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Toyota Hilux 2.7 VVT-i - Só falta ser flex

Novo motor 2.7 da Toyota Hilux é econômico e tem muita disposição para o trabalho. Mas, diferentemente do propulsor da picape S10, que é flexível, consome apenas gasolina

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As picapes médias são veículos cada vez mais usados nas cidades, onde seus proprietários rodam na maioria das vezes sozinhos. Com o crescimento dessa tendência, os fabricantes passaram a se preocupar também com o conforto, sem interferir na capacidade de carga e tração, pois o comprador desse tipo de veículo não abre mão de encher a caçamba quando surgir uma oportunidade. E a Toyota foi uma das que conseguiu um dos melhores acertos nessa complicada equação de misturar carro de passeio com veículo de trabalho, embora o conforto ainda esteja muito longe do ideal, principalmente quando a picape está vazia. De qualquer forma, para deixar a Hilux ainda mais competitiva (o modelo é líder no segmento de picapes médias) e em sintonia com a concorrência, a montadora lança versão com motor a gasolina. Até então, a picape só era comercializada com propulsor a diesel.

Design
Junto com o lançamento do novo motor a gasolina, a Toyota promoveu uma pequena reforma estilística na linha 2009 da Hilux. De acordo com a montadora, as mudanças tiveram como objetivo deixar o modelo com um visual mais atraente e robusto, e tomaram como base as picapes Tundra e Tacoma, comercializadas nos EUA. Na frente, o que mais chama a atenção são os grandes faróis; a grade frontal em forma de T, com barra cromada na parte superior; e a tomada de ar mais larga, que deveria ter uma tela para proteger melhor o radiador. De perfil, a única alteração são as rodas de liga de 16 polegadas. Mas também se destacam os para-barros, que ajudam a manter a carroceria livre de sujeira, principalmente daquele piche de asfalto novo.

Versão
O novo propulsor 2.7 só é comercializado em uma única versão, a SR, com cabine dupla e tração 4x2. Com o sistema VVT-i, que controla a abertura das válvulas, o motor tem bom torque em qualquer rotação e é econômico. Sua força (e também a vibração, que incomoda) se parece bastante com a de um propulsor a diesel. O câmbio tem boas relações de marchas, mas faltam precisão e maciez aos engates. Embora tenha somente as rodas traseiras motrizes (a Toyota, de forma equivocada, pregou um adesivo no vidro traseiro indicando que o modelo tem tração 4x4), a picape tem bom desempenho na terra, devido à boa altura do solo, à chapa protetora do câmbio e cárter e aos pneus 265/70, que têm desenho para 20% de fora-de-estrada.

Perigo
Embora seja um pouco pesada, a tampa traseira tem chave (muito útil para conjugar com caçamba marítima e esconder objetos dos amigos do alheio) e incorpora o brake-light, que fica em uma posição bem mais visível para o motorista que vem atrás, do que no alto da cabine. O para-choque traseiro, com a parte superior emborrachada, facilita o acesso à caçamba, que tem protetor cobrindo toda a sua extensão e quatro ganchos para fixação da carga. Mas falta a grade para proteger a cabine contra a invasão de objetos em caso de uma batida ou freada mais forte. Mesmo com todas as melhorias que a Toyota fez na suspensão (independente na dianteira), a Hilux ainda é bastante desconfortável e pouco estável quando se roda vazio, transferindo as imperfeições do solo para o habitáculo. Com peso, parece outra picape, rodando bem mais macio.

Por dentro
O espaço interno é outro ponto positivo da Hilux. O banco traseiro acomoda três adultos, inclusive de maior estatura, com certo conforto. Mas falta cinto de três pontos e apoio de cabeça para quem senta no meio. Aliás, o habitáculo se parece com o de um carro de passeio, com acabamento interno misturando a cor preta e vários tons de cinza. Volante de quatro raios tem aro muito fino e a buzina é difícil de ser acionada. As listas de equipamentos de conforto e de segurança também se parecem com as de um automóvel, incluindo duplo airbag frontal, freios ABS, ar-condicionado, CD Player com MP3, entre outros. Trata-se de um bom pacote, mas o preço (R$ 80,2 mil) é bem salgado.