A Jetta Variant é o tipo de carro que agrada a quem procura amplo espaço interno, com bom acabamento e elevado nível de equipamentos de série, mas que tenha disposição para, de vez em quando, dar uma boa cutucada no pedal da direita. Com 170cv, o motor 2.5 de cinco cilindros tem bom fôlego, além de um ronco agradável, não bebe muito e se harmoniza com o câmbio automático de seis marchas, que possibilita também a troca de marchas de forma manual. Tudo isso por um preço bem em conta, levando-se em conta o padrão de uma perua como essa.
A família em boas mãos
Os fabricantes têm encurtado bastante a distância entre o lançamento de seus modelos lá fora e a sua comercialização no Brasil. A nova perua Jetta, por exemplo, foi apresentada mundialmente no Salão de Frankfurt, em setembro do ano passado, e começou a ser vendida no mercado brasileiro em março deste ano. A Variant tem visual moderno e em sintonia com o novo DNA estilístico da Volkswagen, presente tanto em esportivos como o Scirocco, que não é vendido no Brasil, quanto em hatches compactos e básicos, como o Fox. O modelo é produzido no México e, por isso, chega com uma boa relação custo/benefício e, com o fim da produção da Toyota Fielder e da importação da Peugeot 307 SW, tem a concorrência apenas da Renault Grand Tour.
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Estilo
A perua chega com uma reestilização interessante, que se concentra basicamente na frente. O novo design mistura esportividade e elegância. Os faróis ficaram mais espichados, têm duplo refletor e máscara negra e estão unidos pela nova grade, com linhas horizontais acentuadas pelos frisos cromados, que coloca uma pitada de elegância, assim como os aros cromados dos faróis de neblina. A tomada de ar inferior ficou maior e integrada a uma grande "boca", pintada na cor preta. De perfil e traseira, a Variant continua praticamente a mesma, com linhas limpas e sóbrias, com destaque apenas para as novas (e bonitas) rodas de liga leve de 17 polegadas; os repetidores de seta nos retrovisores; as travessas pretas no teto (para a fixação de bagageiros ou racks); as lanternas traseiras escurecidas; e o defletor no teto, que incorpora a terceira luz de freio.
Interior
Por dentro, a perua segue a mesma filosofia de design externa, criando um ambiente elegante e familiar, mas com um toque esportivo: predomínio da cor preta; revestimento em couro nos bancos, volante, painéis de porta e coifas das alavancas de marcha e do freio de estacionamento; e detalhes em plástico imitando metal nas maçanetas internas das portas, na base da alavanca de marchas e molduras das saídas do sistema de climatização. Destaque para a tela de 6,5 polegadas, sensível ao toque, que permite comandar todas as funções do sofisticado sistema de som (com rádio, CD Player MP3, 10 alto-falantes, entrada auxiliar e cartão de memória) e para o painel de instrumentos, que ganhou novo desenho e apliques imitando fibra de carbono, que também estão presentes nos painéis de porta. Computador de bordo, com tela no centro, de fácil visualização, traz informações importantes, que vão desde consumo médio e temperatura do óleo até alertas de manutenção. O volante, que é o mesmo do Passat, incorpora os comandos do som e do computador de bordo.
Conforto
O espaço interno da Jetta Variant proporciona conforto para quatro adultos, pois quem viaja no centro do banco traseiro é incomodado pelo final do console e pelo apoio de braço embutido no encosto. O porta-malas tem porta-objetos nas laterais e sob o piso, seis ganchos para fixação de carga e um volume razoável (505 litros) para uma perua média, que pode ser aumentado para até 1.550 litros com o rebatimento total do encosto do banco traseiro. Faltam apenas redes para pequenos objetos. Teto solar elétrico cobre as duas filas de bancos, mas não tem blecaute e a luz do sol (a pino) incomoda. Com as regulagens do banco em altura e lombar e da coluna de direção (em altura e distância), fica fácil encontrar uma posição confortável para dirigir. Os sensores de estacionamento ajudam bastante nas manobras, já que a visibilidade traseira é bem limitada.
Dirigindo
O grande barato da perua é o motor 2.5, de cinco cilindros, que, além de um som agradável de aspiração, tem fôlego tanto para rodar “macio” dentro da cidade quanto para cravar o pé na estrada. Ou seja, agrada aos que querem “arroz com feijão” e aos que gostam de um tempero mais “apimentado”. O câmbio automático casa bem com a proposta e poderia oferecer uma troca também no volante em vez de apenas na alavanca. O consumo foi uma surpresa agradável: na estrada, com cinco adultos e ar ligado, o computador de bordo registrou uma média de 10,6km/l, sem aliviar. A suspensão acompanha bem os impulsos esportivos, mas cobra a conta pelo lado do conforto, com um pouco de barulho e transferência das irregularidades do piso para dentro.
Veredito
Para quem é pai de família e precisa de um carro com espaço para toda a tralha naquelas viagens mais longas, mas não quer rodar num modelo muito domesticado, sem pimenta nenhuma na estrada ou no dia a dia e que ainda por cima bebe muito, a Jetta é uma opção bem legal, barata e segura, pois o pacote de segurança é bem completo. Contra pesam a aspereza da suspensão, a claridade do teto solar e o nível de ruídos internos, elevado para um modelo que fala alemão tão fluente.
Confira a Segunda parte do teste do Volkswagen Jetta Variant.