distâncias. O farol tem
lâmpada de 35W, o peso a seco é de 94kg e as cores oferecidas são o
preto e o vermelho. Informações: Motovia (31) 3555-6000.