A presidente Dilma se divertiu a valer no Salão do Automóvel em São Paulo. Ela foi apresentada a um simulador de direção, daqueles com uma tela na frente do %u201Cmotorista%u201D que tem ruas, estradas, avenidas, automóveis, caminhões, motos, semáforos, tudo igualzinho ao que se vê pelo para-brisa. E com pedais e volante que comandam um carro virtual. Ela a-do-rou, pois tomou várias decisões sem ter que consultar o seu grande guru. E quase não acreditou quando fez uma porção de bobagens e, em vez de críticas, o pessoal em volta riu e até aplaudiu...
Além de divertir a sra. Roussef, o simulador tem missão mais nobre. Ele deverá se tornar obrigatório nas autoescolas a partir de 2013, para complementar o curso prático de direção dos candidatos à carteira de habilitação.
Atualmente, o candidato submete-se ao exame psicotécnico, frequenta as aulinhas, circula a 40km/h ou 50km/h no carro da autoescola no trânsito urbano, decora a legislação específica, faz o exame e está habilitado. Nesse momento, ele está apto a dirigir a 110km/h em qualquer rodovia estadual ou federal com esse limite de velocidade, enfrentar chuva, neblina e outras armadilhas sem que tenha a menor noção de como reagir diante de situações adversas. E o pior: ele pode estar ao volante de um comportado Fiat Mille ou, se ele ou o pai forem abonados, acelerando uma Ferrari de 600cv de potência.
Não foi à toa que o presidente da associação de autoescolas de São Paulo declarou recentemente que %u201Cnossos professores fazem de conta que ensinam, os alunos fazem de conta que aprendem%u201D.
É aí que entra o simulador.
Com os sofisticados recursos da eletrônica é possível simular na tela todas as situações que exigem reações adequadas do motorista. Como e onde ultrapassar na estrada, os cuidados com as curvas ou nos longos declives. O aluno aprende a se safar de outras dificuldades, como a pista molhada, a aquaplanagem, a chuva forte ou a neblina. Onde acelerar ou frear, quando e quais faróis acender nessas ocasiões. Ou como proceder quando se percebe a pista congestionada algumas dezenas de metros à frente. Situações que dificilmente poderiam ser praticadas ao vivo e em cores pelos perigos reais de se envolver em acidentes. No simulador, a prática é virtual, mas o aprendizado é real.
No Brasil, é inegável que uma grande proporção dos acidentes rodoviários é provocado pelo péssimo estado de conservação das estradas. Uma pequena parte acontece por falhas mecânicas nos veículos. E um razoável percentual pode ser atribuído à falha humana. Ou pelo estado alcoolizado do motorista, ou por sua completa falta de preparo para dirigir corretamente diante de situações adversas. É aí que entra o simulador...