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Yamaha XTZ 150 Crosser encara trechos precários da Transpantaneira

A Yamaha XTZ 150 Crosser ED, modelo 2017, foi ao santuário do felino, no Pantanal brasileiro, percorrendo quilômetros por terra e asfalto, incluindo a Transpantaneira

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Téo Mascarenhas rodou mais de 2.500 km com a Yamaha XTZ 150 Crosser 2017
Leilão acontecerá no dia 17 de novembro Fotos: RM Sotheby’s/Divulgação

Riscar o mapa com uma moto grande, cheia de mordomias, parece ser a receita mais fácil. Porém, para ligar o ponto A ao B em duas rodas não há um padrão e a fórmula pode ter ingredientes ainda mais desafiadores, como percorrer mais de 2.500 quilômetros para conhecer o pequeno modelo “estilo” fora de estrada Yamaha XTZ 150 Crosser ED 2017, em um roteiro ligando Guarulhos (SP) a Porto Jofre (MT), no coração do Pantanal, final da castigada rodovia Transpantaneira, e também para marcar um encontro com o terceiro maior felino do mundo: a onça-pintada.

A XTZ 150 Crosser 2017 no pátio da Yamaha (idealizadora da expedição), em Guarulhos tinha menos de um quilômetro rodado. Atravessar o caótico trânsito da maior cidade do Brasil, rumo à Rodovia Castelo Branco e ao Oeste do estado, já serviu para amaciar o motor de um cilindro flex, com 12,2cv (gasolina) e 12,4 (etanol).

São Paulo foi ficando para trás, mas o intenso trânsito não. Nessa etapa de 460 quilômetros rumo ao pernoite em Assis, com pista dupla impecável e pedágios livres para motos, exigindo o máximo do motor novinho, o consumo ficou na casa dos 25 km/l.

Estradão com a Yamaha XTZ 150 Crosser 2017

Uma região agrícola desenvolvida e a curiosa cidade de Bofete ficaram pelo espelho. Mais solto, mesmo exigindo 100%, o consumo estabilizou em mais de 30 km/l. Com uma posição de pilotagem mais reta, típica das motos mistas, mas com banco em dois níveis, foi necessário abaixar o corpo para ganhar velocidade com a Yamaha XTZ 150 Crosser 2017.

A região dos “presidentes”, com as cidades de Presidente Prudente, Bernardes, Venceslau e Epitácio, ficaram para trás, e ao cruzar o majestoso Rio Paraná, na divisa entre São Paulo e Mato Grosso do Sul, a moleza da pista dupla acabou, junto com o festival de pedágios pagos.

Até Nova Alvorada do Sul, para novo pernoite, mais 461 quilômetros. A paisagem alterou para pastos com gado, relevo mais ondulado, belo pôr do sol, além de verdadeiro bombardeio de insetos na parte noturna.

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O terceiro dia mudou o rumo para o Norte, pela BR-163, que mesclou trechos de pistas simples e duplicadas, margeadas por extensas plantações. A meta era Coxim, a 380 quilômetros, com escala em Campo Grande, para conhecer o aquário de quarentena de 171 espécies e mais de 10 mil peixes, a maioria do Pantanal, esperando a conclusão do espaço definitivo, que será um dos maiores do mundo.

Pé na lama e coração na boca

Até Coxim, novo trecho noturno e aplicação de um truque na Yamaha XTZ 150 Crosser 2017: com o lampejador, é possível acionar juntas as luzes alta e baixa, ampliando a visibilidade, com pista livre à frente.

O quarto dia, em direção a Rondonópolis, começou com um desvio de 130 quilômetros para Leste, para visitar o Parque Natural Municipal Templo dos Pilares, com inscrições rupestres, em Alcinópolis. De lá, mais 40 quilômetros de areião, conferindo o novo arranjo da suspensão traseira, tipo mono, que ficou 10 milímetros mais alta. Na volta, caminho inverso, muito vento lateral e o corpo quase anestesiado de tanto espremer o acelerador.

Até Rondonópolis, já no estado do Mato Grosso, outros 250 quilômetros, grande parte duplicado, com retas e plantações de soja sem fim e outro truque. Conta-giros analógico em 8.000rpm e a troca de vácuo com os companheiros da viagem para andar mais rápido com a Yamaha XTZ 150 Crosser 2017. Novamente, fim de trecho noturno, desta vez acompanhado de muita chuva.

O Pantanal já estava ali em Poconé, a “somente” 319 quilômetros, em um arco rumo ao Sul, beirando a Chapada dos Guimarães e Cuiabá, passando por muito calor e trânsito absurdo de caminhões graneleiros, em estrada com obras. Porém, a real diversão iria começar.

Na Transpantaneira de Yamaha XTZ 150 Crosser 2017

Foi criada para ligar Cuiabá a Corumbá, mas nunca foi completada. De Poconé a Porto Jofre são 147 quilômetros e 120 pontes. Quase todas de madeira, em estado precário. Logo no início, com ajuda de guias, um raro prêmio: o encontro com a dona onça e seu filhotão. Seguindo em frente, a estrada vai piorando.

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Na altura do Rio Pixaim, o barqueiro Josué Lopes, o Peixinho, parece falar com os bichos. Tem o gavião Alemão, a garça Mariana, a ariranha Cicarelli, o jacaré Lula, que também perdeu um dedo, além da coruja João Curutu, que descansa durante o dia. A lama pegajosa é mais um desafio. Entope e trava o para-lama dianteiro, obrigando sua retirada.

Adiante, novo encontro. Desta vez, sozinho. A onça estava lá, na beira da estrada, a poucos metros. Como motociclistas devem ser indigestos, voltou para o mato, junto com meus batimentos cardíacos. Para fechar o dia, mais um encontro, desta vez com toda a expedição.

Rádio Onça

O pantanal é a maior planície inundável do mundo e um santuário ecológico, abrigando o maior número de aves do continente, 80 espécies de mamíferos, 50 de répteis, centenas de espécies de peixes e milhares de insetos.

No topo desta cadeia alimentar está a majestosa onça-pintada, que se alimenta de tudo e tem a mordida mais forte entre os felinos. Nada e sobe em árvores muito bem e na mata fica invisível, com sua camuflagem. Pode chegar a mais de 160kg e a 2 metros, fora a cauda. Continua muito caçada, porém a sua observação tem atraído turistas de todo o mundo, além de recursos, contribuindo para sua proteção.

Nas imediações de Porto Jofre, no Rio Cuiabá, está o Parque Estadual Encontro das Águas, que tem a maior concentração de onças do planeta e uma rede de barcos para observação. Quando uma é avistada, a “rádio onça” entra em ação e os demais barcos e lanchas se reúnem para o safári fotográfico.

Assista o vídeo e saiba mais sobre manutenções e cuidados com a Yamaha XTZ 150 Crosser:

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Fotos: Johanes Duarte/Yamaha

*O jornalista viajou a Porto Jofre (MT) a convite da Yamaha