A criatividade do brasileiro não tem limites. Ele acaba de inventar uma variação sobre o tema seguro automobilístico, um novo tipo de “empresa”, que pode ser chamada de cooperativa, associação ou clube. Seu objetivo é o mesmo das seguradoras: garantir o sono do proprietário do automóvel no caso de um acidente.
A primeira diferença entre essa nova “entidade” e a seguradora tradicional é que o valor pago pelo “cooperado” (ou associado) não é fixo nem anual, mas mensal. A entidade calcula o total das despesas com reparos nos automóveis acidentados e o rateia entre os “sócios”. O argumento para atrair novos participantes é o custo inferior ao de um seguro tradicional.
A segunda diferença entre as duas é que a cooperativa dissimula sua condição de seguradora e não se enquadra nem respeita nenhuma exigência da Susepe, órgão que estabelece as normas e fiscaliza o setor.
A terceira diferença é quando o segurado bate na porta da empresa depois de sofrer um acidente. Algumas das seguradoras tradicionais podem não operar como um relógio suíço e demorar a autorizar o serviço ou tentar reduzir um custo daqui, outro dali. Mas, via de regra, funcionam. As cooperativas trabalham aos trancos e barrancos, encaminham os carros para oficinas de qualidade duvidosa, apelam para qualquer trambique para reduzir custos e sua operação tem legalidade questionada. Em muitas delas, quando o segurado bate na porta para solicitar assistência, não aparece ninguém para abri-la, pois a cooperativa já encerrou suas atividades e sumiu com o dinheiro de todos.
A polícia está de olho nelas, mas sempre se recomenda cautela nessa “economia”, que pode custar muito caro no fim das contas.
NEOTROUXA Por falar em barato que sai caro, a internet transformou-se num excepcional agente de vendas das mais variadas picaretagens, pois ela aboliu o olho no olho. A vítima de um produto adquirido on-line não tem a quem recorrer – loja, oficina, mecânico nem vendedor. Por falar em vítima, uma novidade oferecida no mundo web é mais um “economizador” de combustível, prato predileto dos espertalhões de plantão. A bola da vez é chamada “Neo Socket”, um milagre tão poderoso que até santo tem certeza de que não vai funcionar. Trata-se de uma pequena peça que se encaixa no lugar do isqueiro no painel. Uma luzinha se acende no seu interior e... abracadabra: o motor reduz poluição e consumo em até 30%, ganha potência, protege a bateria e facilita as partidas. Tudo pela bagatela de R$ 40.
A revista Quatro Rodas ficou tão perplexa com a cara de pau do fabricante que comprou um “Neo Socket” para testar. O resultado foi o esperado: rigorosamente nenhuma diferença. A não ser no saldo a menos na conta da revista e a maior no bolso do picareta...
Papo de Roda - Clube dos "espertos"
A internet transformou-se num excepcional agente de vendas das mais variadas picaretagens, pois ela aboliu o olho no olho do comprador com o vendedor