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Uno Economy 1.4 se destaca pelo baixo nível de consumo

Como o nome indica, essa versão tem como principal atrativo o nível baixo de consumo,
fruto de um conjunto de alterações no motor, câmbio e pressão dos pneus. Leia o teste

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Foto:

O kit Economy inclui relações de marcha mais longas e aumento da pressão dos pneus


Assim como já fez com a linha Palio e Mille, a Fiat também desenvolveu uma versão Economy para o novo Uno. Mas, ao contrário dos outros, cujo pacote é vendido com motor 1.0, a nova opção está disponível apenas com motor 1.4 Evo. Com as alterações, o nível de consumo realmente foi reduzido, e sem prejudicar muito o desempenho. Para quem quer um carro com um projeto moderno e o amplo espaço interno do novo Uno, a força de um motor maior, a praticidade das quatro portas (o pacote econômico também é oferecido no modelo de duas portas) e por um preço abaixo de R$ 30 mil na versão básica (quase sem nenhum opcional), o Uno Economy é uma proposta interessante.

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O novo Uno não é exatamente uma atualização do fantástico projeto do famoso designer Giorgetto Giugiaro, que foi lançado em 1983 e que sobrevive até hoje, mas o carro consegue chegar perto em vários pontos, como as linhas modernas, o bom aproveitamento do espaço interno, a luminosidade do habitáculo e boa posição de dirigir. Além disso, a Fiat criou vários kits de personalização e disponibilizou cores bem mais marcantes, que possibilitam deixar o carro bem ao gosto do freguês. Agora, aproveitando que o consumo e, consequentemente, as emissões de poluentes estão na pauta do dia, a Fiat resolveu ampliar a família do novo Uno com a opção Economy, disponível nas carrocerias de duas e quatro portas. Além do nome, a versão é identificada pelo verde dentro do emblema do Uno.

Painel inclui o econômetro, que informa ao motorista o consumo instantâneo



MOTOR Assim como é no Mille e no Palio, a redução do consumo de combustível é fruto de um pacote que inclui alterações em diversos componentes. As mudanças começam pelo motor 1.4 Evo, que já tinha recebido anteriormente algumas alterações em favor da economia e dirigibilidade, como coletor de admissão em plástico, bobinas sequenciais e variador de fase no comando de válvulas. Na nova versão, a central eletrônica foi recalibrada, alterando parâmetros como curva do pedal do acelerador, no sentido de interpretar melhor as exigências do motorista no momento em que pressionou o pedal; e adotando estratégias como cortar de forma mais rápida e eficiente o combustível quando o carro está em desaceleração e com a marcha engatada, como numa descida forte, por exemplo.

CÂMBIO O pacote Economy também inclui alterações no câmbio, que ganhou relações de marchas 9% mais longas – para isso, foram adotados novos coroa e pinhão no diferencial. Além do consumo, essa mudança também teve como objetivo a redução do nível de ruídos. Para evitar que o carro perdesse agilidade com esse alongamento, a Fiat optou por colocar a mesma relação de quinta marcha (mais curta) do Uno Sporting. As modificações também foram feitas na calibragem dos pneus, que aumentou de 28 para 35 libras. Mas, como esse aumento de pressão certamente traria desconforto, os engenheiros tiveram que fazer uma recalibragem da suspensão, com a troca de molas e amortecedores. Com isso, a altura da carroceria em relação ao solo foi reduzida em 10mm, o que, segundo a Fiat, melhorou o escoamento de ar pela parte inferior da carroceria.

Assim como em outros hatches, o espaço no porta-malas é limitado



NA PRÁTICA Realmente, o Economy 1.4 se mostrou bastante econômico, tanto na cidade como na estrada. Em algumas médias feitas com álcool no tanque e dois adultos na cabine, o carro registrou números acima de 7,5km/l em trechos urbanos e beirou os 9km/l em rodovias. Mas é importante dizer que a unidade avaliada não tinha ar-condicionado, um item importante não apenas para o conforto mas também para segurança – pois evita que se rode com vidros abertos nas grandes cidades e impede o embaçamento em dias de chuva – e que aumenta bastante o consumo.

FÔLEGO O desempenho continua razoável (aliás, esse motor da Fiat não é referência nesse quesito entre os 1.4 disponíveis no Brasil) e não foi afetado com as mudanças. Quanto ao câmbio, as alterações foram muito bem-vindas, pois ajudaram a reduzir o consumo e não exigiram constantes trocas de marcha. Os engates são macios, mas poderiam ser mais precisos. Quanto à suspensão, nota-se que ficou um pouco mais desconfortável, transferindo um pouco mais as imperfeições para o habitáculo, mas proporciona ótima estabilidade em qualquer situação.

Banco traseiro é espaçoso, mas não tem cinto de três pontos para quem senta no meio



NO MAIS O acabamento está no mesmo nível dos concorrentes básicos, com plásticos de qualidade inferior, mas que estão aparentemente bem montados. Tecido que reveste os bancos não combina muito com nosso clima tropical. O painel mistura instrumentos que têm boa visualização (velocímetro, conta-giros e econômetro) e outros que são confusos (marcadores de temperatura do motor e do nível de combustível). A coluna de direção regula em altura, mas o curso é curto; e a buzina é fácil de ser acionada. Um item interessante, e que é difícil de ser encontrado em carros muito básicos, é o espelhinho interno, para controlar a criançada no banco traseiro. Com retrovisores externos e interno de bom tamanho, a visibilidade traseira é boa. O interior também é pobre em porta-trecos. O banco traseiro só acomoda com conforto dois adultos e tem três apoios de cabeça. Falta cinto de três pontos para quem senta no meio.

Emílio Camanzi também testou o Uno Economy.
Assista ao vídeo:

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AVALIAÇÃO TÉCNICA

ACABAMENTO DA CARROCERIA

As quatro portas estão desniveladas entre si e em relação à carroceria em vários pontos, além de existirem folgas fixas bem diferentes entre os dois lados. A tampa traseira está descentralizada e desnivelada. O capô tem montagem satisfatória, assim como os vários itens (faróis, lanternas, para-choques, pestanas, adesivos e retrovisores). A pintura tem qualidade final razoável, mas apenas pulverizaram a tinta, deixando aparente o fundo em vários locais nos vãos da tampa traseira e
do motor. REGULAR



VÃO DO MOTOR
O resultado do isolamento acústico é aceitável para o seu segmento de mercado. A sistematização dos vários componentes está benfeita, tem um aspecto organizado e os itens de verificação permanente têm fácil identificação e manuseio. O radiador fica encoberto pelo painel dianteiro. O ângulo de abertura do capô é muito bom. POSITIVO

ALTURA DO SOLO
Não tem de série chapa em aço para toda a zona inferior do conjunto motopropulsor, sendo o ponto mais baixo em relação ao solo a abraçadeira da tubulação de descarga primária, na curvatura logo depois do catalisador. Não ocorreram interferências com o solo no nosso percurso misto de provas, mesmo com a menor altura do solo (em 10mm) desta versão. POSITIVO

CLIMATIZAÇÃO
O veículo avaliado não estava equipado com ar-condicionado (opcional). Os quatro difusores de ar do painel têm formato circular, giram 360 graus, mas apresentaram baixa vazão quando se usa somente ventilação dinâmica com o veículo em velocidade e os vidros abertos para despressurizar o habitáculo. A caixa de ar tem três velocidades, com vazão razoável e nível de ruídos aceitável na velocidade máxima, e opção de ar quente/frio. REGULAR

De perfil, destaque para os adesivos que enfeitam a parte de baixo das portas



FREIOS
Estão muito bem dimensionados, mas não têm ABS. As reações são balanceadas e o pedal de freio tem boa relação e sensibilidade. O freio de estacionamento atuou normalmente. Apresentaram boa resistência térmica depois de uso mais severo em longa descida sinuosa, com frenagens fortes na entrada das curvas. Em frenagem simulada de emergência, a desaceleração (asfalto seco) foi eficiente e manteve a trajetória, além de afundamento razoável no eixo dianteiro. POSITIVO

CÂMBIO
A resposta dinâmica alcançada desta versão, mesmo com a adoção de uma relação coroa x pinhão (diferencial) mais longa, é boa. As trocas são poucas, inclusive sobre piso inclinado, além de arrancadas e retomadas bem satisfatórias, favorecidas pela ausência do ar-condicionado. O trambulador tem nível de ruídos de funcionamento razoável e o curso da alavanca é longo. A pega no pomo é aceitável, mas poderia ser mais anatômica. A embreagem é macia e tem boa progressividade, mas o tapete de borracha (acessório Fiat) não está bem dimensionado em relação ao formato do assoalho no local do descanso do pé esquerdo e do extintor, e pode interferir (conforme a posição do tapete) com o pedal de embreagem, diminuindo o curso ou atrapalhando o acionamento do pedal. REGULAR
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MOTOR
Sua performance é boa, levando-se em conta a cilindrada e curva, o peso em ordem de marcha e o fato de o veículo não estar equipado com ar-condicionado. As retomadas de velocidade e aceleração são eficientes e, com o veículo carregado, é ainda aceitável a sua dinâmica numa topografia irregular como em alguns bairros de BH e rodovias. O rendimento é praticamente igual com álcool ou gasolina, e o sistema flex atuou bem. O nível de ruídos de funcionamento é razoável. Instalado no quadro de instrumentos, o econômetro auxilia bem o motorista numa condução econômica, mas seria melhor se tivesse também indicação no conta-giros (com faixa amarela) da melhor fase de sua curva de torque. POSITIVO




VEDAÇÃO
Boa contra água. POSITIVO

NÍVEL INTERNO DE RUÍDOS
O habitáculo não é silencioso quando se trafega sobre piso de terra, asfalto ruim e paralelepípedo. O efeito aerodinâmico é notório e crescente a partir de 100km/h, chegando a incomodar em alta velocidade. NEGATIVO

SUSPENSÃO
O conforto de marcha é limitado quando se roda sobre piso irregular devido ao nível de transferência das imperfeições do solo para dentro. Contribui para isso a pressão de 35 libras dos pneus para a proposta desta versão Economy, que visa à redução de consumo de combustível com o menor atrito de rolagem com o solo, além do uso de pneus ecológicos. A estabilidade agrada bem pela precisão, rapidez e manutenção da trajetória imposta, apesar da inclinação um pouco acentuada em curvas de raio curto/médio feitas em velocidade. REGULAR

DIREÇÃO
A coluna de direção tem ajuste em altura, e o volante boa pega. O diâmetro de giro com 9,8 metros é muito bom e a velocidade do efeito-retorno agrada. As suas reações são normais, mesmo com a nova calibragem dos pneus, proporcionando ótima leveza e conforto no uso urbano, sendo segura e com boa sensibilidade e firmeza em rodovias. Mas, com carga útil de 400 quilos, é bem leve e mais direta, exigindo atenção em manobras de desvio rápido com retorno imediato à trajetória. POSITIVO



ILUMINAÇÃO
Os faróis têm refletor único e apresentaram eficiência normal no baixo e no alto. Há o auxílio de faróis de neblina, embutidos no para-choque, mas não tem regulagem elétrica de altura em função da carga transportada. Mas é fácil a alteração do facho por meio de chavetas posicionadas atrás do corpo dos faróis. Existe luz de cortesia somente no porta-luvas e, na zona do teto, há uma lanterna simples junto ao retrovisor, com resultado razoável em iluminação. O quadro de instrumentos tem fácil leitura noturna. POSITIVO

LIMPADOR DO PARA-BRISA
São seis jatos os esguichos no para-brisa que, quando acionados, ativam automaticamente o sistema de varredura, com palhetas de boa qualidade, que limpam uma boa área. No vidro traseiro, o sistema é também eficiente, com esguicho único de cima para baixo, com boa vazão. Instalado dentro do vão do motor, o reservatório de água tem fácil identificação e manuseio. POSITIVO

ESTEPE/MACACO
O aro do estepe é feito em aço, mas o pneu é igual aos de uso. O kit de troca está encaixado abaixo do aro, no fundo do assoalho, dentro do porta-malas. A operação de troca é normal. POSITIVO

ALARME
A chave de ignição é codificada, mas os símbolos de travar e destravar as portas estão invertidos em função da extremidade da chave. O veículo avaliado estava equipado (opcionalmente) com proteção perimétrica das partes móveis e volumétrica, dentro do habitáculo. A porta do condutor tem função de abertura e fechamento por um toque, mas não tem sistema antiesmagamento. Ao dar comando para travar as portas, os vidros não sobem automaticamente. NEGATIVO



VOLUME DO PORTA-MALAS
O declarado é 290 litros, e o encontrado, 250 litros, com a tampa do bagagito fechada, banco traseiro na posição normal e mantendo o triângulo de segurança dentro do vão de carga.

Avaliações do engenheiro Daniel Ribeiro Filho, da Tecnodan


Palavra de especialista
O que faz a diferença
DANIEL RIBEIRO FILHO
ENGENHEIRO
Automóveis compactos e “populares” com motores aspirados não precisam dos famosos números de efeito psicológico que as montadoras insistem em divulgar como os de maior potência, melhor aceleração até 100km/h do mercado etc., e sim de um dado de consumo baixo de combustível. Basta ter uma dirigibilidade boa/aceitável na cidade e em rodovias, independentemente da topografia e da carga útil utilizada. Esta nova proposta da Fiat como o Uno Economy 1.4 (veículo avaliado não tinha ar-condicionado) é interessante e no foco do menor consumo de combustível. As alterações do pacote Economy o tornam um produto com um apelo especial em seu segmento de mercado.

FICHA TÉCNICA
MOTOR
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 1.368cm³ de cilindrada, oito válvulas, que desenvolve potências máximas de 85cv (gasolina) e 88cv (etanol) a 5.750rpm e torques máximos de 12,4kgfm (gasolina) e 12,5kgfm (etanol) a 3.500rpm

TRANSMISSÃO
Tração dianteira, com câmbio manual de cinco velocidades

DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica (opcional)

SUSPENSÕES/RODAS/PNEUS
Dianteira, independente, do tipo McPherson, com braços oscilantes inferiores transversais; e traseira, com rodas semi-independentes e eixo de torção / 5,5 x 14 polegadas em liga leve (opcionais) / 175/65 R14

FREIOS
Disco na dianteira e tambor na traseira, com ABS (opcional)

DIMENSÕES (A x B x C x D x E) (m) (*)
3,77 x 1,63 x 1,48 x 2,37 x 1,89

CAPACIDADE DE CARGA (passageiros e bagagem)
400 quilos

PORTA-MALAS (***)
250 litros

TANQUE
48 litros

PESO
925 quilos

VELOCIDADE MÁXIMA (**)
170km/h (g)/172km/h (e)

ACELERAÇÃO ATÉ 100KM/H (**)
11,1s (g)/10,8 (e)

CONSUMO CIDADE (**)
16,3km/l (g)/11,3km/l (e)

CONSUMO ESTRADA (**)
21,5km/l (g)/14,7km/l (e)

O kit Economy inclui relações de marcha mais longas e aumento da pressão dos pneus



EQUIPAMENTOS
DE SÉRIE
Conforto/conveniência – Alerta de manutenção programada (luz espia), banco traseiro rebatível, porta-copos no console central, econômetro, espelho no para-sol do lado do passageiro, relógio digital e vidros verdes.

Aparência – Calotas integrais, painel de instrumentos na cor cinza, quadro de instrumentos com iluminação branca, revestimento externo na coluna central das portas e revestimento completo do porta-malas.

Segurança – Apoios de cabeça no banco traseiro (2), terceira luz de freio, Fiat Code de segunda geração e válvula antirrefluxo de combustível.

OPCIONAIS
Direção hidráulica, ar-condicionado, desembaçador com ar quente, airbag duplo, freios ABS, terceiro apoio de cabeça no banco traseiro, banco do motorista com regulagem de altura, bancos e painéis de porta revestidos em veludo, faróis de neblina, vidros e trava com comando elétrico, para-brisa degradê, comando interno para abertura do porta-malas e do bocal da tampa do tanque de combustível, porta-óculos, console no teto, rádio CD Player, coluna de direção com regulagem de altura e rodas de liga leve.

Banco traseiro é espaçoso, mas não tem cinto de três pontos para quem senta no meio


NOTAS (0 A 10)
Desempenho 8
Espaço interno 8
Suspensão/direção 7
Conforto/ergonomia 8
Itens de série/opcionais 7
Segurança 7
Estilo 8
Consumo 9
Tecnologia 7
Acabamento 7
Custo/benefício 8


QUANTO CUSTA
O Fiat Uno Economy é vendido nas opções de duas (R$ 27.830) ou de quatro portas (R$ 29.670). Completas, com todos os opcionais, os preços sobem para R$ 34.833 e R$ 37.090, respectivamente.


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