Verdade seja dita, a Fiat foi pioneira em muitas coisas no mercado brasileiro. Entre elas, a grande sacada de criar uma versão aventureira também para a picape Strada, tomando como base a perua. E essa estratégia de marketing foi decisiva para mantê-la na liderança, com folga, do segmento das picapes compactas. O modelo da Fiat ganhou um apelo aventureiro ainda maior com o sistema Locker, de bloqueio do diferencial. Com o lançamento da nova geração da Saveiro, em setembro do ano passado, a Volkswagen resolveu também entrar nessa onda com a versão Cross, que tem vocação um pouco mais urbana, mas com disposição também para aventuras longe da cidade.

Mesma linha

Para criar o modelito da nova versão, os estilistas da Volkswagen decidiram seguir o mesmo caminho trilhado no CrossFox, com linhas discretas e aparência mais urbana, e somente na opção cabine estendida. Na frente, destaque para a grade preta, com uma barra horizontal; os faróis com duplo refletor e máscara negra; o para-choque preto, com elementos de plástico cinza imitando protetores de metal; a tomada de ar com tela protetora para o radiador (importante para o off-road leve); e os faróis de neblina. De perfil, a Saveiro Cross tem rodas de liga leve exclusivas; molduras pretas nos para-lamas, que se unem às saias laterais (com elementos imitando estribos); faixa preta decorativa na parte de baixo; apoio de pé para acesso à caçamba; retrovisores com dupla cor e repetidores de seta; e barras que começam no teto e terminam na carroceria, muito útil para a fixação de carga. Na traseira, o adesivo enorme com a inscrição Saveiro Cross chama bastante a atenção. O sensor de estacionamento é útil, já que a visibilidade traseira é muito ruim.

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Carga esportiva

As picapes compactas quase sempre são usadas para passeio e raramente pegam no pesado. Mas, caso o proprietário precise, a Saveiro Cross tem capacidades volumétrica (734 litros) e de carga (661 quilos) razoáveis, protetores de caçamba e de cabine (evita que objetos invadam o habitáculo em caso de freada mais forte ou choque frontal); capota marítima, que ajuda a esconder a carga dos amigos do alheio; ganchos para fixação de carga; e tampa da caçamba com chave, para dificultar as ações do larápios. O estepe fica sob a caçamba, para melhorar o espaço na cabine (agora, atrás dos bancos cabe tranquilamente a bagagem de um casal) e na caçamba. O problema fica para a hora da troca, já que á operação é mais complicada e o pneu reserva certamente estará sujo.

Ambiente

Por dentro, a atmosfera também é a mesma respirada no CrossFox, com acabamento todo na cor preta, detalhes imitando metal no volante (que é o mesmo do hatch aventureiro), maçanetas internas das portas e base da alavanca de marchas; bancos que misturam couro e tecido, prendem bem os corpos de passageiro e motorista e têm porta-objetos de elásticos nas laterais e o nome da versão bordado no alto; aros das saídas de ar na cor preta. O espaço interno proporciona conforto para duas pessoas. O desconforto vem do elevado nível de ruídos.

Rodando

O motor 1.6 tem desempenho apenas razoável, mas dá conta do recado, ajudado pela boa transmissão, que tem engates precisos e macios, relações de marchas bem acertadas. O consumo fica na média: com gasolina, o computador de bordo registrou 12km/l na estrada e 8,8km/l na cidade. A suspensão tem bom compromisso entre conforto e estabilidade, principalmente para um veículo que tem que equilibrar diversão e trabalho. O desempenho no fora de estrada leve surpreendeu. A suspensão elevada e os pneus de uso misto colaboraram bastante.

Veredito

Antes, para comprar um veículo desse tipo não havia melhor opção do que a Strada Adventure, principalmente depois de ganhar o sistema Locker, que ajuda bastante nas pequenas aventuras. Agora, depois da Saveiro Cross, a decisão do consumidor já não é mais tão tranquila assim.

Leia a segunda parte do teste da Saveiro Cross com a avaliação ponto a ponto e as fichas técnicas e de equipamentos

Leia a segunda parte da matéria.