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Papo de roda - Um Palio por R$ 200 mil?

O carro elétrico ainda é uma solução inviável economicamente, mas já existem dezenas de milhares rodando no mundo

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Que tal lhe parece a ideia de gastar apenas R$ 8 para rodar 100 quilômetros com seu carro? Barato demais? Mas é isso mesmo, e pode fazer as contas: se seu automóvel atual é um pão-duro no consumo, você paga cerca de R$ 30 (gasolina ou etanol) para rodar os mesmos 100 quilômetros.

A mágica? O carro elétrico, por enquanto, é um sonho no Brasil. Ou você toparia pagar cerca de R$ 200 mil por um Palio movido a bateria? A solução ainda é inviável, economicamente falando, mas, graças ao apoio dos governos de outros países, sob forma de estímulos e subsídios, já existem dezenas de milhares deles rodando no mundo.

Aqui, já há alguns poucos importados pela Nissan e Mitsubishi circulando experimentalmente. A Itaipu Binacional, com apoio da Fiat, está desenvolvendo o carro elétrico. Já rodam dezenas de Palios movidos a bateria e o projeto aguarda incentivos do governo para se tentar sua viabilização. Por enquanto, tanto os produzidos aqui quanto os importados são taxados com impostos elevadíssimos.

Os principais problemas do carro elétrico no mundo são o peso e o custo da bateria (quase metade do valor do automóvel) e sua recarga, que limita sua autonomia. As baterias de íon lítio, bem mais leves que as tradicionais de chumbo, são usadas hoje em celulares, outros eletrônicos, automóveis e até em aviões. Mas longe de serem as ideais, pois seu rendimento se reduz quando a temperatura ambiente aumenta. E esquentam muito, o que causou um baita problema no recém-lançado Boeing 787 (Dreamliner), em que eram usadas como acumuladores de energia elétrica, pois se incendiaram.

O projeto Itaipu está desenvolvendo uma bateria com outra tecnologia, baseada no sódio e outros elementos químicos, que poderá ser produzida comercialmente a médio prazo. Além de automóveis, o projeto desenvolveu também outros elétricos experimentais, como ônibus (Iveco), trens (VLT) e até um pequeno avião da AVS Aviation, de São José dos Campos (SP).
Outro problema dos carros elétricos é o reabastecimento. Não existe ainda uma infraestrutura de tomadas para a recarga, como em Portugal, Israel, França e China, por exemplo, onde sua instalação foi estimulada pelo governo, facilitando a utilização dos elétricos em rodovias. Entre as soluções para a recarga há postos que substituem (em dois minutos) a bateria por outra carregada.

O automóvel elétrico é uma certeza, mas a fonte de energia ainda é uma dúvida e nem todos apostam na bateria. Outra opção é a célula a hidrogênio, em que a energia elétrica é gerada no próprio veículo. Nesse sistema, que também já existe experimentalmente, o carro é abastecido com hidrogênio, que, numa reação química (na célula) produz eletricidade e deixa como resíduo (no escapamento), apenas H2O (água). Uma festa para os ecólogos....