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Metanol usado para adulterar combustíveis pode até cegar

Um componente altamente tóxico que é usado indiscriminadamente por empresas inidôneas que o misturam no etanol e na gasolina, colocando muitos em risco

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O metanol comercializado no Brasil é importado em sua maioria dos Estados Unidos
O metanol comercializado no Brasil é importado em sua maioria dos Estados Unidos Foto: O metanol comercializado no Brasil é importado em sua maioria dos Estados Unidos

Os motoristas não imaginam o perigo que se corre nos postos de combustíveis devido à presença de um álcool altamente tóxico: o metanol. Apesar de proibido por sua elevada toxicidade, o produto vem sendo distribuído ilegalmente em todo o país. O metanol pode provocar cegueira, câncer, vômito e náusea.

O metanol se inflama de forma transparente, o que complica o combate ao fogo proveniente da queima do mesmo, pois sua chama é invisível. O produto chega ao Brasil por meio de importadoras autorizadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que o distribuem para empresas que o utilizam como solvente industrial. Na indústria química, farmacológica, na produção de plásticos e no processo de preparação do biodiesel, além de outros.

O metanol não é produzido aqui, mas é importado principalmente dos Estados Unidos. Era obtido a partir da madeira, mas, atualmente, por meio de uma reação química do hidrogênio (H2) com o monóxido de carbono (CO). O produto chega ao Brasil pelo Porto de Paranaguá (PR), mas segue direto para o Espírito Santo, de onde é distribuído.

Entretanto, milhões de litros do metanol são desviados da indústria para o setor de combustíveis. Ele pode ser adicionado ao etanol hidratado, vendido na bomba, ou o álcool anidro, que é adicionado à gasolina. E os percentuais são variáveis. Mas a fiscalização já o identificou até substituindo os 27% do etanol na gasolina.

metanol em frasco de vidro transparente com indicacoes de toxicidade
Se manuseado de forma inadequada, o metanol pode até cegar

Devido à sua toxicidade, a ANP permite que o metanol esteja presente no máximo de 0,5% na gasolina ou no etanol hidratado. Mas o que explica essa perigosa presença do metanol nos combustíveis comercializados no Brasil? Porque, mesmo importado, ele chega custando mais ou menos a metade do valor do etanol, o que estimula distribuidoras, formuladoras e outras empresas inidôneas a utilizá-lo para reduzir o custo final do combustível.

Se o litro do etanol custa hoje cerca de R$ 2,50, o do metanol varia de R$ 1,20 a R$ 1,50. Essa foi uma das saídas encontradas por empresas que sonegavam impostos dos combustíveis. Impossibilitadas agora dessa prática ilícita graças à decisão do governo de tributá-los na fonte, ou seja, o imposto é recolhido antes mesmo de chegar ao posto.

Antes burlavam o governo, agora ameaçam a integridade do cidadão. O metanol é tão tóxico que já se comprovou as mortes de 14 pessoas no Brasil, alcoólatras que bebiam etanol e que, sem se dar conta, o ingeriam misturado ao metanol. Seu manuseio é perigoso e pode até provocar cegueira nos frentistas de postos que o respiram diariamente.

Além disso, em percentuais mais elevados, o metanol danifica irremediavelmente os componentes não metálicos do sistema de combustível dos automóveis. A ação fiscalizadora da ANP está detectando a presença do metanol em várias regiões do país.

Recentemente, quatro postos de combustíveis no Sergipe foram autuados, lacrados e fechados pela fraude do metanol misturado ao etanol. Quem vem agindo objetivamente contra fraudes operacionais e tributárias no sistema de distribuição de combustíveis é o Instituto do Combustível Legal, comandado por dois engenheiros: o presidente Emerson Kapaz, ex-deputado federal e secretário de Ciências e Tecnologia de São Paulo, e o diretor-executivo Carlo Faccio, com larga experiência no setor de petróleo e energia.

O Instituto do Combustível Legal alerta os motoristas para desconfiarem dos postos que oferecem combustíveis muito baratos, o que pode indicar o uso do metanol. Além disso, eles recomendam que sempre se peça a nota fiscal da compra do combustível. O instituto colabora com recursos para as análises laboratoriais, que são muito caras, e com os dispositivos para detectar o metanol. É um importante parceiro da comunidade no combate à fraude do combustível.

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