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BMW G 650 GS Sertão - Pé na roça

Mais apropriado para o fora de estrada, o modelo tem roda dianteira maior, novo para-brisa, protetores de mão, peito de aço, aquecimento de manoplas e freios ABS

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De Monte Verde, MG - A BMW Brasil propôs – e a matriz alemã aceitou – desenvolver uma versão com vocação mais fora de estrada do modelo G 650 GS. A filial brasileira propôs ainda mais: batizar a nova moto com o nome Sertão e lançá-la mundialmente no Salão das Duas Rodas, em São Paulo, em outubro de 2011. O aval da marca germânica demonstra a importância do mercado nacional, que já é o sétimo em seu ranking, bem como a ousadia de emplacar um nome de difícil pronúncia em uma língua que não tem a fonética nasal do til. A nova Sertão, em homenagem à desafiante e extensa região semi-árida do país, tem como base a G 650 GS e também vai ser produzida em Berlim, para os mercados europeus.

No Brasil é montada em Manaus, Amazonas, em cooperação com a Dafra. O motor, com um cilindro, projetado pela BMW, mas executado pela austríaca Rotax, é produzido pela chinesa Loncin, em uma operação cada vez mais globalizada, e não recebeu alterações. As suspensões, porém, foram modificadas para melhor adaptação à nova proposta mais fora de estrada em relação à G 650 GS. Na dianteira, o sistema telescópico convencional, não invertido, com tubos de 41mm de diâmetro, teve o curso aumentado de 170mm para 210mm. A suspensão traseira, do tipo mono, ganhou amortecedor mais eficiente, com reservatório de nitrogênio e curso aumentado de 165mm para 210mm, além de possibilidade de fácil ajuste manual.

 

ANDANDO O pacote de alterações também incluiu mudanças nas rodas, que passaram a ser raiadas, em vez de liga leve. A dianteira, anteriormente com aro de 19 polegadas de diâmetro, passou para 21 polegadas, mais apropriada para vencer terrenos acidentados e buracos. A roda traseira permaneceu com 17 polegadas de diâmetro. A roda dianteira maior provocou um curioso efeito colateral não detectado nem corrigido pela engenharia da montadora. O modelo também ficou mais alto, entretanto, o descanso lateral continuou com o mesmo comprimento, aproveitado do modelo G 650 GS, fazendo a moto inclinar demasiada e perigosamente na hora de estacionar, especialmente em terrenos irregulares, seu novo habitat.

O banco também ficou mais alto, subindo de 800mm para 860mm, com a possibilidade de chegar, opcionalmente, a 900mm de altura em relação ao chão, facilitando a ergonomia na hora de pilotar em pé. O motor com um cilindro, equipado com refrigeração líquida, injeção eletrônica e quatro válvulas, tem 652cm³ de cilindrada, fornece 48cv a 6.500rpm e um torque de 6,1kgfm a 4.500rpm. Torque e potência são generosos, fazendo a tocada no fora de estrada prazerosa, especialmente em estradas de pouco movimento, como a região entre Campos do Jordão, São Paulo e Monte Verde, em Minas Gerais, em plena Serra da Mantiqueira, onde o modelo foi avaliado, embora o peso em ordem de marcha, ou abastecida, na casa de 193kg, seja demasiado para encarar uma trilha mais radical.

O motor tem um cilindro, injeção eletrônica e refrigeração líquida

FREIO Os freios do modelo, assim como na G 650 GS, contam com o sistema antitravamento ABS, que, porém, pode ser facilmente desligado por meio de um botão no guidão, com indicação no painel, para rodar na terra. Na roda dianteira, um disco de 300mm de diâmetro, e na traseira, um disco de 240mm de diâmetro. Os pneus homologados para o modelo podem ser mistos, cidade campo, ou próprios para o fora de estrada. Para facilitar a tocada, conta ainda com um para-brisa ligeiramente maior e mais alto, proporcionando mais conforto aerodinâmico, protetores de mão originais, muito úteis no fora de estrada em passagens mais estreitas, e manoplas aquecidas que também podem ser desligadas.

Para rebaixar e centralizar as massas, o tanque de combustível fica sob o banco, com capacidade para 14 litros. O falso tanque abriga o filtro de ar e a parte elétrica. Falsa também é a dupla saída alta do escape. Na verdade só uma funciona, pois a outra abriga o catalisador e tem efeito meramente estético para compor o visual, que foi modernizado, ganhando um para-lama dianteiro alto e bicudo, com apliques de borracha no contorno. Para completar a transformação, a Sertão ganhou um protetor de motor para encarar eventuais impactos na utilização no fora de estrada, conhecido como peito de aço, só que em alumínio. O painel tem o conta-giros analógico em destaque. A cor é branca, com decoração azul. O preço sugerido é de R$ 32.800. Informações na Euroville: (31) 3304-4140.