Primeiro a italiana Aprilia mostrou o coração; só depois exibiu o corpo. Produziu um compacto motor de quatro cilindros em V, com inclinação de 65 graus entre as bancadas e 999 cm³, que fornece 210 cv (na versão de competição). Durante a convenção internacional de distribuidores Piaggio (dona da marca Aprilia), em Milão, em 22 de fevereiro, a montadora acabou com o suspense e apresentou o corpo e as formas do modelo que vai carregar o potente coração.
A nova moto, batizada de RSV-4 Race Machine (máquina de competição), vai disputar o mundial de Superbikes em 2009 e também terá uma versão superesportiva de rua, a partir do fim deste ano. A Aprilia quer capitalizar o sucesso adas pistas, já que faturou o mundial de motovelocidade nas categorias 125 cm³ e 250 cm³ em 2007, e também avançar no mercado de motocicletas superesportivas, que funciona como cartão de visitas mundial e importante instrumento de marketing.
Cabo
O novo motor também vai equipar em breve modelos derivados, como uma badalada naked e uma mais sisuda sport touring, para viagens, formando nova família, ao lado dos propulsores de 1.000 cm³, com dois cilindros em V, inclinados em 60 graus, que equipam seus atuais modelos esportivos. Um dos avanços do novo propulsor é o sistema de aceleração. Em vez dos cabos metálicos tradicionais, fios elétricos, que conduzem informações digitais a uma central de processamento.
Dados como abertura do acelerador, rotações do motor, temperatura e velocidade são comparados instantaneamente, para determinar a mais eficiente forma de alimentação de cada cilindro, adequando o desempenho à vontade do piloto. A era de enrolar o cabo pura e simplesmente ficou para trás, graças à gestão eletrônica, chamada Ride By Wire, desenvolvida pela Magneti Marelli. O sistema permite, inclusive, o controle de tração, nas retomadas de velocidade mais fortes, aumentando a segurança em pisos com pouca aderência.
Esqueleto
O motor tem ainda quatro válvulas por cilindro em titânio, com comando de acionamento misto, corrente, engrenagem e sistema de contrapesos, para reduzir as vibrações. A injeção de combustível é eletrônica, e a refrigeração, líquida. O câmbio tem seis marchas e pode ser removido para troca de engrenagens, facilitando o ajuste nas competições. Para completar, a embreagem tem sistema antitravamento nas reduções mais radicais, próprias da condução esportiva.
Já o quadro, ou esqueleto da moto, é totalmente novo, com dupla trave lateral em alumínio. A suspensão dianteira é invertida, e a traseira, mono, com balança derivada das pistas, também em alumínio, desenvolvida pela Reparto Corse (divisão de competições da marca). O freio dianteiro tem dois discos, com pinças de ataque radial Brembo. Na traseira, disco simples. O visual é bem agressivo, com carenagem integral bicuda, para favorecer a aerodinâmica.