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Apresentado no 68º Salão de Milão, Itália, entre 2 e 7 de novembro, o
scooter conceito C da BMW sinaliza que a montadora vai investir
novamente no segmento. A primeira tentativa foi em 1999, com o modelo
mundial C1, equipado com arco imitando capota, estrutura deformável e
cinto de segurança, que, para alguns mercados, dispensava o uso do
capacete e foi um rotundo fracasso, com apenas 12 mil unidades vendidas.
A controversa culpa foi creditada a um modelo avançado demais para a
época. Agora, a marca volta à carga com o Concept C, que exige o uso do
capacete, mas incorpora elementos ousados e futuristas.
O modelo
será produzido em escala comercial na fábrica de Berlim e terá motor de
dois cilindros paralelos, com cilindrada entre 500cm³ e 750cm³,
refrigeração líquida e injeção eletrônica de combustível para permitir
deslocamentos ágeis tanto na cidade quanto na estrada. A própria letra
C, que batiza o scooter, indica sua vocação, já que significa Commuter,
ou uma espécie de viajante em português. Viajante que terá à disposição
potência e torque suficientes para deslocamentos com rapidez, sem
dispensar as típicas mordomias urbanas do câmbio CVT (continuamente
variável).
O protótipo exposto no salão não tinha espelhos
retrovisores. Em seu lugar, duas pequenas câmeras digitais ligadas a
duas telas no painel exibindo ampla visão panorâmica dos acontecimentos
na retaguarda. Em contrapartida a tanta modernidade, optou por um
velocímetro analógico, mais fácil de ler. A posição de pilotagem também é
mais deitada e o banco, bastante largo em dois níveis para maior
conforto também do passageiro. Ainda no quesito mordomia, o Concept C
conta com para-brisa regulável na altura eletricamente, som, navegação
por GPS, com tela em cores no painel, piloto automático para encarar
percursos maiores nas estradas, além de aquecimento nas manoplas.
Como
nas motocicletas maiores da marca alemã, o scooter Concept C está
equipado com sistema de ajuste das suspensões, ESA, que permite a
adaptação imediata ao tipo de piso, além do peso que o modelo
transporta, e também o controle de tração ASC, que impede patinação da
roda traseira em pisos de baixa aderência nas acelerações mais fortes. O
pacote técnico e eletrônico a torna um modelo do tipo premium para
consumidores mais exigentes e abonados, embora a data de seu lançamento e
tampouco o valor da versão comercial ainda não estejam definidos.
Concorrência
Toda a parafernália também serve para mostrar a capacidade tecnológica
da montadora e indicar à concorrência que também está no páreo. É que a
italiana Ducati, tradicional fabricante de motos esportivas, também está
estudando o lançamento de um modelo na mesma linha e também a austríaca
KTM, com um scooter de alta cilindrada e performance. As marcas
japonesas já estão no mercado e também podem contra-atacar, sofisticando
ainda mais seus modelos. No quesito segurança, o Concept C conta com
duplo freio a disco na roda dianteira e disco simples na roda traseira,
equipado com sistema antitravamento ABS.
A suspensão dianteira é
invertida, como nos modelos superesportivos e a suspensão traseira mono,
com amortecedor disposto horizontalmente. As rodas são em liga leve,
com pneus desenhados de alta performance, e surpreendentemente coloridos
de azul. Como nos scooters tradicionais, o Concept C não dispensa o
porta-malas embaixo do banco e o escudo frontal envolvente. O visual tem
frente dividida e bastante vincada, com bateria de faróis com luzes
LEDs no centro. Na traseira, o farolete também conta com LEDs. Há certa
semelhança com a superesportiva S 1000RR, uma das estrelas da marca.