Comentamos na semana passada a respeito dos problemas de assistência técnica da chinesa BYD. Os carros da montadora não apresentam problemas de qualidade, mas a falta de peças, de cumprir com o prometido na entrega em cortesia de carregadores, da conexão do aplicativo do sistema multimídia, até de pneus específicos, e a dificuldade de entrar em contato com as concessionárias e com a própria BYD, deixaram muitos clientes insatisfeitos com a marca.

Mas retorno agora para elogiar a empresa. Primeiramente, porque a BYD reconheceu os problemas que eu mencionei e explicou oficialmente as várias modificações que está introduzindo no setor de pós-venda. Em segundo lugar, pois, além de validar minhas críticas, a BYD manteve o diálogo comigo. Continua enviando carros para test drive, material de imprensa e convidando para seus eventos de lançamentos.

Mas vocês podem perguntar: por que o elogio? Não é este o comportamento que se espera de uma empresa? Seria! Mas algumas outras marcas no Brasil são arrogantes, petulantes, poderosas, as maiores do mundo, e não descem do salto alto. O jornalista criticou? Vamos conversar, analisar a veracidade da crítica, reconhecer ou explicar melhor. Mas não demonstram o mínimo de competência em sua área de relações públicas e com a imprensa. Nenhuma maturidade para lidar com críticas aos seus produtos e serviços.

Seus altos executivos, em volta da refinada mesa de reuniões no último andar do prédio de luxo, apenas dizem: “Criticou? Então corta da lista de convidados. Não manda mais carro para teste. Não tem mais conversa e ponto final”.

Porém, a culpa não é totalmente desses executivos, pois, de maneira geral, são raras as críticas. O que mais se vê são elogios e aplausos. Quando surge um jornalista, como todos deveriam ser, imparciais e críticos, e que resolve falar a verdade, pau nele!

Por isso, meus elogios públicos a BYD. Uma empresa que, pelo jeito, tem cabeças pensantes.

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