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Dois extremos do mercado

O carro mais caro e um dos de menor preço mostrados no mesmo dia

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O Clio teve reestilização inspirada no modelo europeu e motor 1.0 retrabalhado


Pode parecer combinação, mas, claro, não foi. Com datas escassas no calendário para a apresentação de tantos carros, Renault e Chevrolet separaram apenas por algumas horas, no mesmo dia, a apresentação do Clio retocado (terceiro modelo mais barato do mercado, atrás de Ka e Mille) e o do SUV médio-grande Trailblazer (veículo mais caro em produção no Brasil).

A marca francesa adotou uma plástica inspirada no visual do modelo que estreou, recentemente, no Salão de Paris. Aqui, seguiu a toada local e o batizou de Novo Clio. Argentinos são reticentes a essas liberdades de expressão e lá, onde é fabricado, se chama Clio Mio.

Veja fotos do TrailBlazer

Esse sopro de vida fez bem ao compacto, acompanhado por pequenas reformas no quadro de instrumentos e forrações. O preço – bastante sensível nesse segmento – foi cortado em média em R$ 700 e parte agora de R$ 23.290 (duas portas) e vai a R$ 28.550 (quatro portas, ar-condicionado e direção assistida). Nenhuma versão traz itens como as três regulagens de altura (banco, cinto e volante) ou alças de teto. Acrescenta de série, porém, o útil computador de bordo. ABS e bolsas infláveis, nem como opcionais, a exemplo dos concorrentes.

Bom trabalho feito no motor 1.0 16V/80 cv/10,5kgfm (etanol), agora um flex verdadeiro, ao elevar a taxa de compressão para 12:1. Outros aperfeiçoamentos deram ao compacto o troféu de economia, com um avanço de respeitáveis 9% sobre o anterior: 9,5/14,3 km/l na cidade e 10,7/15,8 km/l na estrada (etanol/gasolina). Vence por muito pouco o Mille Economy, que na estrada faz 15,6 km/l (gasolina).

Em avaliação, em circuito urbano no Rio de Janeiro, o Clio mostrou boa desenvoltura, inclusive na recuperação a partir de 30 km/h, em terceira marcha, situação típica ao subir e aterrissar das famigeradas lombadas que infestam as ruas brasileiras.

 

Trailblazer tem preços de R$ 145.450 (gasolina) e R$ 175.450 (diesel)

 

 

Estratégia diferenciada adotou a Chevrolet no Trailblazer, ao romper qualquer laço com o antigo Blazer. A começar pelo preço da única versão disponível, a LTZ, topo de linha: R$ 145.450 (V6, gasolina, 239 cv) e R$ 175.450 (4 cilindros, diesel, 180cv). A diferença de R$ 30.000 dá para adquirir até um compacto equipado, o que demonstra a pouca racionalidade de 70% dos compradores da versão diesel. O mercado de SUVs médios e grandes representa 180 mil unidades/ano (5% do total de veículos leves) e altamente rentável para os fabricantes.

A GM espera vender apenas 400 unidades/mês do modelo e não pretende, pelo menos por ora, oferecer nada mais barato. Está disponível só na versão de sete lugares, tração 4x4 engatável eletricamente e câmbio automático de seis marchas e muito bem equipada em conforto e segurança. Basta citar alguns: regulagem de encosto nas duas fileiras traseiras, ar-condicionado de controle separado para a parte de trás e airbags tipo cortina que se estendem à última fileira. Apesar do preço salgado, câmera de ré e navegador com tela tátil são acessórios.

O espaço interno é um dos pontos altos: 2,84m de distância entre-eixos e largura de 2,13m (6cm maior do que Hilux SW4). O porta-malas com os últimos dois bancos rebatidos oferece nada menos que 878 litros (235 litros, o mínimo). A suspensão traseira recebeu molas helicoidais e cinco braços de localização. Ao rodar, mesmo no asfalto, o Trailblazer mostra que os tempos de aspereza e excessivo desconforto ficaram no passado. O motor a diesel é mais silencioso que a geração anterior e o torque de 43,1kgfm impressiona. Já com gasolina dá para esticar as marchas, e a suavidade é bem maior.

RODA VIVA
FONTES
ligadas aos fornecedores confirmam que será fácil transferir a produção do Cruze (sedã e hatch), a partir dos atuais kits CKD, de São Caetano do Sul para Rosário, Argentina. Em 2014, a GM lançará a nova geração do Cruze, conforme anunciado nos EUA, e concentrará no país vizinho a fabricação de modelos médios, como já fazem Ford e marcas francesas.

POUCO depois de completar 30 anos de mercado, em junho, a Parati começou o processo de parada de linha. A station compacta da Volkswagen liderou o segmento por quase duas décadas e deixa saudosistas. Em razão do encolhimento na procura por peruas, suplantadas por SUVs e sedãs, sai de cena agora. Restam poucas unidades na rede.

ETIOS hatch, na versão de topo XLS, motor 1.5/96cv (etanol), é realmente um automóvel de contrastes. Freios, motor, câmbio e, em especial, suspensões com raro equilíbrio entre conforto e estabilidade, além de direção elétrica e precisa com reduzido diâmetro de giro, agradam bastante. Uma pena a falta de tantos acessórios e escolhas tão equivocadas no carro como um todo.

DEMOROU, mas chegaram ao mercado películas transparentes de última geração para proteção de peças metálicas ou de plástico, como as que revestem para-choques. O Antichip, da 3M (concorrentes devem surgir), é algo realmente útil e racional para preservar a pintura em lançamento de pedriscos, batidas leves ao estacionar e raspões em obstáculos.