Prazo de validade é um tema controverso no setor dos automóveis e muitos motoristas insistem em não respeitá-lo quando se trata dos componentes do carro. “Mas meu pneu ainda tem muita borracha e ainda não chegou nem no TWI, o indicador de troca”, ou “tenho mesmo que trocar o óleo do motor de um carro que ainda não rodou 3 mil quilômetros?”
Se o veículo é levado regularmente para a revisão programada pelo fabricante, a oficina substitui os componentes do carro e fluidos que têm prazo de validade. Mas alguns outros, como pneus, devem ser verificados periodicamente pelo próprio dono do automóvel.
O airbag é um suplemento à proteção oferecida pelo cinto de segurança e também merece atenção
É preciso verificar o prazo de validade dos cintos de segurança?
Não existe prazo para substituir os cintos de segurança. É considerado o mais importante componente de segurança (passiva) do automóvel. Muitos inclusive se enganam achando que são os airbags. Negativo, tanto que as bolsas são chamadas de SRS: “Supplementary Restraint System”, ou sistema suplementar de contenção, em inglês. Ou seja, o airbag é um suplemento à proteção oferecida pelo cinto.
Deve-se, contudo, substituir o cinto de segurança no caso de um impacto em que ele tenha efetivamente protegido o ocupante, pois assim perde sua resistência inicial. E também nos casos de carros mais antigos, em que dá sinais de desgaste, fios se soltando ou esgarçados. Não dá para brincar com esses componentes do carro.
Palhetas e pneus também merecem toda atenção
Todos os compostos de borracha se deterioram (oxidam) com o tempo, principalmente esses dois componentes do carro. No caso do automóvel, as palhetas de borracha dos limpadores do para-brisa (e dos faróis e vidros traseiros) devem ser substituídas a cada dois anos. Os pneus têm durabilidade – consensual entre seus fabricantes – de 5 a 6 anos. A partir daí, perdem suas características originais e a aderência com o asfalto. Depois de 10 anos de fabricação, tornam-se perigosos e podem até estourar em velocidade maiores.
Quais são os cuidados com os fluidos?
Não está prevista a substituição de diversos deles, como o da direção hidráulica ou o da caixa de marchas manual. Outros têm validade, como o dos sistemas de refrigeração e de freios, que devem ser substituídos a cada dois anos, independentemente da quilometragem. E também algumas caixas automáticas devem ter o óleo trocado. Mas o nível de todos eles deve ser sempre verificado, para se detectar um possível vazamento.
Óleo do motor: não dá pra vacilar
Apesar de sua essencial importância para a vida do motor, muitos não respeitam o prazo de substituição. Ou não observam as características recomendadas pelo fabricante de viscosidade e aditivação ao trocá-lo. Ou ainda decidem substituir seu filtro apenas a cada duas trocas do óleo, apesar do custo quase insignificante.
Componentes do carro como catalisador não podem ser esquecidos
Trata-se de um componente do carro da maior importância para o meio ambiente, colocado no sistema de escapamento para eliminar as nocividades dos gases emitidos pelo motor. Até o ano passado, ele deveria manter suas características durante 80 mil quilômetros. Com a nova legislação de emissões, deve mantê-las por 160 mil quilômetros. Mecânico desonesto insiste em substitui-lo – sem necessidade – para faturar algum no mercado paralelo dos valiosos elementos químicos que o constituem: paládio, rodio e platina. Tem até ladrão especializado em roubar o catalisador para vender estes componentes.
Velas devem ser analisadas pela aparência ou sintomas
Não existe um prazo determinado para a substituição das velas, pois a durabilidade desses componentes do carro depende de sua qualidade, do combustível etc. Mas há um consenso de que devem ser analisadas a cada 50 mil quilômetros, pois muitas vezes sua aparência já indica a necessidade de substituição. Ou por alguns sintomas do motor (falha, variação da marcha-lenta, tosse, consumo, desempenho), que podem também revelar a necessidade de troca, muitas vezes junto com seus cabos.
Correia dentada: se arrebentar, o prejuízo é grande
Nem todos os motores tiveram sua corrente metálica substituída pela correia dentada, de borracha. E muitas fábricas que o fizeram estão voltando atrás, pelos problemas que apresentam. Teoricamente são ótimas, silenciosas. Mas na prática, a teoria é outra...
Sua durabilidade varia de 50 mil a 100 mil quilômetros, prazo indicado no manual. Algumas mais modernas, lubrificadas por óleo (do motor) podem ultrapassar os 200 mil quilômetros. Mas todas exigem especial atenção caso o carro circule frequentemente em estradas de terra ou em ambiente de mineração. Em caso de dúvida, recomenda-se trocar a correia dentada antes mesmo do prazo previsto, pois, se arrebenta, costuma provocar danos substanciais ao motor.
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