Preço do seguro subiu para os homens em setembro, mas caiu para as mulheres
Foto: Reprodução Educando seu Bolso
Por Alexia Diniz
Faz pouco tempo que dei PT no meu carro. Foi um acidente bobo, mas o suficiente para decretar perda total. A dor no coração veio antes da dor no bolso. Depois de um tempo de luto (e de papelada), o seguro pagou. O dinheiro caiu na conta e, com ele, a dúvida existencial: compro outro carro ou escolho um carro por assinatura??
No início, achei que era simples. “Ah, é só ir na concessionária, dar o dinheiro e sair de carro novo”. Mas aí comecei a fazer conta. E percebi que ter um carro é tipo relacionamento: parece leve no começo, mas depois aparecem as contas, o seguro, o IPVA e o pneu que fura no pior dia possível.
O preço real de ter um carro
Quando a gente pensa em carro, pensa no valor que tá na placa e esquece todo o resto. Só que o verdadeiro custo do carro é uma soma de despesas pequenas, médias e gigantes, que vão corroendo o orçamento aos poucos.
Pra começar, tem a depreciação. Assim que o carro sai da concessionária, ele já vale menos. É como comprar um iPhone novo e descobrir que, no segundo dia, ele vale 15% a menos. Além disso, se você pagou à vista, o dinheiro que poderia estar rendendo num investimento agora está estacionado, literalmente, na garagem.
Aí vêm os outros custos fixos: IPVA, seguro, licenciamento, emplacamento, revisões, combustível, estacionamento, lavagem, pneu, multa e café pro mecânico.
O seguro, por exemplo, costuma ficar em torno de 6% do valor do carro por ano. E o IPVA varia de estado para estado, mas fica próximo dos 4%.
Comprar um carro: tradição que pesa no bolso
Com o dinheiro do seguro em mãos, a primeira ideia foi: “vou comprar outro carro à vista”. Afinal, é o que todo mundo faz, né? Mas aí vem o susto: o carro é só o começo. O problema é tudo que vem depois.
Comprar à vista tem suas vantagens. Você não paga juros, pode negociar um descontinho e o carro é seu desde o primeiro dia. Mas também tem desvantagens: a manutenção é toda sua, o seguro é todo seu, o IPVA é todo seu. Ou seja, o carro é seu, mas os boletos também.
Financiar um carro, então?
Nem pensar. O banco faz parecer lindo: “parcelas do carro popular que cabem no seu bolso”. Mas é aquele tipo de parcela que cabe, mas não sai mais.
Simulações mostram que um carro de R$100 mil pode acabar custando R$173 mil depois de três anos de financiamento com taxa de 3,3% ao mês, resultado do nosso Simulador de Financiamento de Veículos da Omni Financeira. Ou seja, você compra um carro e meio, mas só leva um.
Comprar só faz sentido se você pretende ficar com o carro por muito tempo e não se importa em lidar com oficina, seguro e IPVA. Do contrário, pode ser como se casar com a pessoa errada só porque já comprou o bolo.
Carro por assinatura: o “Netflix das quatro rodas”
Depois de tanta conta, comecei a olhar pro carro por assinatura. Essa é a moda do momento: você paga uma mensalidade e a empresa cuida de tudo, é como um aluguel de longo prazo.
Você escolhe o modelo, o prazo (geralmente de 12 a 48 meses) e a quilometragem que vai rodar por mês. Na assinatura já estão inclusos o IPVA, o licenciamento, o seguro completo, a manutenção preventiva e até a assistência 24h. Em resumo: você paga e dirige.
E sabe aquele problema de “meu carro está desvalorizando”? Ele vira problema de outro. A parte boa é a previsibilidade. Você sabe quanto vai gastar todo mês, sem surpresas.
A parte ruim? O carro nunca é seu. E se ultrapassar a quilometragem combinada, paga extra, tipo quando você estoura o pacote de internet.
Nas simulações do Educando Seu Bolso, o custo total para usar um Hyundai Creta por 36 meses via assinatura ficou em torno de R$108 mil. Já o custo total para comprar à vista e manter o mesmo carro por 36 meses ficou perto de R$120 mil. Não é o preço do carro: é a soma de seguro, IPVA, licenciamento, manutenção, depreciação, itens de desgaste e valor de revenda ao final. Resultado: na janela analisada, assinar saiu mais barato que comprar à vista. (Valores aproximados variam por plano, km, região e condições do veículo.)
Comprar ou assinar: qual a melhor opção?
Se você gosta de trocar de carro a cada dois ou três anos, odeia a oficina e quer zero dor de cabeça, a assinatura é sua praia. Mas se você gosta de ter o bem no seu nome, a compra à vista ainda reina. Já o financiamento... bem, esse é o vilão da história. Como podemos ver na simulação feita no nosso Comparador de Carro por Assinatura.
Comparador de Carro por Assinatura
Foto: Reprodução Educando seu Bolso
E você pode fazer a simulação do carro que mais combina com você no nosso simulador de carro por assinatura:
O que vale mais pra mim?
Depois de pensar bem, percebi que o carro por assinatura é quase uma terapia financeira. Ele te faz encarar a verdade: você não quer um carro, você quer liberdade. Liberdade de andar, de sair, de não lidar com burocracia, de não ter que trocar pneu em dia de chuva.
E pra quem valoriza tempo (e paz de espírito), pode valer mais pagar um pouco a mais e esquecer do resto. Eu, que já fiquei horas esperando no Detran para resolver coisas simples, tô começando a achar que vale.
Mas não existe resposta certa. Existe o que cabe no seu bolso, na sua rotina e no seu humor. Se você roda muito e pretende ficar anos com o carro, comprar ainda compensa. Agora, se é do tipo que gosta de novidade, quer previsibilidade e não liga pra “ter”, talvez assinar seja a solução ideal.
Conclusão: no fim das contas o que vale mais a pena?
Ter um carro é tipo um relacionamento sério: dá liberdade, mas também dá despesa. É bom, mas exige manutenção. E às vezes, por mais que doa admitir, pode ser mais barato terminar ou, no caso, assinar.
Antes de decidir o que fazer com o dinheiro do seguro, coloque tudo na ponta do lápis: quanto você roda, quanto está disposto a gastar e quanto aguenta de dor de cabeça.
O Educando Seu Bolso tem simuladores que comparam o custo total de comprar, financiar ou assinar um carro. Vale testar até porque, quando o assunto é carro, a melhor escolha nem sempre é a mais óbvia.
E se tem uma coisa que aprendi com esse PT foi: carro a gente dirige, mas o bolso é quem sente o tranco. No fundo, muita gente acha assinatura cara porque nunca calculou o custo completo de comprar um carro, item por item.