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Dafra Laser - Espinafre faria bem

Com formas harmoniosas e dimensões avantajadas, modelo tem rodas de liga leve de 13 polegadas e posição de pilotagem extremamente confortável, com enorme banco

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Rodas com aros de 13 polegadas suportam melhor as imperfeições do piso

A marca de motocicletas Dafra nasceu com metas ousadas. Instalada no pólo industrial de Manaus, Amazonas, montou uma fábrica com 100 mil metros quadrados e está finalizando um laboratório próprio de análise de emissão de poluentes, que será o terceiro do Brasil. Traz seus modelos desmontados da China, onde são produzidos, sob a supervisão de técnicos da marca, para montar, nacionalizando alguns itens, em sua linha de produção brasileira. Um exemplo é o scooter Laser 150.

Com apenas um ano de vida, estipulou como meta comercializar 90 mil unidades em 2008 e atingir cerca de 10% do mercado até 2012, com cerca de 400 mil unidades. A política agressiva de vendas e uma logística de distribuição apoiada pelo grupo Itavema, grande distribuidor de automóveis e dono da marca, já bateu na trave. Até novembro de 2008, já tinha comercializado quase 84 mil unidades, em uma performance bastante surpreendente.

Com tecnologia Loncin, um dos grandes fabricantes de motos chineses, o Laser 150 impressiona pelo porte avantajado. Estacionado, chama a atenção pelas formas, porém, trafegando, o predicado se inverte, uma vez que a dinâmica do trânsito exige dos scooters, veículos urbanos por natureza, bastante agilidade, nem sempre compatíveis com grandes volumes. Por outro lado, as rodas, com aros de 13 polegadas, suportam melhor o castigo de uma pavimentação quase sempre imperfeita.

Pequeno volume do porta-malas dificulta transporte até do capacete


O Dafra Laser 150 tem motor de um cilindro, do tipo quatro tempos, com 149, 6 cm³ e refrigeração a ar, que fornece 11,5 cv a 8.900 rpm e torque de 0,96 kgfm a 6.000 rpm. Nesse quesito, mais um descompasso entre o corpo e o coração, já que o propulsor merecia mais músculos para movimentar o bombado conjunto. O motor não tem aceleração e retomada tão vigorosas que a cilindrada (a maioria dos scooters nacionais são menores, de 125 cm³) e as generosas formas sugerem. Um espinafre a mais no motor seria bem-vindo.

Em contrapartida, a posição de pilotagem é extremamente confortável, com enorme banco, que também funciona como uma espécie de sofá para a garupa. Como manda o manual dos scooters, o câmbio e a embreagem são automáticos, facilitando significativamente a condução pelas vias urbanas, onde o pára-e-anda é constante. A partida é elétrica (mantido o pedal) e o painel, completo, inclusive com marcador de combustível, já que o tanque é reduzido, com quatro litros de capacidade.

Para guardar a tralha, pequenas compras e o capacete, um pecado mortal para um veículo urbano, especialmente com suas dimensões. Sob o banco não cabe um capacete, nem mesmo do tipo aberto. O pequeno volume limita sua praticidade no dia-a-dia. A suspensão dianteira é telescópica convencional e a traseira conta com duplo amortecimento. O freio dianteiro é a disco e o traseiro, a tambor. O peso a seco é de 120 kg e o visual contempla dois faróis na dianteira, garupeira e um belo escape com pinta esportiva.