UAI

Papo de Roda - Asas & rodas

Eu caí num verdadeiro conto do vigário ao cancelar uma reserva feita na Webjet

Publicidade
Foto:

O prezado leitor reserva um hotel para daqui a dois meses. Um mês antes da data, a reserva tem que ser cancelada. Ou marca uma consulta com o médico para daqui a três semanas, mas é obrigado a desmarcar alguns dias antes, pois surgiu uma viagem na mesma data.

É justo o hotel ou o médico cobrarem por um serviço que não foi realizado? Diz o bom senso que não. E o código do consumidor também.

Imagine entretanto se o leitor tiver que cancelar – uma semana antes do voo – uma reserva na Webjet. Ao contrário do médico e do hotel, as empresas aéreas só confirmam a reserva mediante pagamento antecipado e ficam então “senhoras” da situação, e podem se recusar a devolvê-lo. Eu caí nesse verdadeiro conto do vigário ao tentar cancelar a reserva de um voo que tinha me custado R$ 129,90. Sabe o que disse a funcionária da Webjet? “Perfeitamente, senhor, vamos providenciar o cancelamento solicitado, sem problema. Só que vai ser cobrada uma multa”. Eu concordo e pergunto qual o valor da multa. “São R$ 200, senhor”.

E pensar que, recentemente, eu critiquei nessa coluna a TAM por desrespeitar o direito de seus “fiéis” passageiros de adquirir passagens-prêmio usando milhagem do plano Fidelidade. Sugeri que o Procon e o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC, do Ministério da Justiça) investigassem a armadilha armada pela TAM para cobrar mais de três vezes a milhagem anunciada, sem ter ideia da verdadeira “cama de gato” armada pela Webjet contra seus clientes. Diante dela, a pilantragem da TAM vira inocente brincadeira de criança...

Rodas Por falar em desrespeito ao consumidor, vale a pena alertar para a picaretagem de algumas companhias de seguro no afã de reduzir custos. Se uma roda de liga leve é danificada num acidente, existem alguns casos que permitem recuperação. Um pequeno arranhão ou esbarrada que exija um polimento ou um pequeno torneamento da superfície são reparos que não afetam sua estrutura.

Mas, em muitos casos, a roda entorta, quebra, trinca ou perde um pedaço. As oficinas “especializadas” não se fazem de rogadas e afirmam estarem aptas a fazer o reparo. É possível desempenar ou soldar uma trinca ou um pedaço quebrado da roda? Possível é, e o resultado é aparentemente perfeito. Mas só na aparência, pois nenhuma dessas oficinas conta com o caríssimo aparelho de ultrassom, que detecta trincas internas. Por isso é necessário substituí-la, pois trata-se de um componente que afeta diretamente a segurança. E o defeito pode se manifestar justamente ao se aplicar um maior esforço na roda: numa curva, por exemplo...

Se a sua seguradora não autoriza a troca de uma roda de liga leve seriamente danificada, troque-a você mesmo. E depois, troque também de seguradora.