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Dafra Motos - Bala na agulha

As motos Dafra, produzidas em Manaus, chegam com ambição mercadológica e linha de modelos que vai da popular à custom, passando pela utilitária e scooter

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O scooter Laser 150 (acima) impressiona pelo porte e visual, mas porta-malas é pequeno. Popular Super 100 (abaixo) tem câmbio sequencial de quatro marchas e partida elétrica

O mercado de motocicletas no Brasil cresceu 22,7% em 2007 e tem estimativa de alcançar 13,7% em 2008. As vendas mais que dobraram nos últimos cinco anos, com índices muito acima de qualquer outro segmento industrial. Este poderoso fermento tem atraído novos fabricantes, que também querem participar deste bolo, como a Dafra Motos, do grupo nacional Itavema (distribuição de automóveis, logística, indústria de plásticos, etc), que instalou sua linha de montagem em Manaus, com tecnologia chinesa.

Inicialmente, serão quatro modelos comercializados já a partir de hoje, em uma rede que vai atingir 170 pontos de vendas em todo o Brasil até março, e que vai continuar em expansão. O modelo popular Super 100, com preço sugerido, de R$ 3.290; a utilitária Speed 150, de R$ 4.990; a custom Kansas 150, de R$ 5.590 e o scooter 150 Laser, de R$ 5.990. Em maio, a empresa lança o modelo custom mais sofisticado, Horizon 250, com motor de dois cilindros em V, e uma linha de quadriciclos.

Estratégia
Para bancar todo esse aparato, com previsão de vendas de 60 mil unidades em 2008, 90 mil em 2009 e atingir cerca de 10% do mercado até 2012, com 400 mil motos por ano, a Dafra, construiu em área de 100 mil metros quadrados, a linha de montagem de motos e motores, que emprega mais de 300 funcionários, e está construindo um laboratório de emissão de gases (o terceiro do Brasil), para agilizar o desenvolvimento e homologação de novos produtos, com investimento total de R$ 100 milhões.

Speed 150 (superior) tem visual limpo, freio a disco na dianteira, rodas em liga e partida elétrica. Custom Kansas (abaixo) tem boa ergonomia e bom comportamento dinâmico


A estratégia inclui ainda parceria com o Banco Itaú, para financiamento e acordo com as marcas chinesas Lifan, Loncin e Zongshen. As motos são construídas na China, segundo as especificações e exigências da Dafra, e enviadas para o Brasil desmontadas. Pneus (Pirelli), freios e outros componentes são nacionais, em índice de cerca de 15%, que pode aumentar, segundo as conveniências.

Motos
Segundo Creso Franco, presidente da Dafra, isso permite modelos completos, por um custo cerca de 20% inferior ao da concorrência. A popular Super 100, tem partida elétrica, câmbio de quatro marchas seqüenciais, quadro estampado, painel com conta-giros e 6,2 cv a 7.500 rpm. Não permite extravagância, inclusive nos freios a tambor, mas tem boa relação custo/benefício, como solução de transporte urbano. A Speed 150, escalada para ser o carro chefe da Dafra, com 40% da produção, tem visual limpo e agradável rodas de liga aro 18 polegadas, partida elétrica, freio dianteiro a disco, painel com indicador de combustível, conta-giros, câmbio de cinco marchas e 13,2 cv a 7.700 rpm. É confortável, tem boa ergonomia e agilidade, mas o pedal de freio raspa com muita facilidade.

A Custom Kansas 150 tem o mesmo motor da Speed, mas a potência é de 13,1 cv a 8.400 rpm. A moto é bastante confortável e equilibrada, inclusive nas curvas e também conta com partida elétrica, freio a disco na dianteira, rodas em liga e painel com indicador de marchas. O scooter Laser 150 impressiona pelo porte avantajado e visual agressivo, com dois faróis, câmbio e embreagem automáticos, e é fácil de pilotar. O motor de 149,6 cm³ produz 11,5 cv a 8.900 rpm, suficientes para o dia-a-dia no trânsito, mas o porta-malas é limitado e não comporta um capacete.

(*) Viajou a convite da Dafra