A classe superesportiva 600 sofreu uma espécie de sanduíche com o avanço tecnológico dos modelos menores de um lado e, de outro, com a miniaturização dos modelos maiores. Porém, a modernização também chegou para as 600, como a nova Yamaha R-6, apresentada nos Estados Unidos, e que vai chegar ao mercado mundial em abril de 2017. A nova superesportiva R-6 seguiu a trilha da irmã maior, R-1, especialmente no visual, adotando faróis com LEDs quase camuflados e grande tomada de ar frontal na carenagem para turbinar o desempenho em altas velocidades.
As mudanças no desenho foram baseadas na R-1, que, por sua vez, foi inspirada no modelo M-1, atual campeã do Mundial de Moto GP. Uma estratégia para conferir um aspecto e identidade ainda mais esportivos à família R, que conta também com os modelos R-3, já comercializado no Brasil, e R-125. As mudanças no visual também proporcionaram melhor performance aerodinâmica, com ganho de 8% em relação ao modelo anterior, graças à nova carenagem, novo para-brisa e setas integradas aos espelhos retrovisores.
ELETRÔNICA Como tendência irreversível, a eletrônica também foi adotada generosamente. Conta com controle eletrônico de aceleração, de admissão de ar e de tração, com seis níveis de interferência, selecionáveis em botão no guidão, além da função desativada. Na hora de passar marchas do câmbio de seis velocidades, com uma relação mais curta, a nova R-6 está equipada com o quickshifter, que permite trocas sem desacelerar e sem usar a embreagem, através de um cirúrgico “corte” no motor. Além disso, uma luzinha no painel informa o momento ideal das trocas.
A eletrônica continua com adoção de três modos de condução, que alteram as respostas do motor e detectam automaticamente o desgaste do pneu traseiro para maior segurança e desempenho, e também nos freios, equipados com sistema ABS. Os freios foram herdados da R-1, com pinças radiais de quatro pistãos, que mordem dois discos de 320mm de diâmetro na dianteira. Na traseira, um disco simples com pinça de dois pistãos. O motor de quatro cilindros em linha com 599cm³ de cilindrada não foi alterado, mas ajustado para cumprir as exigências ambientais de emissões.
HERANÇA A potência e o torque não foram revelados, mas devem permanecer na casa dos 130cv e dos 6,5kgfm, respectivamente, em função das restrições impostas pela redução de emissões no escape. Outra herança da irmã maior R-1 foi na suspensão dianteira, com bengalas Kayaba invertidas, que passaram de 41mm para 43mm de diâmetro, além de um curso de 120mm, com os ajustes para o novo peso e potência da R-6. A suspensão traseira é do tipo mono, também Kayaba, e com 120mm de curso. Ambas amplamente ajustáveis.
Em compensação, a engenharia da marca reduziu peso com um tanque de combustível de alumínio 1,2kg mais leve que o anterior de aço, um novo subquadro traseiro em magnésio, que também permite nova postura ao piloto, mais encaixada e esportiva. O silenciador do escape é de titânio e a tampa das válvulas e do motor, de magnésio. O quadro é em dupla trave de alumínio, assim como a balança da suspensão traseira e as rodas com aros de 17 polegadas de diâmetro.