Curiosamente, a história da alemã BMW não nasceu nem com duas nem com quatro rodas, mas no ar, com motores de avião. A Bayerische Motoren Werke (Fábrica de Motores da Baviera), estabelecida em Munique, na década de 1920, ostenta ainda hoje em seu símbolo uma hélice estilizada e, nos motores da linha R, uma arquitetura de dois cilindros boxer, herança dos propulsores do tipo estrela, usados na aviação. Atualmente, suas motocicletas voam baixo, mas conservam a tradição, como a linha GS, que está comemorando 30 anos, fiel ao motor boxer. Para comemorar, a marca produziu uma edição especial, que também vai chegar oficialmente ao Brasil.
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Além do modelo R 1200 GS (e sua versão Adventure), carro-chefe da montadora no mundo, com mais de 500 mil unidades vendidas, a edição comemorativa se estende às novatas F 800 GS e F 650 GS, que pegaram carona no aniversário, já que são equipadas com motor de dois cilindros paralelos, embora tenham o mesmo espírito aventureiro que inspirou a criação da primeira GS, em setembro de 1980. O modelo R 80 GS, com motor de 800cm³ e 50cv, nasceu para ser versátil, capaz de rodar com desenvoltura tanto na terra quanto no asfalto. Daí a sigla GS, ou Geland/Strasse, que em alemão significa campo e rua.
BALZAQUIANA
Para provar esses dotes, já em 1981, o modelo competiu no duro rali Paris/Dakar e venceu com o piloto Hubert Auriol. De lá para cá, como nas personagens do escritor francês Balzac, que descreve a forma e a capacidade da mulher de 30 anos, o modelo vem sendo constantemente modernizado e fiel ao estilo. Como o livro, tornou-se uma espécie de best-seller e objeto de desejo entre os aventureiros de longo curso e viajantes do mundo. A edição comemorativa da balzaquiana linha GS conta com uma decoração especial, que lembra o grafismo e cores usadas na primeira edição, além da inscrição Trinta Anos GS no tanque de combustível.
Para completar, o banco é vermelho, como no modelo pioneiro, e ganhou uma inscrição em alto-relevo nas laterais. Naquela época, o conceito de big trail ainda era uma coisa vaga (a Yamaha XT 500 havia vencido o primeiro Paris/Dakar), que foi consolidada com a chegada da R 800 GS, modelo que introduziu o motor e caixa de marchas portantes ou estruturais, fazendo parte do quadro, reduzindo peso e aumentando a rigidez. Com a evolução do modelo, o propulsor foi sendo aumentado até os atuais 1.170cm³, na reforma de 2004, ganhando também injeção eletrônica, embora sempre com a arquitetura de dois cilindros boxer, refrigerados a ar.
EVOLUÇÃO
Posteriormente, o modelo também ganhou freios ABS e toda uma parafernália eletrônica, identificada pela sopa de letrinhas ESA, ASC e RDC, que, trocando em miúdos, significa controle e gestão das suspensões, conforme o piso e tipo de tocada do piloto; controle de tração, para adaptação ao tipo e nível de aderência do chão; e controle de pressão do pneus. A suspensão dianteira ganhou o sistema Telelever, que não afunda nas frenagens, com 190mm de curso. A suspensão traseira, com o sistema Paralever, do tipo mono, ancorado só de um lado, diretamente no braço do eixo cardã, com 200mm de curso, e responsável pela transmissão final.
A R 1200 GS, versão comemorativa, conserva as características técnicas do modelo normal, último desenvolvimento, que herdou o propulsor do modelo HP2 Sport. Equipado com duplo comando de válvulas, que também ganharam novas medidas e posicionamento radial, desenvolvendo 110cv (contra 105cv da versão anterior) a 7.750rpm e torque de 12,2kgfm a 6.000rpm. O modelo também está equipado com válvula no escape. O peso a seco é de 203kg e o câmbio tem seis marchas. A nova BMW R 1200 GS, versão comemorativa, bem como as primas Adventure, F 800 GS e F 650 GS, chegam ainda este ano, mas o preço não foi definido. Informações na Euroville, (31) 3304-4140.